quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

METÁFORA

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Metafora: é a palavra ou expressão que produz sentidos figurados por meio de comparações implicitas.
Cquote1.svg "Amor é fogo que arde sem se ver" Cquote2.svg
O termo fogo mantém seu sentido próprio - desenvolvimento simultâneo de calor e luz, que é produto da combustão de matérias inflamáveis, como, por exemplo, o carvão - e possui sentidos figurados - fervor, paixão, excitação, sofrimento etc. Didaticamente, pode-se considerá-la uma comparação que não usa conectivo (por exemplo, "como"), mas que apresenta de forma literal uma equivalência que é apenas figurada.
Cquote1.svg Meu coração é um balde despejado Cquote2.svg

Índice

Etimologia

Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a palavra deriva do latim "meta" algo e "phora" sem sentido, e significa duas frases ligadas sem sentido mas que há cognitude consistida em desabrochar interesses.

Relação com outras figuras de linguagem

Enquanto a metáfora trabalha com os traços semânticos comuns entre duas ideias, a metonímia funciona com a relação de contiguidade entre elas. Pedindo auxílio à teoria dos conjuntos, como fez Othon Moacyr Garcia em seu clássico "Comunicação em Prosa Moderna", percebe-se que os traços de significados das duas ideias comparadas entram em intersecção na metáfora. Por exemplo (subjetivo): um gato é um quadrúpede, mamífero, felino, que mia e é considerado sensual. Um moço é bípede, mamífero, humano, fala e pode ser sensual. Ao compararmos os dois com a metáfora "Esse moço é um gato", o traço de significado que provavelmente estaremos colocando em intersecção é apenas o traço sensual MetaforaGisela.gif Já na metonímia, as duas ideias não se superpõem como na metáfora, mas estão relacionadas por proximidade. Por exemplo, as expressões: 1- "sem-teto", 2- "Tomou o copo todo", 3- "Adoro ler Veríssimo" são metonímias, respectivamente, porque: 1- O termo teto está em relação de contiguidade com o resto da habitação. É uma das suas partes, e na expressão substitui o todo "habitação". (Um sem-teto geralmente também não tem o restante da habitação - a porta, as janelas, as paredes, o chão.) 2- O termo copo normalmente contém alguma bebida e é usado no lugar da bebida que contém. (Ninguém consegue beber o copo) 3- O termo Veríssimo é usado no lugar dos livros e crônicas do autor. (A pessoa gosta dos textos do autor; é impossível ler uma pessoa). Diferente da metonímia, outras figuras de linguagens como a personificação e a hipérbole mantêm com a metáfora uma relação de união semântica, não podendo assim ser totalmente dissociada uma da outra. É como se tais figuras fossem “metáforas especiais”. Se observarmos a frase: “ Neste dia ensolarado, o mar me convida ao seu encontro e as ondas querem me abraçar”, temos a metáfora na comparação sem o conectivo: O dia está tão lindo e o mar tão bom que é “como se” ele me convidasse para o mergulho e ondas estão tão movimentadas que “parecem” querer me abraçar. Existe também, de forma simultânea, a personificação, uma vez que “convidar” e “abraçar” são ações próprias de pessoas e não de seres inanimados como o mar ou as ondas. O mesmo ocorre com a metáfora e a hipérbole. Vejamos essa outra frase: “Chorei um rio de lágrimas”. A metáfora está na comparação sem o conectivo: O choro era tão intenso e as lágrimas tantas que era “como se fossem iguais” às águas de um rio. Isso também forma, de maneira simultânea, a hipérbole, ora, não se pode alguém chorar um rio de lágrimas, por essa ser uma quantidade de lágrimas impossível de alguém produzir por lacrimação. Registra-se aí, nitidamente, o modo exagerado de se expressar. É importante observar, entretanto, que nem sempre a metáfora será uma personificação ou hipérbole(“A minha pequena é uma flor” entenda-se aí uma "metáfora pura": ela tão delicada, bonita, cheirosa “quanto uma flor é”), mas muito frequentemente o contrário se confirma: a personificação ou hipérbole serão também metáforas. Assim como também outras figuras de linguagem consideradas semânticas como a catacrese e a sinestesia. Outros exemplos: “O fogo dançava com a chuva” ( Metáfora = personificação) “ A lua roubara todo o seu brilho, naquela noite” (Metáfora = personificação) “ Eles morreram de rir com a peça”. (Metáfora = hipérbole) “ Choveu mais de meia hora sem parar, foi um dilúvio!” (Metáfora = hipérbole) União 2.jpg

Metáfora na Computação

“O Virtual - U sugere que a metáfora dos espaços é necessária para fornecer uma ideia de lugar, a qual representará um modelo intelectual útil e facilitador da navegação por parte do usuário” [Harasim]
  • Exemplos:
  • Alguns sites apresentam por exemplo uma "sala" para conversas, um "mural" para recados, dentre outras metáforas.

Exemplos de metáfora

  • "Eu sou um poço de dor e amargura"
  • "Sou um cachorro sem sentimentos"
  • "Seus olhos são dois oceanos"
  • "Cada fruto desta árvore é um pingo de ouro"
  • "Meu pensamento é um rio subterrâneo" (Fernando Pessoa)
  • "Rafael é um gato"
  • "Essa menina é uma flor"
  • "Esse menino é um filé"
  • "É um ato de falta de grandeza desprezar o desejado pássaro depois que ele pousa em suas mãos" (Giuliano Fratin)
  • "Em sua sincera dissimulação ele usou uma máscara feita com o molde de seu próprio rosto" (Giuliano Fratin)
  • "Os Lenhadores da Ilusão jamais obterão êxito na floresta da minha verdade" (Giuliano Fratin)
  • "Jamais deveriam ser asfaltados os bosques e campos floridos de um ingênuo coração" (Giuliano Fratin)

Referências

  • FIGUEIREDO, Olívia e FIGUEIREDO, Eunice Barbieri (2003). Dicionário Prático para o estudo do Português. Porto: Edições ASA
  • Fratin, Giuliano. Um Pedaço do Universo e Outros Trabalhos. (2008)
  • HARASIM, Linda e CALVERT, Tom e GROENEBOER, Chris. Virtual – U: A web-based system to support collaborative learning. Web Teaching – A guide to designing Interactive Teaching for the World Wide Web, David W., Brooks, Plenum Press, New York and London , 1997.
  • LAKOFF, George e Johnson, Mark (1980) Metaphors we live by. Chicago: University of Chicago Press
  • LAUSBERG, Heinrich (1967) Elementos de retórica literária. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian 5.ª edição
  • PERELMAN, Chaïm (1987) "Analogia e Metáfora", pp 207–217 In ROMANO, Ruggiero Enciclopédia Einaudi vol. 11 - Oral/Escrito e Argumentação. Lisboa: IN-CM
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