domingo, 28 de maio de 2017

ROSA - MARISA MONTE / PIXINGUINHA

Tu és divina e graciosa
Estátua majestosa
No amor!
Por Deus esculturada
E formada com ardor...

Da alma da mais linda flor
De mais ativo olôr
Que na vida é preferida
Pelo beija-flor...

Se Deus
Me fora tão clemente
Aqui neste ambiente
De luz, formada numa tela
Deslumbrante e bela...

Teu coração
Junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado
Sobre a rosa e a cruz
Do arfante peito teu...

Tu és a forma ideal
Estátua magistral
Oh! alma perenal
Do meu primeiro amor
Sublime amor...

Tu és de Deus
A soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração
Sepultas um amor...

O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes
Cheios de sabor
Em vozes tão dolentes
Como um sonho em flor...

És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim
Que tem de belo
Em todo resplendor
Da santa natureza...

Perdão!
Se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh! flor!
Meu peito não resiste
Oh! meu Deus
O quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar
Em esperar
Em conduzir-te
Um dia ao pé do altar...

Jurar aos pés do Onipotente
Em preces comoventes
De dor, e receber a unção
Da tua gratidão...

Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te
Até meu padecer
De todo fenecer...

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Menina, Amanhã de Manhã - Monica Salmaso - TOM ZÉ

Menina, Amanhã de Manhã
Monica Salmaso


Menina , amanhã de manhã
Quando a gente acordar quero te dizer
Que a felicidade vai desabar sobre os homens
Vai, desabar sobre os homens
Vai, desabar sobre os homens

Na hora ninguém escapa
De baixo da cama ninguém se esconde
A felicidade vai desabar sobre os homens
Vai, desabar sobre os homensMenina, Amanhã de Manhã
Monica Salmaso
Vai, desabar sobre os homens

Menina, ela mete medo
Menina, ela fecha a roda
Menina, não tem saída
de cima, de banda ou de lado

Menina, olhe pra frente
menina, todo cuidado
Não queira dormir no ponto
Segure o jogo, atenção de manhã

Menina a felicidade
É cheia de praça, é cheia de traça
É cheia de lata, é cheia de graça

Menina, a felicidade
É cheia de pano, é cheia de peno
É cheia de sino, é cheia de sono

Menina, a felicidade é cheia de ano,
É cheia de eno
É cheia de hino, é cheia de onu

Menina, a felicidade
É cheia de an, é cheia de en
É cheia de in, é cheia de on

Menina, a felicidade é cheia de a,
É cheia de é, é cheia de i, é cheia de ó

É cheia de a, é cheia de é,
É cheia de i, é cheia de ó

Marcha do Donzel Renata Rosa

Marcha do Donzel
Renata Rosa


Dizem que uma sombra escura
Com duas pontas na testa
Por donde o Donzel caminha
Ao lado se manifesta.

O Doutor vela de sebo
Sinal dos magos errôneos
Lume lúgubre da morte
Lampadário do demônio

Saudades do Futuro - Renata Rosa

Saudades do Futuro
Renata Rosa


Eu só consigo ter saudades do futuro
Bago maduro, planta de frutos claros
Trago nos lábios calos de tantas palavras
Sou das lavouras que lavra
Pras sementes do amor

Trago uma dor e trago tanta alegria
Que a noite claresse em dia
Solarado de calor
Vem sorte vem
Vem alongar meu passo
Sigo meu traço
Eis meu tesouro fino
Do meu destino eu vou desatar os nós
Todos das fontes à foz
E vou desposar a vida
Minha medida é uma aliança encantada
Semeando a madrugada
As sementes proferidas

Tropecei, quedei, cai
Cai mas me levantei
Errei mas reconheci
E por vezes acertei

Tropecei, quedei, cai
Cai mas me levantei
Errei mas reconheci
E por vezes acertei

Eu só consigo ter saudades do futuro
Bago maduro, planta de frutos claros
Trago nos lábios calos de tantas palavras
Sou das lavouras que lavra
Pras sementes do amor

Trago uma dor e trago tanta alegria
Que a noite claresse em dia
Solarado de calor
Vem sorte vem
Vem alongar meu passo
Sigo meu traço
Eis meu tesouro fino
Do meu destino eu vou desatar os nós
Todos das fontes à foz
E vou desposar a vida
Minha medida é uma aliança encantada
Semeando a madrugada
As sementes proferidas

Tropecei, quedei, cai
Cai mas me levantei
Errei mas reconheci
E por vezes acertei

Tropecei, quedei, cai
Cai mas me levantei
Errei mas reconheci
E por vezes acertei

Tropecei, quedei, cai
Cai mas me levantei
Errei mas reconheci
E por vezes acertei

Tropecei, quedei, cai
Cai mas me levantei
Errei mas reconheci
E por vezes acertei

Jurema - Renata Rosa

Jurema
Renata Rosa


Jurema, minha Jurema
Três passos que Deus me deu
Jurema, minha Jurema
Três passos que Deus me deu

Eu aqui não conheço o mestre
O mestre do mundo é Deus
Eu aqui não conheço o mestre
O mestre do mundo é Deus

