sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

FADAS E CONTOS DE FADAS


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A Fada-Madrinha e Cinderela.
A fada é um ser mitológico, característico dos mitos célticos, anglo-saxões, germânicos e nórdicos.
O primeiro autor que mencionou as fadas foi Pompônio Mela, um geógrafo que viveu durante o século I d.c. As fadas também são conhecidas como sendo as fêmeas dos elfos. O termo incorporou-se a cultura ocidental a partir dos assim chamados "contos de fadas". Nesse tipo de história, a fada é representada de forma semelhante a versão clássica dos elfos de J.R.R. Tolkien, porém apresentando "asas de libélula" as costas e utilizando-se de uma "varinha de condão" para realizar encantamentos.
Dependendo da obra em que aparece, a fada pode ser retratada em estatura de uma mulher normal ou diminuta. No primeiro caso, temos a fada de Cinderela. Como exemplo da segunda representação podemos citar "Sininho", do clássico infantil "Peter Pan", de J. M. Barrie.
O escritor e folclorista inglês Joseph Ritson, na sua dissertação On Faries, definiu as fadas como uma espécie de seres parcialmente materiais, parcialmente espirituais, com o poder de mudarem a sua aparência e de, conforme a sua vontade, serem visíveis ou invisíveis para os seres humanos.[1]

Índice

[esconder]

[editar] Etimologia

Segundo Schoereder (s/d., p. 66), o nome fada "vem do latim fatum, que significa fado, destino. Dessa forma, acredita-se que elas intervêm de forma mágica no destino das pessoas."

[editar] As fadas de Cottingley


Frances Griffiths e Elsie Wright (Junho, 1917)
Embora além da percepção das pessoas comuns, as fadas continuariam a existir em nosso mundo. Tal afirmação é feita à luz de diversos testemunhos de clarividência, de fenômenos paranormais e parapsicológicos que atestariam a realidade do "mundo invisível" onde supostamente vivem fadas e outros "espíritos mágicos da Natureza" (Coelho, 1987, pp. 36–7). Nas palavras de Schoereder (s/d., p. 21):
São numerosos os relatos de pessoas que dizem ter observado seres estranhos, supostamente vindos de planos paralelos de existência.
Um dos mais estranhos destes relatos citados por Schoereder em seu livro (e que ficou conhecido como as fadas de Cottingley), é o que envolve duas primas, as adolescentes inglesas Elsie Wright e Frances Griffiths, que em 1917, ao se fotografarem mutuamente num jardim, acabaram revelando também imagens de pequenas criaturas aladas, apontadas como fadas e duendes. O caso foi parar nos jornais e as fotos, publicadas no Strand Magazine em 1920, despertaram a atenção até mesmo de Sir Arthur Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes.
Doyle, que era um seguidor do espiritualismo, acreditou na veracidade das fotos e chegou mesmo a escrever um livro onde defende suas convicções, The Coming of the Fairies ("A Vinda das Fadas"). Na época (ou posteriormente), não foi verificada nenhuma evidência de montagem fotográfica nas imagens, e a autenticidade das mesmas tornou-se assunto de discussão, com adversários e defensores das mesmas digladiando-se nos jornais.
Interrogadas, Elsie e Frances afirmaram que apenas elas podiam fotografar as fadas, e que mais ninguém poderia estar presente em tais momentos. Houve apenas uma testemunha independente das cenas visualizadas pelas adolescentes, o escritor teosofista Geoffrey L. Hodson, que confirmou o relato das duas.
No início dos anos 1970, Elsie e Frances, agora senhoras idosas, foram entrevistadas pela BBC e insistiram na autenticidade das fotos. Elsie afirmou que "se você pensar seriamente em alguma coisa ela se tornará sólida, real. Acredito que as fadas eram invenção da nossa imaginação" (Schoereder, s/d., p. 27). Embora isso possa soar como uma confissão de fraude, Schoereder defendeu Elsie e Frances com um argumento retirado da parapsicologia: elas poderiam ter a capacidade de registrar numa película fotográfica, imagens vistas em seus pensamentos.
Mas finalmente em 1982, numa entrevista à Joe Cooper, Elsie e Frances admitiram que haviam forjado as quatro primeiras fotografias, sem precisar usar qualquer habilidade fotográfica: as fadas e duendes eram simplesmente recortes de papel, presos no matagal com alfinetes de chapéu. A evidência para isto fora encontrada anos antes, em 1977, por Fred Gettings. Ele havia descoberto num livro infantil, Princess Mary's Gift Book, publicado por volta de 1914 e que as duas meninas podem ter visto, um poema de Alfred Noyes intitulado "A Spell for a Fairy" ("Um feitiço para uma fada") ilustrado por Claude Shepperson. As fadas que aparecem na ilustração, embora com vestidos diferentes, são obviamente a origem das poses de três das quatro fadas que surgem na primeira foto de Frances tirada por Elsie, em julho de 1917.
Conforme citado por Kronzek (2003, p. 131), "Frances lembrou-se de ter ficado chocada ao ver como algumas pessoas acreditavam nas suas histórias. Afinal, sublinhou ela, os alfinetes estavam bem visíveis em algumas fotos — mas, ainda assim, ninguém os notou."

[editar] A hierarquia do mundo invisível


Fadas do prado por Nils Blommér em 1850.
Segundo a teosofia, os espíritos da natureza podem ser categorizados hierarquicamente, na forma como se segue (Gelder, 1986):
  • Anjos ou Devas: seres luminosos de grande inteligência que agem como orientadores da Natureza e supervisores dos espíritos de menor importância.
  • Elementais, Espíritos da Natureza ou Fadas: espíritos dos quatro elementos (ar, água, terra e fogo).
    • Elementais do ar: divididos em sílfides ou fadas das nuvens e fadas das tempestades. As primeiras vivem nas nuvens, são dotadas de elevada inteligência e sua principal atividade é transferir luz para as plantas; interessam-se muito também por animais e por pessoas, para as quais podem agir como protetoras e guias. As fadas das tempestades possuem grande energia e circulam sobre as florestas e ao redor dos picos das montanhas; costumam ser vistas em grupos pelas alturas e só descem à superfície quando o vento está forte.
    • Elementais da terra: seus principais representantes são os gnomos, criaturas de cerca de um metro de altura que vivem no interior da terra (embora existam gnomos da floresta, que cuidam basicamente das raízes das plantas). Os kobolds, menores que os gnomos, são mais amigáveis e prestativos para os humanos que seus parentes, embora sejam igualmente cautelosos. Os gigantes são entidades enormes que costumam estar ligados à montanhas, embora também possam viver em florestas antigas. Finalmente, os Devas da Montanha, são os elementais da terra mais evoluídos, entidades que permeiam e trabalham com uma montanha ou uma cadeia inteira de montanhas, com sua consciência tão profundamente imersa na Terra que mal tomam conhecimento da existência de criaturas de vida breve, como os homens.
    • Elementais do fogo: as salamandras ou espíritos do fogo, habitam o subsolo vulcânico, os relâmpagos e as fogueiras. São mais poderosas que as fadas dos jardins, mas estão mais distantes da humanidade também. São espíritos de transformação, responsáveis pela conversão de matéria em decomposição em solo fértil. Podem agir também como espíritos de inspiração, mediadores entre o mundo angélico e os níveis físicos de criação (ou seja, agem como musas).
    • Elementais das águas: representados pelas ninfas, ondinas, espíritos das águas e náiades, são responsáveis por retirar energia do sol para transmití-la à água. As ninfas estão ligadas às águas, mas também à montanhas e florestas. Regulam o fluxo da água na crosta terrestre e dão personalidade e individualidade a locais aquáticos, tais como poços, lagos e fontes. Podem assumir a forma de peixes, os quais protegem. As ondinas parecem estar restritas a determinadas localidades, sendo responsáveis pelas quedas d'água e a vegetação circundante. Os espíritos das águas vivem em rios, fontes, lagos e pântanos. Assemelham-se a belas donzelas, muitas vezes com caudas de peixe; gostam de música e dança, e têm o dom da profecia. Embora possam ajudar eventualmente os seres humanos, estes têm de se acautelar com tais espíritos, que podem ser traiçoeiros e afogar pessoas. Da mesma forma que os espíritos das águas, as náiades presidem os rios, correntezas, ribeiros, fontes, lagos, lagoas, poços e pântanos.

