Caramuru
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Nota: Para outros significados, veja Caramuru (desambiguação).
Caramuru | |
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Nome completo | Diogo Álvares Correia |
Nascimento | Viana do Castelo |
Diogo Álvares Correia (Viana do Castelo, Portugal, c. 1475 — Tatuapara, Bahia, 5 de outubro de 1557) foi um náufrago português que passou a vida entre os indígenas da costa do Brasil e que facilitou o contato dos primeiros viajantes europeus com os povos nativos do Brasil. Recebeu a alcunha de Caramuru (palavra tupi que significa lampreia[1]) pelos Tupinambás. É considerado o fundador do município baiano de Cachoeira[2].
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[editar] Biografia
Naufragou no litoral da Bahia entre 1509 e 1510 como náufrago de uma embarcação francesa. Há historiadores[quem?] que dizem:
Viajando para São Vicente por volta de 1510, o fidalgo da Casa Real Diogo Álvares naufragou nas proximidades do Rio Vermelho, em Salvador, na Bahia. Seus companheiros foram mortos pelos índios tupinambás, mas ele conseguiu sobreviver e passou a viver entre os índios, de quem recebeu a alcunha de Caramuru, que significa lampreia. |
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A versão mais conhecida, no Brasil, para o significado da palavra Caramuru seria pau que cospe fogo ou, ainda, Homem trovão da Morte Barulhenta (ou suas variações), que têm, como base, a lenda sobre Diogo Álvares Correia, que teria recebido o apelido ao afugentar índios que queriam lhe devorar, matando um pássaro com um tiro de espingarda. A outra versão sobre o significado do nome Caramuru faz referência ao fato de Diogo ter sido, supostamente, encontrado pelos indígenas em meio às pedras da praia e às algas, como se fosse uma lampreia[3].
Correia foi bem acolhido pelos índios Tupinambás. O chefe destes, Taparica, lhe teria dado, como esposa, uma de suas filhas chamada Paraguaçu. Segundo o filme e minissérie de televisão Caramuru - A Invenção do Brasil, Paraguaçu tinha, como irmã, a lendária índia Moema, originariamente citada (sem a relação de parentesco) no poema Caramuru do Frei Santa Rita Durão.
Ao longo de quarenta anos, Correia manteve contatos com navios europeus que aportavam à Bahia. As relações comerciais com normandos levaram-no, entre 1526 e 1528, a visitar a França, onde a mulher foi batizada em Saint-Malo, passando a chamar-se Catarina Álvares Paraguaçu, em homenagem a Catherine des Granches, esposa de Jacques Cartier, que foi sua madrinha. Na mesma ocasião, foi batizada outra índia tupinambá, Perrine, o que fundamenta a lenda de que várias índias, por ciúmes, teriam se jogado ao mar para acompanhar Caramuru quando este partia para a França com Paraguaçu.
No decurso do governo do donatário da capitania da Bahia, Francisco Pereira Coutinho, recebeu importante sesmaria, tendo procurado exercer função mediadora entre os colonos e os índios, não conseguindo, todavia, evitar o recontro de Itaparica, onde Pereira Coutinho perdeu a vida.
Conhecedor dos costumes nativos, Correia contribuiu para facilitar o contato entre estes e os primeiros missionários e administradores europeus. Em 1548, tendo D. João III a intenção de instituir o governo-geral no Brasil, recomendou ao Caramuru que criasse condições para que a expedição de implantação do governo-geral fosse bem recebida, facto revelador da importância que alcançara o náufrago perante a corte portuguesa.
Três dos seus filhos (Gaspar, Gabriel e Jorge) e um dos seus genros (João de Figueiredo) foram armados cavaleiros por Tomé de Sousa pelos serviços prestados à Coroa Portuguesa.
Sua vida inspirou o frei brasileiro Santa Rita Durão a escrever o poema épico Caramuru em 1781. Em 2001, a sua história foi transformada no filme brasileiro Caramuru - A invenção do Brasil.
Referências
- ↑ NAVARRO, E. A. Método moderno de tupi antigo. Terceira edição. São Paulo: Global, 2005. p. 213
- ↑ http://www.caestamosnos.org/efemerides/148.htm
- ↑ http://www.caestamosnos.org/efemerides/148.htm
[editar] Ver também
- Caramuru, livro do Frei José de Santa Rita Durão.
- Caramuru - A invenção do Brasil, Filme de Guel Arraes.
[editar] Ligações externas
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