quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

METONÍMIA

A PARTE (CABEÇA) PELO TODO (BOI): 

Metonímia

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Metonímia ou transnominação é uma figura de linguagem que consiste no emprego de um termo por outro, dada a relação de semelhança ou a possibilidade de associação entre eles. Por exemplo, "Palácio do Planalto" é usado como um metônimo (uma instância de metonímia) para representar a presidência do Brasil, por ser localizado lá o gabinete presidencial. A metonímia é geralmente utilizada para a não repetição de palavras em textos. Como em entrevistas nas quais o entrevistado (ex.: Jorge Amado) pode tanto ser chamado pelo primeiro nome, pelo sobrenome ou pelo nome completo (ex.: Jorge declarou, Amado declarou, ou Jorge Amado declarou).

Sinédoque

A sinédoque é um tipo de metonímia que consiste na atribuição da parte pelo todo (pars pro toto), ou do todo pela parte (totum pro parte). Figura de linguagem, para muitos autores indistinta da figura da metonímia, ou considerada como um tipo de metonímia na qual se exprime uma parte por um todo ou um todo por uma parte (Moscou caiu às mãos dos alemães), o singular pelo plural (quando o Gama chegou à Índia), o autor pela obra (estou a estudar Pessoa), a capital pelo governo do país ("Washington decidiu enviar tropas para o Iraque"), uma peça de vestuário pela pessoa que o usa (um vestido negro surgiu pela porta), etc. Na verdade trata-se da inclusão ou contiguidade semântica existente entre dois nomes e que permite a substituição de um pelo outro. Na literatura, abundam sinédoques com fins estéticos de provocar o inusitado nas expressões escolhidas: "Nossa, a briga entre eles foi um rio de sangue": o rio de sangue representa o sangue derramado entre eles "Ficou sem teto" – o teto representa a casa inteira. "Vós, ó novo temor da Maura lança" – refere-se não a uma só lança, mas a todo exército mouro (a lança era uma das armas usadas). (Luís de Camões, Os Lusíadas, I,6) "Que da Ocidental praia Lusitana" – para designar Portugal (Camões, Os Lusíadas, I, 1) "Mas já o Príncipe Afonso aparelhava / O Lusitano exército ditoso / Contra o Mouro que as terras habitava" – para designar os exércitos mouros (Camões, Os Lusíadas, III, 42) "Depois, na costa da Índia, andando cheia / De lenhos inimigos e artefícios" – para designar os navios (Camões, Os Lusíadas, III, 42)
  • Causa pelo efeito:
Sócrates tomou as mortes. (O efeito é a morte, a causa é o veneno).
Sou alérgica a cigarro. (O cigarro é a causa: a fumaça, o efeito. Podemos ser alérgicos à fumaça, mas não ao cigarro).
  • Marca pelo produto:
O meu irmãozinho adora danone. (Danone é a marca de um iogurte; o menino gosta de iogurte)
Traga-me os cotonetes. (Cotonetes é uma marca e um de seus produtos é a haste flexível com pontas de algodão; pediam-se hastes flexíveis com pontas de algodão)
Traga-me um bombril. (Bombril é a marca de um esponja de aço; pedia-se uma esponja de aço)
  • Autor pela obra:
Lemos Machado de Assis por interesse. Ninguém, na verdade, lê o autor, mas as obras dele em geral.
Adoro ler Clarice Lispector, ouvir Chico Buarque e assistir Almodôvar. (Adoro ler romances de Clarice Lispector, ouvir músicas de Chico Buarque e assistir a filmes de Almodôvar.)
  • Contentor pelo conteúdo
Bebeu um copo de água. Ninguém "bebe" um copo, mas sim a bebida que está nele.
Beberam apenas uma tarça de champanha ? Ninguém "bebe" uma tarça, mas sim a bebida que está nele.
  • Possuidor pelo possuído:
Ir ao barbeiro. O barbeiro trabalha na barbearia, aonde se vai — de fato, ninguém vai a uma pessoa, mas ao local onde ela está.
  • Matéria pelo objeto:
Quem com ferro fere, com ferro será ferido. Ferro substitui, aqui, espada, por exemplo.
  • O lugar pela coisa:
Uma garrafa de Porto. (Porto é o nome da cidade conotada com a bebida — não é a cidade que fica na garrafa, mas sim a bebida.
  • O abstrato pelo concreto:
A juventude é corajosa e nem sempre consequente. Juventude pela palavra ‘jovens’.
  • A coisa pela sua representação (sinal pela coisa significada):
És a minha âncora. Em substituição de "segurança".
  • Instituição pelo que representa:
A igreja publicou seu novo livro. Quem publica é uma editora ou alguém.
  • Causa primária pela secundária:
O engenheiro construiu mal o edifício. O engenheiro não constrói, só planeja.
  • O inventor pelo invento:
Ele comprou um Ford. Observe que estamos falando do criador, não da marca.
  • O concreto pelo abstrato (e vice-versa):
A velhice deve ser respeitada. Não é a velhice e sim os idosos.
  • Gênero pela espécie:
Os mortais são capazes de tudo. Aqui ‘os mortais’ refere-se apenas aos seres humanos.
  • O singular pelo plural (e vice-versa):
O brasileiro é um apaixonado pelo futebol. Não é só um brasileiro e sim todos eles.
  • A matéria pelo objeto:
Tirem os cristais. Não estamos nos referindo aos cristais e sim aos copos.
  • A forma pela matéria:
Ele cuida com carinho da redonda. Por redonda entende-se bola.
  • Individuo pelas classes:
Odiava ser o Judas da sala (aqui, Judas refere-se ao traidor, dedo-duro)