Caminha em costa segura
Rondando esses sonhos teus
Jurema, minha Jurema

Eu aqui não conheço o mestre
O mestre do mundo é Deus
Cada um aqui tem seu mestre
O mestre do mundo é Deus

Jurema, minha Jurema
Três passos que Deus me deu
Jurema, minha Jurema
Três passos que Deus me deu

Eu aqui não conheço o mestre
O mestre do mundo é Deus
Eu aqui não conheço o mestre
O mestre do mundo é Deus

Acerta o teu sorriso
Em fogo se converteu
Jurema, minha Jurema

Cada um aqui tem seu mestre
O mestre do mundo é Deus
Eu aqui não conheço o mestre
O mestre do mundo é Deus

Jurema, minha Jurema
Três passos que Deus me deu
Jurema, minha Jurema
Três passos que Deus me deu

Eu aqui não conheço o mestre
O mestre do mundo é Deus
Cada um aqui tem seu mestre
O mestre do mundo é Deus

Caminha em costa segura
Rondando esses sonhos teus
Jurema, minha Jurema

Cada um aqui tem seu mestre
O mestre do mundo é Deus
Eu aqui não conheço o mestre
O mestre do mundo é Deus

quinta-feira, 18 de maio de 2017

AV3 - 18 DE MAIO.

HOJE, 18 DE MAIO, QUINTA-FEIRA, TEREMOS AV3 DE LING. PORT.
ASSUNTO: LITER. ROMANTISMO BRASILEIRO + GRAM. SUBSTANTIVOS; COLETIVOS, ADJETIVOS E LOC. ADJ.

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Comentários
Maria Celeste Bsp
Maria Celeste Bsp 1.Poderíamos sintetizar uma das características do Romantismo pela seguinte aproximação de opostos:
Maria Celeste Bsp
Maria Celeste Bsp 2.A obra romanesca de José de Alencar introduziu na literatura brasileira quatro tipos de romances: indianista, histórico, urbano e regional. Desses quatro tipos, os que tiveram sua vida prolongada, de forma mais clara e intensa, até o Modernismo, ainda que modificados, foram:
Maria Celeste Bsp
Maria Celeste Bsp Tradicionalmente, a poesia do Romantismo brasileiro é dividida em três diferentes gerações. Sobre elas, estão corretas as seguintes proposições:
Maria Celeste Bsp
Maria Celeste Bsp 4.Sobre a prosa no Romantismo brasileiro, é incorreto afirmar:
Maria Celeste Bsp
Maria Celeste Bsp 5.O Romantismo brasileiro encontrou no índio a sua mais autêntica expressão de nacionalidade. Sobre essa fase do Romantismo, é correto afirmar:
Maria Celeste Bsp
Maria Celeste Bsp 6.Gonçalves Dias consolidou o romantismo no Brasil. Sua “Canção do exílio” pode ser considerada tipicamente romântica porque
Maria Celeste Bsp
Maria Celeste Bsp 7.Os textos CANÇÃO DO EXÍLIO e o de O. ANDRADE (MODERNISTA), escritos em contextos históricos e culturais diversos, enfocam o mesmo motivo poético: a paisagem brasileira entrevista a distância. Analisando-os, conclui-se que:
Maria Celeste Bsp
Maria Celeste Bsp 8.São características da primeira geração do Romantismo brasileiro, exceto:
Maria Celeste Bsp
Maria Celeste Bsp 9.O índio, em alguns romances de José de Alencar, como Iracema e Ubirajara, é:
Maria Celeste Bsp
Maria Celeste Bsp 10. O Romantismo, graças à ideologia dominante e a um complexo conteúdo artístico, social e político, caracteriza-se como uma época propícia ao aparecimento de naturezas humanas marcadas por

quarta-feira, 19 de abril de 2017

O RIO E O MAR - EVELYN HEINE

O Sr. Rio e o Sr. Mar, que todo dia se encontravam, ficavam ali, naquele chove-não-molha, contando vantagem um para o outro.
— Sabe, Mar - dizia o Rio — hoje eu passeei tanto, mas tanto, que estou até cansado! Vi uma porção de coisas lindas no caminho. Árvores sacudindo ao vento, crianças brincando e rindo, homens pescando bem sossegados...
— Que bom para você! — respondia o Mar. — Pois eu fiquei aqui mesmo, no meu lugar, sem passear. Fiquei brincando de vai-e-vem, de cambalhota, de molhar a areia... De agitar e de acalmar.
— Mas, puxa! — disse o Rio. — Será que você não se cansa de ficar a vida inteira aí parado, sem poder se mandar pra nenhum lado?
— Eu, não. — respondeu o Marzão. — Sou tão grande, tão enorme, que não posso me mexer. Mas eu nem ia querer. Conheço o mundo todo, mais lugares que você.
O Rio, mesmo assim, continuou:
— Prefiro mil vezes ser pequeno e andar por aí, rasgando o mapa. Ninguém me segura no lugar. Só mesmo os homens com aquelas barreiras, podem me represar.
— Pois é... — aproveitou o Mar. — quero ver homem pra me segurar...
Com essa, o Rio se calou, apressado para seguir seu caminho.
Já indo embora, ele gritou:
— É, Marzão, você até que tem razão. Cada um com o seu jeito... não é, não?
E o que importa é viver bem, com a vida que se tem!
Postado por Evelyn em 19.8.07



O conto é uma obra de ficção que cria um universo de seres, de fantasia ou acontecimentos. Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um narrador, personagens, ponto de vista e enredo.
Classicamente, diz-se que o conto se define pela sua pequena extensão. Mais curto que a novela ou o romance, o conto tem uma estrutura fechada, desenvolve uma história e tem apenas um clímax. Num romance, a trama desdobra-se em conflitos secundários, o que não acontece com o conto.