[editar] As fadas em Harry Potter

No universo ficcional de Harry Potter, as fadas são pequenos animais humanóides de baixa inteligência e fraco poder mágico. Dotadas de asas de inseto multicoloridas, são utilizadas pelos bruxos para compor decorações vivas. Habitantes de matas e alagadiços, são criaturas mudas que comunicam-se através de zumbidos. Reproduzem-se pondo ovos na parte de baixo de folhas. J. K. Rowling cita ainda uma espécie chamada "fada mordente", praga doméstica venenosa. cujos ovos têm propriedades mágicas.

[editar] A Fada do Dente

Há uma tradição em Portugal, Canadá, em parte do Reino Unido e nos Estados Unidos e noutros países europeus, segundo a qual a "Fada do Dente" viria à noite para trocar o "dente de leite", colocado sob o travesseiro de uma criança, por uma moeda ou um pequeno presente.
Histórias sobre a Fada do Dente circulam desde o início do século XX, embora ninguém saiba sua origem exata. Todavia, trocar "dentes de leite" por presentes é algo que remonta aos vikings, mais de mil anos atrás.

[editar] Fadas na cultura popular

[editar] Ver também

O Commons possui uma categoria com multimídias sobre Fada

[editar] Bibliografia

  • COELHO, Nelly Novaes. O Conto de Fadas. São Paulo: Ática, 1987. ISBN 8508015240
  • GELDER, Dora Van. O mundo real das fadas. São Paulo: Pensamento, 1986.
  • KRONZEK, Allan Zola. O Manual do Bruxo – um dicionário do mundo mágico de Harry Potter. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. ISBN 85-7542-069-0
  • SCAMANDER, Newt. Animais Fantásticos e Onde Habitam. Rio de Janeiro: Rocco, 2001. ISBN 85-325-1329-8
  • SCHOEREDER, Gilberto. Fadas, duendes e gnomos. O mundo invisível. São Paulo: Hemus, s/d. ISBN 8528903664