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Metonímia ou transnominação é uma figura de linguagem que consiste no emprego de um termo por outro, dada a relação de semelhança ou a possibilidade de associação entre eles. Por exemplo, "Palácio do Planalto" é usado como um metônimo (uma instância de metonímia) para representar a presidência do Brasil, por ser localizado lá o gabinete presidencial. A metonímia é geralmente utilizada para a não repetição de palavras em textos. Como em entrevistas nas quais o entrevistado (ex.: Jorge Amado) pode tanto ser chamado pelo primeiro nome, pelo sobrenome ou pelo nome completo (ex.: Jorge declarou, Amado declarou, ou Jorge Amado declarou).

Sinédoque

A sinédoque é um tipo de metonímia que consiste na atribuição da parte pelo todo (pars pro toto), ou do todo pela parte (totum pro parte). Figura de linguagem, para muitos autores indistinta da figura da metonímia, ou considerada como um tipo de metonímia na qual se exprime uma parte por um todo ou um todo por uma parte (Moscou caiu às mãos dos alemães), o singular pelo plural (quando o Gama chegou à Índia), o autor pela obra (estou a estudar Pessoa), a capital pelo governo do país ("Washington decidiu enviar tropas para o Iraque"), uma peça de vestuário pela pessoa que o usa (um vestido negro surgiu pela porta), etc. Na verdade trata-se da inclusão ou contiguidade semântica existente entre dois nomes e que permite a substituição de um pelo outro. Na literatura, abundam sinédoques com fins estéticos de provocar o inusitado nas expressões escolhidas: "Nossa, a briga entre eles foi um rio de sangue": o rio de sangue representa o sangue derramado entre eles "Ficou sem teto" – o teto representa a casa inteira. "Vós, ó novo temor da Maura lança" – refere-se não a uma só lança, mas a todo exército mouro (a lança era uma das armas usadas). (Luís de Camões, Os Lusíadas, I,6) "Que da Ocidental praia Lusitana" – para designar Portugal (Camões, Os Lusíadas, I, 1) "Mas já o Príncipe Afonso aparelhava / O Lusitano exército ditoso / Contra o Mouro que as terras habitava" – para designar os exércitos mouros (Camões, Os Lusíadas, III, 42) '-' "Depois, na costa da Índia, andando cheia / De lenhos inimigos e artefícios" – para designar os navios (Camões, Os Lusíadas, III, 42)
  • Causa pelo efeito:
Sócrates tomou as mortes. (O efeito é a morte, a causa é o veneno).
Sou alérgica a cigarro. (O cigarro é a causa: a fumaça, o efeito. Podemos ser alérgicos à fumaça, mas não ao cigarro).
  • Marca pelo produto:
O meu irmãozinho adora danone. (Danone é a marca de um iogurte; o menino gosta de iogurte)
Traga-me os cotonetes. (Cotonetes é uma marca e um de seus produtos é a haste flexível com pontas de algodão; pediam-se hastes flexíveis com pontas de algodão)