TIPO DE NARRADOR DO TEXTO O RIO E O MAR.

O narrador-observador conta a história do lado de fora, na 3ª pessoa, sem participar das ações. Ele conhece todos os fatos e, por não participar deles, narra com certa neutralidade, apresenta os fatos e os personagens com imparcialidade. Não tem conhecimento íntimo dos personagens nem das ações vivenciadas.

QUE A NOSSA VIDA SEJA UM ETERNO CARNAVAL. BRUNA GROTTI

O Carnaval acabou. A fantasia rasgou, a poeira baixou, o folião sossegou. A rua, que até ontem estava tomada por palhaços, ciganas, piratas e Madonnas, hoje se inunda da nada poética poeira que os encanamentos vomitam por aí. As casas, que até ontem eram cerveja e papo toda a madrugada e sono e sexo toda a tarde, hoje são despertadores que, sem gentileza, cospem seus moradores das camas. O ócio, que até ontem era lei, hoje é crime. Vai trabalhar, vagabundo.
E a gente vai. Com medo, mas vai. Afinal, quem é que vai amparar o arlequim que mora dentro de nós? Quem é que vai enxugar as lágrimas do nosso pierrot? Quem é que vai contar pra nossa colombina que ela é livre pra dançar? Sem o Carnaval, a gente volta para a insuportável sina de ser quem o mundo quer que a gente seja. Um bom homem de negócios. Uma boa engenheira. Um jornalista dedicado. Uma advogada exemplar.
Alguém cheio. De compromissos, de problemas, de tristezas. Que geralmente são mascarados aos finais de semana. Uma cervejinha aqui, uma baladinha ali: bocas raivosas trocando saliva. Um bom rodízio, um bom restaurante: bocas raivosas mastigando pedaços de carne. E por uns minutos, a gente chega a achar que está tudo bem. Afinal, a gente tem um bom emprego. Uma boa casa, com um bom cachorro e bons filhinhos para pentear antes de irem para a escola. Uma boa família, com uma mãe que lava, passa e cozinha, enquanto o pai se senta no trono de um apartamento com a boca escancarada, cheia de dentes – e a Itaipava na mão –, esperando a morte chegar.
Mas surpreendentemente, quando o domingo anoitece e a impiedosa abertura do Fantástico ressoa pelas TVs país afora, a gente percebe que não está tudo bem. O coração aperta. A gente prefere que chegue o juízo final à manhã de segunda-feira. Porque, no fundo, a gente sabe que a felicidade é uma doutora com agenda disponível apenas entre as 18h de sexta e as 23h de domingo. A gente sabe que os próximos cinco dias vão ser infernais – pelo menos das 9h às 18h. E a gente sabe que só vai voltar a ficar tudo bem, bem mesmo, na próxima sexta, depois das 18h.
Ou nas próximas férias. Ou feriado. Ou Carnaval. Quando todo mundo sorri. Quando todo mundo ama. Quando quem é de Netflix fica na frente da TV o dia inteiro e quem é de bloquinho pula na rua o dia inteiro. Quando a gente é livre pra ser o que a gente quiser. Sem julgamento de pai ou mãe. Sem doutrinação religiosa. Sem imposição de mercado.
Que a vida não é um infinito mar de rosas a gente já sabe. E diante da impossibilidade de nadar diariamente entre pétalas, há só uma coisa que eu te desejo: que a sua vida seja um eterno Carnaval.

  CRÔNICA - Na literatura e no jornalismo, uma crónica (português europeu) ou crônica (português brasileiro) é uma narração curta, produzida essencialmente para ser veiculada na imprensa, seja nas páginas de uma revista, seja nas páginas de um jornal ou mesmo na rádio. Possui assim uma finalidade utilitária e pré-determinada: agradar aos leitores dentro de um espaço sempre igual e com a mesma localização, criando-se assim, no transcurso dos dias ou das semanas, uma familiaridade entre o escritor e aqueles que o leem.

O MENINO NO ESPELHO - FERNANDO SABINO - RELATO PESSOAL

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Nesta obra, o menino Fernando, que vem a ser o próprio autor, vive todas as fantasias de sua infância por meio de uma deliciosa viagem ao passado de um dos melhores escritores brasileiros. Sabino conta suas memórias, intercalando fatos reais e imaginários, histórias mirabolantes de um menino mineiro que cresceu na Belo Horizonte de 1920. Emocionante e engraçado, o livro é um clássico que acompanha gerações.

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