[editar] Notas e referências

  1. Joseph Ritson, Fairy Tales, Elibon Classics, 2007, p. 27.
A adaptação de Disney para a tela de um conto de fadas dos Irmãos Grimm, Branca de Neve e os sete anões (1937), foi seu primeiro longa-metragem de desenho animado.
Andersen, Hans Christian
(1805-1875), autor de contos de fadas dinamarquês, nascido em Odense. Entre seus contos mais famosos estão O patinho feio, A roupa nova do imperador, A rainha das neves, Os sapatinhos vermelhos, O alfaiate valentão e A sereiazinha.
Bettelheim, Bruno
(1903-1990), psicanalista austríaco, se dedicou ao tratamento das crianças com distúrbios graves. Preso pelos nazistas quando a Alemanha se uniu à Áustria, passou dois anos em campos de concentração. Suas melhores obras estudam o autismo infantil: Amor não basta (1950) e A psicanálise dos contos de fada (1976).
Chapeuzinho Vermelho
, heroína de um conto de fadas em que uma menina é devorada por um lobo. O conto foi publicado pela primeira vez por Charles Perrault em Contos de mamãe ganso e, a partir daí, sofreu muitas transformações e versões. A mais conhecida é a dos irmãos Grimm, em Contos de fada para crianças. Nas duas versões, Chapeuzinho vai à casa de sua avó, que está doente, para levar um queijo, uma torta e um pote de mel. Ela tem que passar por um bosque e sua mãe lhe adverte que tome cuidado, não se distraia, nem fale com desconhecidos. A menina, inocente, se diverte com tudo o que encontra no bosque e se deixa enganar por um lobo que lhe propõe um jogo: ver quem chega antes na casa da vovó. O lobo é o vencedor, engole a avó e, depois, a própria Chapeuzinho. A versão de Perrault termina com versos moralizantes.
Os irmãos Grimm modificaram esse final. Na versão deles, o lobo come a Chapeuzinho e a avó e dorme. Seus roncos são tão fortes que chamam a atenção de um caçador que entra na casa e tira as duas da barriga da fera. É a própria Chapeuzinho que diz como ele deve matar o lobo. Existem outras variações, em que o caçador é o pai da Chapeuzinho, ou aquela em que tanto a menina quanto a senhora conseguem se esconder do lobo. Na sua obra A psicanálise dos contos de fada, Bruno Bettelheim adverte que a popularidade dessa história deve-se à imaginação de quem ouve o conto, atribuindo-lhe um significado pessoal. Assim, a voracidade ou o canibalismo do lobo agradarão à uma criança pequena. Outra, um pouco mais velha, captará a ambivalência da protagonista quanto ao prazer de colher flores, distrair-se, falar com desconhecidos, seguir o caminho indicado por sua mãe e até mesmo decidir como acabar com o lobo. Os adolescentes irão discernir entre o sedutor que busca sua destruição (o lobo) e a pessoa solidária e racional que ajuda seus semelhantes (o caçador) que, simbolicamente, são homens.Cinderela, heroína de um conto popular que narra a história de uma menina maltratada por sua madrasta e irmãs mais velhas. Uma fada intervém e a ajuda, fazendo com que um príncipe se apaixone por ela. Os dois se casam e vivem felizes para sempre. Há inúmeras versões da história em todo o mundo e sua origem é antiga, provavelmente oriental. Na Europa, a versão mais conhecida é a que se encontra nos Contes de ma mère l'oye (Contos de mamãe ganso), editado em 1697. Os Contes de ma mère l'oye é uma coleção de histórias de tradição oral, compiladas por Charles Perrault.Cinderela, heroína de um conto-de-fadas europeu, é maltratada por sua madrasta e irmãs de criação. Após receber ajuda de sua fada-madrinha, tudo se transforma. Um príncipe se apaixona por ela, os dois se casam e são felizes para sempre. A versão que chegou ao Brasil é uma tradução do conto Cendrillon, de Charles Perrault, e faz parte da coleção de histórias infantis Contos da mamãe gansa (1697). Perrault fez algumas adaptações no original, introduzindo a fada bondosa e o sapatinho de cristal.
Contos da carochinha, todo o gênero de contos infantis, também conhecidos, em parte do Brasil, por Contos de Fadas e, no norte e nordeste, por Contos do Trancoso. Os contos da carochinha são narrativas convencionais, de tradição oral, que são contados para as crianças através das gerações. A partir do século XVIII, estes contos começaram a ser escritos. Importados da Europa, os contos da carochinha sofreram alterações nas terras onde são narrados, embora ainda guardem elementos de suas várias origens. Documentam usos, costumes e fórmulas jurídicas e sua mensagem, é, quase sempre, de caráter moral. A narrativa apresenta obstáculos diferentes que, superados, garantem ao "bem" um final feliz. Os personagens são simples, as cenas e os cenários estereotipados. O enredo consiste, geralmente, nas aventuras de uma criança que realiza um desejo ou cumpre uma missão. Os contos clássicos vêm do século XVIII, através do francês Charles Perrault, que registrou Cinderela, A bela adormecida e Chapeuzinho Vermelho e do século XIX, quando, na Alemanha, os Irmãos Grimm impulsionaram o gênero publicando, entre outros, João e Maria e Rapunzel. Embora o elemento fantástico seja um dos traços primordiais dos contos infantis, o dinamarquês Christian Andersen escreveu, no século XIX, O patinho feio e O soldadinho de chumbo, relatos com traços de amargura que revelam sua vida difícil e a natureza angustiada do autor. O italiano Collodi lançou o Pinóquio, o americano Baum O mágico de Oz e o escocês Barrie, Peter-Pan. Há uma estabilidade nos temas e enredos dos contos de fadas: todos se desenrolam no mundo do imaginário. Esta razão, aliada à imaginação infantil, fazem com que os Contos da Carochinha permaneçam sempre atuais. Ver também Contos tradicionais.
Contos de fadas
, histórias de ficção cujos protagonistas são pequenos seres sobrenaturais do folclore (geralmente com aspecto humano) que habitam uma região imaginária chamada terra das fadas. Os contos de fadas narram as intervenções destes seres, através de magia, nos assuntos humanos. Estes contos abrangem, também, os duendes, gnomos, elfos, gênios, trolls, trasgos, anões, silfos, espíritos e ninfas. A crença nos duendes e fadas foi um atributo universal da cultura popular primitiva. O primeiro testemunho escrito de contos fantásticos não apareceu na Europa até o século XVI.
Fadas
, de acordo com a tradição popular, seres fantásticos e imortais, normalmente com aspecto humano, que vivem no imaginário país das maravilhas e que, com o auxílio de magia, intervêm nos assuntos dos mortais. No reino das fadas também moram os duendes, os gnomos, os elfos, os trolls, os anões, as bruxas, os magos, os gênios, os anões e as ninfas.
A crença nas fadas, comum em todos os países, repousa em antigas lendas enraizadas no império romano, onde o povo acreditava que elas, assim como as parcas, detinham poderes proféticos e determinavam destinos. As fatae acompanharam o exército romano em todas as batalhas e, dessa forma, ficaram conhecidas onde o império passou. Assim, o termo latino fata (ver Língua latina) originou o vocábulo português fada (ver Língua portuguesa); o espanhol, hada (ver Língua espanhola); o francês, fée (ver Língua francesa); o alemão, Fee (ver Língua alemã); e o inglês, fairy (ver Língua inglesa). As fadas não foram absorvidas pela cultura grega porque os gregos cultuavam as dríades e as ninfas, mas chegaram às Américas através dos colonizadores portugueses, espanhóis e ingleses. As apsaras e os gandharvas, da mitologia hindu, e a deusa Hator, da mitologia egípcia, são criaturas semelhantes às fadas. A NATUREZA DAS FADAS A função primitiva das fadas era aparecer na casa onde iria nascer uma criança para proteger a mãe e presentear o recém-nascido com um dom. Mas, se não fossem recebidas de forma amável, ofendiam-se e amaldiçoavam a família. Com o passar do tempo, as lendas em torno delas aumentaram e, cada vez mais, as fadas passaram a interferir nos assuntos humanos. Nas histórias há fadas de todos os tipos: grandes, pequenas, voadoras ou não, masculinas