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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

TROVADORISMO - GALEGO-PORTUGUÊS

Língua galego-portuguesa

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Galego-português
Falado em:
Região:
Total de falantes:
Família: Indo-europeia Itálica Românica Ocidental Galo-ibérica Ibero-românica Ibero-ocidental Galego-português
Escrita: Alfabeto latino
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---
O galego-português (também chamado de galaico-português, proto-galego-português, português antigo, português arcaico, galego antigo, galego arcaico) é a língua falada a nível oficial durante a Idade Média nas regiões de Portugal e da Galiza (Espanha); dela descendem as atuais variedades das línguas portuguesa e galega. Assim, o galego-português é o idioma ancestral comum às línguas galaico-portuguesas.
A língua considera-se formada no século VIII, principalmente como desenvolvimento do latim vulgar falado pelos conquistadores romanos a partir do século II d.C. No seu momento, foi língua culta fora dos reinos da Galiza e de Portugal, nos reinos vizinhos de Leão e Castela. Assim, o rei castelhano Afonso X o Sábio escreveu as suas Cantigas de Santa Maria em galego-português. A sua importância foi tal que é considerada a segunda literatura mais importante durante a Idade Média europeia, só perdendo para o occitano.
O documento da lírica galego-portuguesa mais antigo parece ser a cantiga satírica "Ora faz ost'o senhor de Navarra" de João Soares de Paiva, datado de 1196 por alguns.
As recompilações líricas medievais galego-portuguesas mais importantes são:

Índice

[esconder]

[editar] Documentos mais antigos em galego-português


Mapa cronológico mostrando o desenvolvimento das línguas do sudoeste da Europa entre as quais o galego-português.
Recentemente foi encontrado o documento mais antigo conhecido escrito na Galiza, que data de 1228. Trata-se do Foro do bõ burgo de Castro Caldelas outorgado por Afonso IX em Abril do dito ano ao município de Allariz (Galiza, Espanha).
O mais antigo documento latino-galego/português conhecido é a chamada Doação à Igreja de Souselo e é datada do ano de 870 d.C.; trata-se, no entanto, de uma cópia do século XI escrita em letra visigótica de transição. O mais antigo documento latino-português original conhecido é a Carta de Fundação e Dotação da Igreja de S. Miguel de Lardosa, preservada no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, datada de 882 d.C. e escrita em letra visigótica cursiva.
"A Notícia de fiadores" (1175), é, segundo alguns estudiosos, o documento datado em escrita portuguesa mais antigo conhecido. É uma pequena lista de nomes que termina com uma única frase que apresenta sintaxe e morfologia portuguesas. A caracterização da Notícia de Fiadores como o “mais antigo” não foi consensualmente aceite na comunidade de filólogos portugueses.
Segundo outros estudiosos, o "Pacto dos irmãos Pais" de ca. 1175 deve ser considerado o mais antigo texto conhecido escrito em português. Este documento é apenas datável criticamente.[1]
Outro importante documento, a Notícia de Torto, não datado, terá sido escrito entre 1211 e 1216: é uma longa narrativa dos agravos que o nobre Lourenço Fernandes da Cunha sofreu às mãos de outros senhores. Permanece o mais antigo documento particular datável conhecido escrito em português.
O Testamento de D. Afonso II, datado de 1214, é o texto em escrita portuguesa mais antigo que se conhece (e é consensualmente aceite como tal pela comunidade científica): conservam-se dois testemunhos do documento, um em Lisboa, outro em Toledo.
Estes documentos portugueses estão conservados no Arquivo Nacional da Torre do Tombo em Lisboa, com excepção do testemunho toledano do testamento régio de 1214, conservado no Arquivo da Sé de Toledo.
O galego-português, comum à Galiza e a Portugal, teve séculos de existência plena como língua nativa de uma comunidade linguística do noroeste peninsular, mas as derrotas que os nobres galegos sofreram em finais do século XIV e princípios do século XV, provocaram a assimilação da nobreza galega e a dominação castelhana, levando ao desaparecimento público, oficial, literário e religioso do galego como língua de cultura até finais do século XIX. São os chamados "Séculos Escuros". O português, por seu lado desenvolveu-se livremente na sua deriva própria, pelo facto de Portugal ter sido o único território peninsular que ficou fora do domínio político do Reino de Leão e Castela e do domínio linguístico do castelhano, o galego falado na Galiza vai sofrer um forte processo de castelhanização que ainda continua nos tempos atuais.

[editar] Tradição oral na cultura galego-portuguesa

O património cultural imaterial galego-português está presente nas tradições orais populares e é hoje um património em perigo de extinção, o que levou à sua candidatura conjunta pelos governos de Portugal e de Espanha à "Masterpiece of Oral and Intangible Heritage of Humanity" em 2005.
O folclore galego-português é rico em tradições orais; estas incluem as “cantigas ao desafio” ou “regueifas”, mitos e lendas, cantigas, ditados e lengalengas, além dos falares que retêm uma semelhança ao nível morfológico e sintáctico, no léxico e na fonética. A tradição oral está ligada a diversas actividades tradicionais que se transmitem oralmente, como as celebrações das festas populares tais como o entrudo, o magusto, as festas da coca, o São João, as festas marítimas, romarias, música e danças populares. Nos ofícios, como as actividades piscatórias, a agricultura e o artesanato, além de serem actividades que são transmitidas de geração em geração de forma verbal, cada actividade usa de um vocabulário específico. Também nos costumes, nos falares, nos bailes, nos rituais, na medicina tradicional e na farmacêutica popular, nas artes culinárias, nas superstições e crendices, existe todo um conhecimento que é transmitido oralmente.

[editar] Controvérsia

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Foi proposta a fusão deste artigo ou se(c)ção com Galaico-português (controvérsia) (pode-se discutir o procedimento aqui).
Galego-português é um termo envolvido numa controvérsia, na qual participam os círculos académicos oficiais galegos e os grupos extra-oficiais reintegracionistas galegos, que designam aos primeiros como isolacionistas. Os reintegracionistas defendem a únidade, ainda na atualidade, de um galego românico homologado as variedades lusitana e brasileira do português atual.

Referências

  1. i.e., por conjectura

[editar] Ver também

[editar] Ligações externas

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