Traga-me um bombril. (Bombril é a marca de um esponja de aço; pedia-se uma esponja de aço)
  • Autor pela obra:
Lemos Machado de Assis por interesse. Ninguém, na verdade, lê o autor, mas as obras dele em geral.
Adoro ler Clarice Lispector, ouvir Chico Buarque e assistir a Almodôvar. (Adoro ler romances de Clarice Lispector, ouvir músicas de Chico Buarque e assistir a filmes de Almodôvar.)
  • Contentor pelo conteúdo
Bebeu um copo de água. Ninguém "bebe" um copo, mas sim a bebida que está nele.
Beberam apenas uma taça de champagne ? Ninguém "bebe" uma taça, mas sim a bebida que está nela.
  • Possuidor pelo possuído:
Ir ao barbeiro. O barbeiro trabalha na barbearia, aonde se vai — de fato, ninguém vai a uma pessoa, mas ao local onde ela está.
  • Matéria pelo objeto:
Quem com ferro fere, com ferro será ferido. Ferro substitui, aqui, espada, por exemplo.
  • O lugar pela coisa:
Uma garrafa de Porto. (Porto é o nome da cidade conotada com a bebida — não é a cidade que fica na garrafa, mas sim a bebida.
  • O abstrato pelo concreto:
A juventude é corajosa e nem sempre consequente. Juventude pela palavra ‘jovens’.
  • A coisa pela sua representação (sinal pela coisa significada):
És a minha âncora. Em substituição de "segurança".
  • Instituição pelo que representa:
A igreja publicou seu novo livro. Quem publica é uma editora ou alguém.
  • Causa primária pela secundária:
O engenheiro construiu mal o edifício. O engenheiro não constrói, só planeja.
  • O inventor pelo invento:
Ele comprou um Ford. Observe que estamos falando do criador, não da marca.
  • O concreto pelo abstrato (e vice-versa):
A velhice deve ser respeitada. Não é a velhice e sim os idosos.
  • Gênero pela espécie:
Os mortais são capazes de tudo. Aqui ‘os mortais’ refere-se apenas aos seres humanos.
  • O singular pelo plural (e vice-versa):
O brasileiro é um apaixonado pelo futebol. Não é só um brasileiro e sim todos eles.
  • A matéria pelo objeto:
Tirem os cristais. Não estamos nos referindo aos cristais e sim aos copos.
  • A forma pela matéria:
Ele cuida com carinho da redonda. Por redonda entende-se bola.
  • Individuo pelas classes:
Odiava ser o Judas da sala (aqui, Judas refere-se ao traidor, dedo-duro)
Na metonímia, um termo substitui outro não porque a nossa sensibilidade estabeleça uma relação de semelhança entre os elementos que esses termos designam (caso da metáfora), mas porque esses elementos têm, de fato, uma relação de dependência. Dizemos que, na metonímia, há uma relação de contiguidade entre sentido de um termo e o sentido do termo que o substitui. Contiguidade significa “proximidade”, “vizinhança”.

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