e femininas. Ao contrário dos humanos, os animais podem vê-las. No entanto, na Noite de São João, se houver lua cheia, os homens conseguem observá-las dançando. Acredita-se, também, que se essas criaturas surpreenderem um ser humano olhando-as, podem enfeitiçá-lo. E, se desejarem, utilizam seu glamour — qualidade inata às fadas que lhes permite mudar de aparência, cativar os mortais e conceder dons — e se deixam admirar. Sobre as fadas há descrições detalhadas e algumas recomendações: são curiosas, sensíveis, se aborrecem com facilidade e devem ser tratadas com tato e delicadeza. Não existem fadas más ou boas e, sim, fadas que mudam de personalidade conforme a necessidade, ainda que, geralmente, sejam amáveis, simpáticas e divertidas. Sua maior maldade é roubar um bebê recém-nascido do berço e substituí-lo por outro ou, ainda, deixar em seu lugar alguma amostra de que foram as responsáveis pelo sumiço. Agem desta maneira quando se sentem ofendidas. Existem as fadas solitárias e as gregárias, que vivem em uma comunidade liderada por uma rainha. A sociedade global das fadas é regida por uma rainha suprema, Titânia, rigorosa, justa e muito bonita. Seu companheiro é o príncipe Oberon, compassivo, brigão e namoradeiro. Como se trata de uma sociedade matriarcal, Oberon é, apenas, um príncipe consorte. AS FADAS NA LITERATURA A literatura explorou amplamente o tema das fadas. Nosso conhecimento sobre elas deve-se muito ao que foi escrito. Há um gênero literário voltado exclusivamente a este assunto: os contos de fadas. Desse modo, os nomes de muitas fadas ficaram conhecidos: Morgana, devido à Lenda do rei Artur; Sininho, da história de Peter Pan, de J. M. Barrie, e a Fada Azul de Pinóquio, de Carlo Collodi. A fada-rainha Titânia é descrita em Sonho de uma noite de verão, de William Shakespeare, e em A rainha das fadas, de Edmund Spenser. Entre os muitos livros sobre o tema destacam-se Comus, um disfarce de John Milton; Contos de Mamãe Gango, de Charles Perrault; Contos de fadas para crianças, dos irmãos Grimm; os Contos e Undine, de E.T.A. Hoffmann.
Graves, Robert (1895-1985), poeta, romancista e erudito inglês. Entre seus ensaios sobre mitologia cabe destacar O velocino de ouro (1944), A deusa branca (1947) e Mitos e lendas gregas (1968). Como prosador escreveu, entre outros, Adeus a tudo isso (1929, revisado 1957) e obras de ficção histórica como Eu, Cláudio e Cláudio e deus (ambos em 1934), Rei Jesus (1946) e A filha de Homero (1955). Após seu primeiro livro de poesia, Fadas e fuzileiros (1917), publicou Poemas completos (1959, 1975).
Grimm, Irmãos
, Jacob Ludwig Karl Grimm (1785-1863) e Wilhelm Karl Grimm (1786-1859), pesquisadores alemães da filologia e do folclore. Entre as muitas obras de Jacob, destaca-se a Gramática alemã (1819-1837), considerada como a origem da filologia germânica. Wilhelm, entre outras, publicou Lendas alemãs (1829). Juntos escreveram Contos de fadas para crianças (1857), a obra mais conhecida dos irmãos Grimm. Em 1854, os dois publicaram o primeiro volume da monumental Deutsches Wörterbuch, dicionário alemão de referência.
Hearn, Lafcadio
(1850-1904), escritor de origem greco-irlandesa que divulgou a cultura japonesa no Ocidente. Entre suas principais obras destacam-se Strange Leaves from Strange LIterature (1884), Some Chinese Ghosts (1887), Glimpses of Unfamiliar Japan (1894), In Ghostly Japan (1899), Kwaidan (1904) — poesia e contos de fadas — e Japan: An Attempt at Interpretation (1904).
Infantil e juvenil brasileira, Literatura
, ao contrário das outras artes, onde não se estabelecem critérios para definir o espectador, na literatura costuma-se falar que há livros para crianças, livros para jovens e outros para adultos. No entanto, até cerca de 300 anos atrás, não se fazia na literatura qualquer distinção de faixa etária. Grande parte dos motivos que serviam à literatura escrita, circulavam na forma de narrativas orais. Contos da mamãe gansa (Charles Perrault, 1697) é o marco inicial de uma literatura pedagógica e voltada para a criança que, gradativamente, impôs-se através de uma linguagem livre e inventiva e, também, pela poesia e pelo lúdico. Por muito tempo, a literatura infantil e juvenil foi considerada uma realização menor em função de estereótipos que, hoje, estão praticamente erradicados. Por seu crescente compromisso com a qualidade estética, a literatura voltada para crianças e jovens ocupou um espaço no conjunto de obras da literatura nacional (ver Literatura brasileira). Infância e juventude são períodos da vida que proporcionam devaneios fundamentais para a saúde mental do futuro adulto e sua capacidade de enfrentar desafios e resolver conflitos. Ao escrever Peter Pan (1911), a história do menino que se recusa a crescer, James Barrie fornece às crianças um território livre onde tolerância, riso e confiança permitem que estas conservem, quando adultas, características que ajudam a viver. Obras como os Contos de Hans Christian Andersen (1833), o Pinóquio (Collodi, 1883), Alice no país das maravilhas (Lewis Carroll, 1863), além de histórias de aventuras e adaptações de clássicos como Robinson Crusoé (Daniel Defoe, 1719), e Viagens de Gulliver (Jonathan Swift, 1726) são os volumes iniciais de uma biblioteca infantil. Entre nós, a produção deste estilo de literatura inicia-se por volta da proclamação da república, dentro do ideal de inserção do Brasil no contexto ocidental. Traduções e adaptações, feitas em grande parte por Carlos Jansen e Figueiredo Pimentel, vão constituir as obras postas ao alcance da criança brasileira. Surge a revista O Tico-Tico (1905), importante por sua linguagem brasileira, oferecendo tipos e circunstâncias familiares ao leitor que, com freqüência, estranhava os termos encontrados nos livros portugueses e consumidos no Brasil. No período de 1880 a 1920, aparecem as antologias folclóricas e temáticas, numa perspectiva de formação da criança e do jovem brasileiro dentro do programa republicano que aspira à modernização, ainda que proposta de maneira relativa e excludente. A literatura infantil passa a estar presente nas escolas, ensinando aos pequenos brasileiros o que se espera deles. Assim, Júlia Lopes de Almeida e Adelina Lopes Vieira escrevem, em 1886, Contos infantis e Olavo Bilac, secundado por Coelho Neto, publica, em 1904, Contos pátrios. Em 1910, Bilac escreve, junto com Manuel Bonfim, o livro Através do Brasil. O projeto modernista propicia conquistas para a literatura infantil. Em 1921, José Bento Monteiro Lobato publica Narizinho arrebitado que, dez anos mais tarde, aparece ampliado com o nome Reinações de Narizinho, obra definitiva na constituição de um perfil dos livros infanto-juvenis brasileiros. Lobato cria um espaço maravilhoso, implantando o Sítio do pica-pau amarelo no imaginário das crianças. Sem perder de vista o aspecto comercial - e nele investindo de maneira consciente e agressiva - as décadas de 1930 e 1940 trazem, para este mercado-leitor, autores consagrados na literatura para adultos. De José Lins do Rego é Histórias da velha Totônia (1936), Luís Jardim escreve O boi aruá (1940), Graciliano Ramos publica A terra dos meninos pelados (1939) e Alexandre e outros heróis (1944) e Érico Veríssimo cria As aventuras do avião vermelho (1936). Continuam os propósitos educacionais, fazendo-se muito forte as diretrizes do Estado Novo. Abrem-se, porém, espaços para a contestação dos modelos pedagógicos vigentes, seja na obra ímpar de Monteiro Lobato, seja na visão lúcida de Graciliano Ramos que tem sua Pequena história da república censurada nos anos 40. Em 1943, Henriqueta Lisboa publica O menino poeta, possibilitando à criança o convívio com a poesia sem ranços didáticos. Em 1964, Cecília Meireles edita Ou isto ou aquilo, volume de poemas que ganha sucessivas reedições, com apurados projetos gráficos. Em 1951, Maria Clara Machado funda o Tablado, grupo experimental de teatro voltado para o público infanto-juvenil, para o qual ela escreve peças como Pluft, o fantasminha (1955). Entre 1940 e 1960, os escritores para crianças se profissionalizam, atentos às normas ideológicas vigentes e dentro de um esquema voltado para o sucesso comercial. Predominam aventuras onde a criança é o grande herói, temas da história pátria ainda vinculados à uma visão colonizadora e situações do cotidiano em que obediência e acomodação são palavras de ordem. Aventuras de Xisto (Lúcia Machado de Almeida, 1957), O caranguejo bola (Maria Lúcia Amaral, 1945), Os segredos de Taquara-Poca (Francisco Marins, 1947). O gigante de botas (Ofélia e Narbal Fontes, 1941), João bolinha virou gente (Vicente Guimarães, 1943) e Éramos Seis (Maria José Dupré, 1943) são os nomes mais destacados do período. É importante citar A cidade perdida (1948), obra de Jerônimo Monteiro empenhada na integração da Amazônia ao cenário de aventuras. A partir dos anos 60, o surpreendente - tão comum na boa literatura para adultos - começa a se fazer presente na literatura infantil. Nesta época, nomes do porte de Clarice Lispector (A mulher que matou os peixes, 1974, e A vida íntima de Laura, 1974) dedicam-se a escrever, também, para crianças. Inserida na indústria cultural, a literatura infantil tem em Edy Lima (A vaca voadora, 1972) e João Carlos Marinho (O gênio do crime, 1969) autores que sabem entreter sem aderir à massificação. Na década de 1970, a repressão política e o aprimoramento estético favoreceram o boom da literatura infantil e juvenil que passa a ser o espaço das discussões proibidas na literatura adulta, fortemente censurada. Lygia Bojunga Nunes (Os colegas, 1972, e Angélica, 1975) trata de, alegoricamente, questões existenciais e sociais vividas pelas crianças. Ruth Rocha e Ana Maria Machado - com, respectivamente, O reizinho mandão (1978) e História meio ao contrário (1979) – marcam a produção que se fará daí para a frente: com a investigação do espaço imaginário e uma visão crítica e bem-humorada da sociedade a partir do ponto de vista infantil. A coleção do pinto (editor André Carvalho) traz para a literatura infantil temas dolorosos do cotidiano: marginalização da infância, alcoolismo, degradação da qualidade de vida urbana, desvalorização do professor, preconceito racial e genocídio. Nesta linha destacam-se os títulos Pivete (Henry Correa de Araújo, 1977), Filho de pinguço (Alciene Ribeiro Leite, 1983), O menino e o pinto do menino (Wander Piroli, 1975), O professor Burrim e as quatro calamidades (J. J. Veiga, 1978), Xixi na cama (Drumond Amorim, 1979), Cão vivo, leão morto: era apenas um índio (Ary Quintella, 1980). A criança leitora entende a literatura em sua essência: a comunicação. Com Uma idéia toda azul (1979), Marina Colasanti dá, ao conto de fadas, um novo e singular vigor. Na concepção do livro como objeto de prazer colocado nas mãos das crianças, a ilustração ganha posição primordial. Em 1969, Flicts, de Ziraldo, abre o caminho para o livro de imagens que com Domingo de manhã e Ida e volta (Juarez Machado, 1976) e Chapeuzinho amarelo (Chico Buarque, 1979), consolidam um gênero que tem alcançado altos momentos, destacando-se os trabalhos de Ângela Lago (Chiquita bacana e outras pequetitas, 1986); Eliardo França (O rei de quase-tudo, 1974) e Ciça Fittipaldi (Pequena história de gente e bicho, 1992). Na década de 80, consolidam-se conquistas anteriores, abrindo-se mais espaços para questões como preconceito social, marginalização do negro, violência contra a criança e o jovem. Verifica-se, também, a presença forte do folclore, utilizado com sentido crítico nas obras de Joel Rufino dos Santos (A botija de ouro, 1987) e Ricardo Azevedo (Disparates, 1987). Assiste-se à renovação da narrativa, com recursos da fala popular. Prolifera a literatura de massa, mas também se apresentam autores como Bartolomeu Campos Queirós (Ciganos, 1983), José Paulo Paes (É isso ali, 1984), Sérgio Capparelli (Os meninos da rua da praia, 1979) que levam à criança e ao jovem poesia da melhor qualidade. Elevada dose de humor, sinceridade e esperança - representados no singular trabalho de Sylvia Orthof, Uxa, ora fada, ora bruxa (1985) - concretizam benefícios da literatura que começa a chegar à grande parte das crianças e jovens brasileiros. Nos anos 90, a problemática do mal apresenta-se como uma das linhas mestras da literatura infantil e juvenil, com obras de qualidade como Grogue, de Toni Brandão (1993), O abraço, de Lygia Bojunga (1996), Atentado, de Sonia Motta (1994) e Cena de rua, de Ângela Lago (1994). Amplia-se o espaço da poesia. Bartolomeu Campos Queirós com Por parte de pai (1995) e Ler, escrever e fazer conta de cabeça (1996) investe numa linha de saga poética de extrema sensibilidade. Multiplicam-se as obras voltadas para os adolescentes: Chifre em cabeça de cavalo, de Luiz Raul Machado (1995), Caixa postal 1989 (1992), de Angela Carneiro, Duda 2: a missão (1994), de Marcelo Carneiro da Cunha. O folclore mantém seu espaço voltando-se, agora, para o reconhecimento da memória e da força da cultura popular como se verifica em Maria Teresa, de Roger Mello, Viva o boi bumbá, de Rogério Andrade Barbosa e Comadre Florzinha contra a mula-sem-cabeça, de Regina Chamlian, todos de 1996. Constata-se no período a existência de muitos produtos de cultura de massa, mas se registra grande e qualitativa presença do livro informativo, dos quais Serafina e a criança que trabalha: histórias de verdade, de Jô Azevedo, Cristina Porto e Iolanda Huzak (1996) e Democracia: cinco princípios e um fim, organizado por Carla Rodrigues (1996) são bons exemplos. Ainda em 1996, a preocupação com o acesso da criança à arte produz o belo De dois em dois: um Passeio pelas bienais, de Renata Sant'Anna, Maria do Carmo Carvalho e Edgard Bittencourt. Reconhecida pela alta qualidade, a literatura infantil e juvenil brasileira já recebeu o prestigiado Prêmio Andersen, concedido em 1982 à Lygia Bojunga Nunes. Do ponto de vista editorial, O menino maluquinho (Ziraldo, 1980) ultrapassou a casa de um milhão de exemplares vendidos. Além do empenho de autores, educadores e agentes de política cultural, estes resultados devem-se, também, à Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, entidade fundada em 1968 por Laura Sandroni, Ruth Vilela de Sousa e Maria Luísa Barbosa Ribeiro.
Infantil, Literatura, sob este termo encontram-se diferentes gêneros (ficção, poesia, biografia e história) e manifestações literárias: fábulas, adivinhações, lendas, poemas e contos baseados na tradição oral. Aparece como forma independente da literatura na segunda metade do século XVIII e desenvolveu-se de forma espetacular no século XX.
O descobrimento do mundo antigo traz à tona numerosas fábulas da antigüidade e, junto com as traduções de Esopo, aparecem novos criadores como Jean de la Fontaine, autor das Fábulas (1688). Charles Perrault publica na França seus Histórias ou contos do passado (1697), onde reúne alguns relatos populares. Subintitulados Contos de mamãe ganso, guardam a tradição de lendas celtas e histórias italianas. Pele de Asno, Pequeno Polegar, Gato de Botas, Cinderela e Chapeuzinho Vermelho aparecem nesta obra, introduzindo e consagrando “o mundo das fadas” na literatura infantil. Mas as histórias que realmente triunfaram em toda Europa foram As mil e uma noites, que foram traduzidas para o francês em onze volumes entre 1704 e 1717. Em 1745, John Newbery abre a primeira livraria e editora para crianças, A Bíblia e o sol, e edita grande número de obras. Na Inglaterra, apareceram dois livros de grande transcendência: O Robinson Crusoé (1719) de Daniel Defoe e As viagens de Gulliver (1726) de Jonathan Swift. Os filósofos e pensadores da época começam a pensar que a criança necessita sua própria literatura, é claro que com fins didáticos. Na Espanha, Tomás de Iriarte escreve suas Fábulas literárias (1782) e Félix María Samaniego publica suas Fábulas (1781). SÉCULO XIX. DESCOBRIMENTO DA CRIANÇA No começo do século XIX, Jacob e Wilhelm Grimm escreveram seus Contos de fadas para crianças (1812-1822), onde aparecem personagens que se tornariam famosos em todo o mundo. Hans Christian Andersen foi o grande sucessor do trabalho dos irmãos Grimm. Seus contos gozaram de grande êxito com a mais alta qualidade literária. Mas a suprema combinação de fantasia e humor demonstrou Lewis Carrol em Alice no país das maravilhas (1865). Oscar Wilde continuou a tradição dos contos de fadas com os livros que escreveu para os seus filhos, entre os quais se destaca The happy prince (O príncipe feliz), entre outros. Na segunda metade do século XIX, os grandes cultivadores deste gênero são Robert Louis Stevenson, Rudyard Kipling e Jules Verne. Deste modo, o século XIX, que havia começado colocando ao alcance das crianças um mundo mágico, povoado de duendes, fadas, fantasmas e bruxas, terminou oferecendo uma literatura que se beneficia e antecipa o desenvolvimento científico da época. SÉCULO XX. ESPLENDOR DO LIVRO INFANTIL A literatura infantil adquire, por fim, autonomia. A psicologia da criança, seus interesses e suas vivências são levados em conta pelos escritores que elaboram muito mais seus personagens, dão-lhes vida interior e os fazem crescer ao longo da obra. Em época mais recente, numerosos escritores de todo o mundo souberam agradar o gosto do público infanto-juvenil, e chegaram a criar autênticos sucessos universais, como Selma Lagerlöf, Prêmio Nobel de Literatura, com As maravilhosas aventuras de Nils Holgersson através da Suécia (1906), e Enid Blyton, uma autora que publicou mais de quatrocentos livros admirados por crianças de todo o mundo.
Japonesa, Literatura, o termo inclui obras escritas por japoneses nas línguas japonesa e chinesa (ver Língua chinesa). O presente artigo se ocupa principalmente das obras em língua japonesa.
A literatura japonesa desenvolveu-se nos períodos Yamato, Heian, Kamakura-Muromachi, Edo e moderno, denominados assim de acordo com a sede do principal centro administrativo japonês da época (ver Japão). PERÍODO YAMATO (DE ÉPOCAS ARCAICAS ATÉ O FINAL DO SÉCULO VIII D.C) Ainda que não existisse literatura escrita, foram compostas um número considerável de baladas, orações rituais, mitos e lendas que, posteriormente, foram reunidas por escrito e incluem-se na Kogiki (Relação de questões antigas, 712) e a Nippon ki (Livro de História do Japão antigo, 720), primeiras histórias do Japão que explicam a origem do povo, a formação do Estado e a essência da política nacional. A lírica surgida das primitivas baladas incluídas nestas obras estão compiladas na primeira grande antologia japonesa, a Maniosiu (Antología de inumeráveis folhas), realizada por Otomo no Yakamochi depois de 759 e cujo poeta mais importante é Kakimoto Hitomaro. PERÍODO HEIAN (FINAL DO SÉCULO VIII ATÉ FINAL DO SÉCULO XII) A Kokin-siu (Antologia de poesia antiga e moderna, 905) foi reunida pelo poeta Ki Tsurayuki que, no prefácio, proporcionou a base para a poética japonesa. Ki Tsurayuki é também conhecido como autor de um nikki, primeiro exemplo de um importante gênero literário japonês: o diário. A literatura do começo do século X aparece em forma de contos de fadas, como O conto do cortador de bambú, ou de poemas-contos, entre eles, Ise monogatari (Contos de Ise, c. 980). As principais obras da literatura de Heian são Genji monogatari (Contos ou História de Genji, c. 1010) de Murasaki Shikibu, primeiro importante romance da literatura mundial, e Makura-no-soshi (O livro travesseiro) de Sei Shonagon. PERÍODO KAMAKURA-MUROMACHI (FINAL DO SÉCULO XII ATÉ O SÉCULO XVI) A primeira de várias antologias imperiais de poesia foi a Shin kokin-siu (Nova coleção de poemas antigos e modernos, 1205) resumida por Fujiwara Teika. A obra em prosa mais famosa do período, os Heike monogatari (Contos do clã Taira, c. 1220), foi escrita por um autor anônimo. Destacam-se A cabana de três metros quadrados (1212) do monge Abutsu, e Ensaio em ócio (1340) de Kenko Yoshida. O tipo de narrativa mais importante desta época foram os “otogizoshi”, coleção de relatos de autores desconhecidos. O desenvolvimento poético fundamental do período posterior ao século XIV foi a criação do renga, versos unidos escritos em estrofes repetidos por três ou mais poetas. Os maiores mestres desta arte, Sogi, Shohaku e Socho, escreveram, juntos, o famoso Minase sangin (Três poetas em Minase) em 1488. PERÍODO EDO (SÉCULO XVII-1868) Neste período de paz e riqueza surgiu uma prosa obscena e mundana de um caráter radicalmente diferente ao da literatura do período precedente. A figura mais importante do período foi Ihara Saikaku, cuja prosa em O homem que passou a vida fazendo amor (1682) foi muito imitada. No século XIX foi famoso Jippensha Ikku (c. 1765-1831), autor da obra picaresca Hizakurige (1802-1822). O haicai, um verso de 17 sílabas que reflete a influência do zen, foi aperfeiçoado neste período. Três poetas destacam-se por seus haikais: o monge mendicante zen Basho, considerado o maior dos poetas japoneses por sua sensibilidade e profundidade; Yosa Buson, cujos haikus expressão sua experiência como pintor, e Kobayashi Issa. A poesia cômica, numa diversidade de formas, influenciou também este período.PERÍODO MODERNO (1868 ATÉ A ATUALIDADE) Durante o período moderno os escritores japoneses foram influenciados por outras literaturas, principalmente as ocidentais. No século XIX destacam-se os romances de Kanagaki Robunis, Tokai Sanshi, Tsubuochi Shoyo e Futabei Shimei. Ozaki Koyo, fundador da Kenyusha (Sociedade dos amigos do nanquim), incorporou técnicas ocidentais e influenciou-se em Higuchi Ichiyo. No século XX surge o naturalismo, cuja figura principal é Shimazaki Toson. Mori Ogai e Natsume Soseki se mantiveram afastados da tradição francesa dominante. Destacam-se também o autor de relatos Akutagawa Ryunosuke, Yasunari Kawabata (Prêmio Nobel em 1968), Junichiro Tanizaki, Yukio Mishima, Abe Kobo e Kenzaburo Oé (Prêmio Nobel em 1994). Do final do século XIX aos nossos dias existe um forte movimento a favor da poesia ao estilo ocidental. Dentro deste gênero, surgiram excelentes poetas. Entre eles, Masaoka Shiki.
Lenda do rei Artur
, grupo de relatos em várias línguas que se desenvolveu na Idade Média e trata sobre Artur, rei semi-histórico dos bretões, e seus cavaleiros da Távola Redonda. As primeiras referências a Artur encontram-se em fontes galesas como o poema Y Gododdin ( 600) e os relatos Os mabinogion ( 1100). Num destes relatos aparece a esposa de Artur, Guenevere, e os cavaleiros da Távola Redonda. A primeira narrativa artúrica intitula-se Historia Regum Britanniae ( 1139), de Godofredo de Monmouth. A história menciona a ilha de Avalon — onde Artur se recupera das feridas depois da sua última batalha — e narra a infidelidade de Guenevere, assim como a rebelião instigada pelo sobrinho de Artur, Mordred. O desenrolar inglês da lenda artúrica, em Roman de Brut (1205) de Layamon, descreve Artur como um guerreiro épico e introduz o mago Merlin, bem como a história da espada mágica, Excalibur. Desenvolveu-se, também, uma tradição artúrica na Europa, provavelmente através das migrações celtas. No ano 1100, os romances do rei Artur eram conhecidos na Itália e Espanha que, naquela época, inspiravam-se mais na cavalaria e no amor cortês do que nas façanhas de Artur. Na França, os romances artúricos mais antigos são uma série de poemas do século XII, de Chrétien de Troyes. Num deles, conta-se a história de Lancelot, ou Lanzarote, principal cavaleiro de Artur e seu rival pelo amor de Guenevere. Em outro, narra-se a história de Parsifal e, pela primeira vez, fala-se da busca do Santo Graal. Em princípios do século XIII, acrescentou-se à lenda artúrica a história de Tristão e Isolda, procedente da tradição celta. Os romances artúricos ingleses dos séculos XIII e XIV referem-se a Parsifal e Galahad, os cavaleiros do Graal, e sobretudo a Gawain. A principal obra foi sobre Sir Gawain e intitula-se O cavaleiro verde (1370), de autoria desconhecida. Vários destes contos artúricos foram reescritos em prosa inglesa por sir Thomas Malory. Muitos escritores adaptaram as histórias de Artur, seus cavaleiros e a corte esplêndida de Camelot ao gosto contemporâneo. O poeta Edmund Spenser idealizou Artur como o perfeito cavaleiro, numa alegoria épica da sociedade elizabetana. Um exemplo é A rainha das fadas (1590-1599). Os músicos interessaram-se também pelas histórias artúricas, como aconteceu com Richard Wagner e seu Parsifal (1882).
Machado, Ana Maria (1941- ), romancista e autora de literatura infantil. Mora no Rio de Janeiro, sua cidade natal. Jornalista e professora de letras, tem no aspecto lúdico e fundador da linguagem um dos pontos centrais de sua obra literária voltada para crianças e jovens. Começou a escrever pequenos contos — "Camilão, o comilão", "Currupaco papaco", "Severino faz chover" — a convite da revista Recreio. Em 1979, História meio ao contrário abriu caminho à subversão na estrutura dos contos de fadas tradicionais, concedendo ao indivíduo o direito de buscar respostas pessoais para os rumos da própria vida. O menino Pedro e seu boi voador (1979) e Bem do seu tamanho (1980) mostram a criança no seu próprio reinado, isto é, no espaço onde a imaginação permite escapar das normas fixas dos comportamentos habituais. Esta linha narrativa se acentuou em Era uma vez três (1980), Alguns medos e seus segredos e O menino que espiava para dentro (1984). A temática das origens familiares, étnicas, míticas, é outro dos veios da autora: Bisa Bia Bisa Bel (1982), De olho nas penas (1981), Do outro lado tem segredos (1980), Mandingas da ilha quilomba (1984). Tratada sem lugares comuns, a temática ecológica aponta para a tomada de consciência e o diálogo com o mítico: Gente, bicho, planta: o mundo me encanta (1984), Praga de unicórnio (1983). A aventura pessoal na adolescência é presença em Uma vontade louca (1990), Isso ninguém me tira (1994).
Em sua vasta obra cabem muitos outros títulos, alguns voltados para o processo de aquisição da leitura — como na série Mico Maneco (1983 a 1988) para a dramaturgia, Bento-que-bento-é-o-frade (1977), Hoje tem espetáculo (1983) — outros, para a tradução onde se destacam os premiados Peter Pan e Linéia no jardim de Monet (1992) e a série Mitos e lendas (1992-1995). Dedica-se, ainda, a recontar histórias do folclore nacional e universal como em Os dois gêmeos (1996). Escreve também para adultos: Alice e Ulisses (1983), O mar nunca transborda (1995) e Esta força estranha; trajetória de uma autora, publicado em 1996, que mereceu em 1997 o prêmio Jabuti. "Antes mesmo de abrir os olhos, Miguel já estava sentindo calor e umidade. Ouvindo barulho de insetos, gritos de pássaros, de vez em quando uma folha pesada ou uma fruta caindo do alto.
"Machado, Dyonélio, (1895-1985), médico, romancista, contista e jornalista. Nasceu em Quaraí e morreu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Estreou na ficção com os contos Um pobre homem (1927). A publicação do romance Os ratos (1935), livro introspectivo voltado para as mazelas sociais de seu tempo, tornou-o conhecido e respeitado. Sua obra foi tardiamente reconhecida e, entre seus títulos, destacam-se O louco do Cati (1942), Deuses econômicos (1966), Endiabrados (1980) e Fada (1982). Em O cheiro de coisa viva (1995) reuniram-se textos esparsos e o romance O estadista. Especializado em psiquiatria, sua militância política levou-o à prisão, fato que se reflete em sua obra.
Mitologia
, estudo e interpretação do mito e do conjunto dos mitos de uma determinada cultura. O mito é um fenômeno cultural complexo que pode ser encarado de vários pontos de vista. Em geral é uma narração que descreve e retrata em linguagem simbólica a origem dos elementos e postulados básicos de uma cultura. A narração mítica conta, por exemplo, como começou o mundo, como foram criados os seres humanos e os animais e a origem de certos costumes e formas das atividades humanas. Quase todas as culturas possuem ou possuíram mitos algum dia e viveram de acordo com eles. Os mitos diferenciam-se dos contos de fadas por referirem-se a um tempo diferente do tempo comum (Contos tradicionais). A seqüência do mito é extraordinária, desenvolvida num tempo anterior ao nascimento do mundo convencional. Como os mitos se referem a um tempo e um lugar extraordinários, bem como a deuses e processos sobrenaturais, têm sido considerados aspectos da religião. Porém, como sua natureza é integradora, o mito pode iluminar muitos aspectos da vida individual e cultural. Desde os primórdios da cultura ocidental, o mito apresenta um problema de significado e interpretação que tem gerado controvérsias sobre o valor e a importância da mitologia.
Na Capadócia central, o costume de escavar moradias e locais de culto na rocha calcária e no subsolo (chamados "caminhos das fadas", por seu aspecto fantástico) tem uma origem muito antiga. Em Derinkuyu existe uma cidade inteira subterrânea, que se desenvolve em profundidade através de 20 planos, capaz de abrigar 10 mil pessoas e dotada de um sistema eficiente de ventilação natural.
Orthof, Sylvia (1932-1997), escritora brasileira. Nasceu no Rio de Janeiro, em 3 de setembro de 1932. Iniciou sua carreira como atriz, obtendo formação européia. Foi, inclusive, aluna do renomado mímico Marcel Marceau, em Paris. Após retornar ao Brasil, desenvolveu intensas atividades no campo da dramaturgia infantil, destacando-se como autora, diretora, pesquisadora e professora de Teatro. Em 1978, recebeu o prêmio Molière por seu texto teatral para crianças Viagem de um barquinho. Convidada por Ruth Rocha, integrou o grupo de colaboradores da revista Recreio, na década de 1980. Rabiscos e rabanetes (1981), no qual confronta duas visões de mundo (pragmática e criativa), foi o primeiro de cerca de uma centena de livros publicados. Como característica marcante de seu estilo, um peculiar senso de humor, que mescla alegria e argúcia. De sua extensa obra, destacamos, também de 1981, Mudanças no galinheiro mudam as coisas por inteiro, onde há uma ruptura com a lógica instituída; A vaca Mimosa e a mosca Zenilda (1982), que enfoca o aspecto lúdico da vida no campo; Os bichos que tive: Memórias zoológicas (1983), através de um inventário de bichos (ver Bichos nos contos populares), traça um painel das próprias memórias e, ainda, um de seus mais poéticos e imaginativos títulos, Se as coisas fossem mães (1990). Uxa, ora Fada ora Bruxa (1990), é mais um livro que dosa reflexão com riso, fugindo de um acento maniqueísta. O romance para jovens Quem roubou o meu futuro?, de 1989, é um mosaico de diversos gêneros de textos (diário, cartas, poemas, narrativa em prosa, texto teatral), resultado da versatilidade da autora. Zoiúdo, o monstrinho que bebia colírio (1990) é um bom exemplo de harmonia entre texto e ilustração, pois ambos enveredam pelo caminho do mais puro nonsense, senda muito atraente e rica para a literatura infantil. A autora veio a falecer em julho de 1997, no Rio de Janeiro.
Queirós, Bartolomeu Campos de
(1940- ), professor, poeta e escritor infantil (ver Literatura infantil brasileira). Nasceu em Minas Gerais. Formado em Filosofia, estudou arte e educação no Instituto Pedagógico Nacional em Paris, França. Estreou na década de 1970 e, atualmente, ocupa uma posição de destaque no panorama da Literatura infantil e juvenil brasileira, com quase todos os seus livros premiados. Seu primeiro livro, O peixe e o pássaro, foi escrito em 1968, durante o exílio político, tendo sido publicado em 1974. Bartolomeu Campos de Queirós engendra uma prosa transbordante de poesia. O escritor mineiro escapa do ranço do didatismo ao discutir questões do processo educativo. Pedro (1977) fundamenta-se na liberdade para atingir o leitor iniciante, Onde tem bruxa tem fada (1979) põe em confronto a sociedade e os valores marginalizados da criação artística, Mário (1982), Ciganos (1982), Ah! Mar... (1985), Correspondência (1986), Apontamentos (1989) e Minerações (1991) são alguns de seus outros títulos, onde utiliza a linguagem característica das Minas Gerais. Os romances Indez (1989), Por parte de pai (1995) e Ler, escrever e fazer conta de cabeça (1996) abordam temas fundamentais da existência: tempo e memória. Ao desvelar lembranças fugidias, Queirós captura o leitor que, deixando-se levar pela narrativa, mescla à ela suas próprias lembranças. O autor foi indicado para concorrer ao Prêmio Hans Christian Andersen de 1997.Reinações de Narizinho é o primeiro de uma série de livros que inaugurou a literatura infantil no Brasil e na América do Sul. Atento à psicologia da criança, onde o real e o imaginário se confundem, Monteiro Lobato construiu histórias fantásticas que influenciaram várias gerações de brasileiros. Trecho do capítulo "O casamento de Narizinho" VI — O vestido maravilhoso — Mas quem é que fabrica esta fazenda, Dona Aranha? — perguntou ela, apalpando o tecido sem que Narizinho visse.— Êste tecido é feito pela fada Miragem — respondeu a costureira.
Rodgers, Richard Charles
(1902-1979), compositor norte-americano, nascido na cidade de Nova York, que fez associações longas e frutíferas com os letristas Lorenz Hart e Oscar Hammerstein II. Demonstrou cedo seu talento para a composição musical. Como calouro do Columbia College, aos 16 anos, começou a trabalhar com Lorenz Hart, de 23. Os dois compuseram diversas canções e, depois, começaram a fornecer música e letra para shows da Broadway, incluindo o bem-recebido Poor Little Ritz Girl (1920). Seu primeiro sucesso irrestrito veio em 1925, com a revista The Garrick Gaieties. Durante os 17 anos seguintes, a dupla escreveu música e letra para 26 espetáculos da Broadway — incluindo Dearest Enemy (1925, o primeiro musical com partitura totalmente feita por Rodgers e Hart), The Girl Friend (1926), Peggy-Ann (1926), A Connecticut Yankee (1927), Jumbo (1935), On Your Toes (1936), Babes in Arms (1937), I’d Rather Be Right (1937), I Married an Angel (1938), The Boys from Syracuse (1938), Pal Joey (1940), e By Jupiter (1942). Foram também marcos de popularidade canções como Mountain Greenery, Thou Swell, With a Song in My Heart, Mimi, It's Easy to Remember, Blue Moon, The Most Beautiful Girl in the World, The Lady is a Tramp e This Can't Be Love. Rodgers compunha a música antes de Hart escrever a letra, tendo, assim, a liberdade de seguir seus instintos de composição. Suas baladas eram leves — até mesmo as canções mais rápidas eram melódicas, como I Wish I Were in Love Again —, mas as valsas eram a sua especialidade, tais como as animadas Falling in Love with Love e Lover. Pouco antes da morte de Hart, em 1943, Rodgers iniciou com o letrista e libretista Oscar Hammerstein II uma colaboração em que a seqüência criativa foi invertida, de modo que as letras eram escritas primeiro. Isto forçou Rodgers a adequar sua música ao conteúdo da letra e, como Hammerstein escrevia para a personagem e para a trama, a música tornava-se muito mais orientada para o palco. Então, enquanto as canções mais envolventes de Rodgers foram escritas com Lorenz Hart, sua música de palco mais bem-sucedida foi composta com Hammerstein. Juntos, Rodgers e Hammerstein produziram cinco obras de autor — Oklahoma! (1943), Carrossel (1945), South Pacific (1949), O rei e eu (1951), e A noviça rebelde (1959) — além do musical para cinema State Fair (1945), Allegro (1947), Me and Juliet (1953), Pipe Dream (1955), uma adaptação para a televisão do conto de fadas Cinderela (1957) e o divertido Flower Drum Song (1958), um musical da Broadway situado no bairro chinês de São Francisco. Rodgers também compôs a música para os documentários Victory at Sea (1952) e The Valiant Years (1960). Após a morte de Hammerstein em 1960, Rodgers escreveu a letra e a música para No Strings, um sucesso mediano de 1962. Dois esforços subseqüentes, Do I Hear a Waltz (1965; com letra de Stephen Sondheim) e Two by Two (1970; letra de Martin Charnin) obtiveram uma renda modesta, enquanto Rex (1976, letra de Martin Charnin) e I Remember Mama (1979, letra de Martin Charnin e Raymond Jessel) foram um fracasso. Rodgers morreu em sua cidade natal, no dia 30 de dezembro de 1979.
Romantismo (música)
, movimento artístico predominante no último período do século XVIII e início do século XIX. Caracterizava-se por uma ampla variedade de peculiaridades, podendo muitas delas ser ocasionalmente encontradas na música de outras épocas. Apesar disso, as idéias românticas determinaram o pensamento dos compositores ao longo do século XIX. WAGNER: A FAVOR OU CONTRA Para Richard Wagner, a Sinfonia nº 9 era “música que chora por redimir-se através da poesia” e ele considerava uma obrigação levar a arte do desenvolvimento temático ao teatro. Ali, as artes poderiam finalmente unificar-se de verdade em uma síntese de poesia, música e teatro. Seria a obra de arte total, com uma orquestra oculta que articularia e desenvolveria o drama psicológico que estivesse sendo cantado e representado no cenário. Esse ideal foi concretizado com a inauguração dos Festivais de Bayreuth em 1876. No entanto, foi longo o período de formação, em que a carreira de Wagner se viu permeada de reveses, contradições e dificuldades que só seriam superadas através de suas extraordinárias determinação e fé em si mesmo. Die Feen (As fadas, de 1833, sua estréia no gênero), era uma ópera alemã romântica, ao passo que a segunda, Das Liebesverbot (O amor proibido, 1836), tinha inspiração italiana.
Sânscrita, Literatura
, literatura clássica da Índia, escrita em língua sânscrita. O período védico (c. 1500-200 a.C.) inclui obras religiosas como os vedas, os brahmanas e os upanishads. No período sânscrito (c. 200 a.C.-1100 d.C.) a literatura clássica inclui obras épicas como o Mahabharata, o Ramayana e os puranas. PROSA São raros os motivos centrais das fábulas e contos de fadas europeus que não se repitam na prosa indiana. A coleção de contos mais antiga e interessante foi escrita em língua pali, aproximadamente no século IV a.C. Este conjunto de fábulas, que inclui contos sobre as vidas anteriores de Buda, recebeu o nome de Jatakas. Igualmente importante são as fábulas das coleções da literatura sânscrita chamadas Panchatantra e Hipotadesa, baseadas em fontes budistas.Uma importante característica dos conjuntos de fábulas e contos de fadas sânscritos é a inclusão de numerosas histórias com o mesmo fio narrativo. Hipotadesa, atribuído a Narayana, parece ter sido composto por fragmentos do Panchatantra e outras obras. A coleção de contos de fadas mais conhecido, o extenso Kathasaritsagara, foi escrito integralmente perto do ano 1070 pelo poeta Kashmiri.A Índia é produtora de grande quantidade de textos literários de caráter científico, escritos em aceitável sânscrito contemporâneo. Os antigos livros védicos continuam através dos modernos Dharmashatras e Smritis, dos quais o Manu smriti, ou Lei de Manu, e o Yajnavalkya são os exemplos mais conhecidos. Por outro lado, os seis sistemas hindus de filosofia (vedanta, ioga, mimamsa, nyaya, sankhya e vaishesika), assim como a abundante literatura derivada deles, provêm dos upanishads. Os indianos cultivaram as ciências da linguagem e da natureza desde os tempos primitivos.
Tieck, Ludwig
(1773-1853), escritor romântico alemão, famoso por por sua coleção Contos de fada (1797), que firmou sua reputação. Também escreveu os romances: A história do senhor William Lowell (1795-1796), Vida de poeta (1826) e Vida e morte de Santa Genoveva (1836).

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