Faça as devidas correspondências
1. Alegoria
2. Antítese
3. Catacrese
4. Comparação
5. Disfemismo
6. Eufemismo
7. Fábula ou Parábola
8. Figuras de linguagem
9. Gradação
10. Hipérbole
11. Ironia
12. Metáfora
13. Metonímia
14. Onomatopéia
15. Pleonasmo (vicioso)
16. Prosopopéia
( ) cidade dos pés-juntos = cemitério
( ) ou Personificação, consiste na atribuição de características humanas (ações, pensamentos, fala) a seres inanimados.
( )"bater as botas" = morrer
( )"comer capim pela raiz" = morrer
( )"ir para a terra dos pés-juntos" = morrer
( )"Já estou cheio de me sentir vazio."
( )"Já te avisei mais de cem vezes
( )"Seu Micanor canta como um canário".
( )"vestir o paletó de madeira" = morrer
( )a cabeça do alfinete
( )A comparação é feita por meio de um conectivo e busca realçar determinada qualidade do meio termo.(como,tal.qual,assim,quanto etc.)
( )a lua sempre me diz que meu amado vem
( )a polícia abriu fogo contra os assaltantes = atirou
( )Amor e Ódio, Sol e Chuva, Paraíso e Inferno, Deus e Diabo.
( )Ao dizermos que um grilo faz "cricri" ou que batemos à porta e fazemos "toc toc"
( )as ideias que me levariam a dominar o bairro, a cidade, o país, o mundo... E a desejar o Universo... (crescente)
( )Autor pela obra: Lemos Machado de Assis por interesse. (Ninguém, na verdade, lê o autor, mas as obras dele)
( )consiste em dizer o contrário daquilo que se pensa com a intenção de “zombar” de alguém ou alguma coisa
( )consiste em dizer, comunicar uma situação (algo) desagradável através de palavras que abrandem (suavisem) o impacto (gravidade) que possa causar essa situação.
( )consiste na exposição de idéias opostas, ou seja, colocação de idéias opostas lado a lado (próximas), em uma mesma frase.
( )consiste no exagero da expressão.
( )Continente pelo conteúdo: Bebeu um copo d’água. (Ninguém bebe um copo, mas sim a bebida = água que está nele.)
( )descer para baixo
( )é o emprego de termos mais agradáveis para suavizar uma expressão.
( )é uma alegoria curta com uma moral definida.
( )consiste em empregar deliberadamente termos ou expressões depreciativas, sarcásticas ou chulas para fazer referência a um determinado tema, coisa ou pessoa, opondo-se assim, ao eufemismo.
( )Ele é o princípio e o fim de todas as coisas.
( )Ele entregou a alma a Deus = morreu
( )entrar para dentro
( )eu te darei o céu
( )expressões ou palavras cuja sonoridade imita a voz , ruídos de objetos ou animais.
( )figuras de estilo
( )figuras de Retórica
( )Marca pelo produto: O meu irmãozinho adora danone.(Danone é a marca de um iogurte; o menino gosta de iogurte)
( )Meu caro, para mim, você é um simples roedor. Que digo? Um verme... Menos que isso! Uma bactéria! Um vírus!... (decrescente)
( )minha mãe é uma santa
( )o braço da cadeira
( )o dente de alho
( )o pé da mesa
( )o pescoço da garrafa
( )olhando aqui de cima os homens são como formigas
( )ou Sinédoque é uma figura de linguagem que consiste no emprego de um termo por outro, dada a relação de semelhança ou a possibilidade de associação entre eles.
( )pode-se considerá-la como uma comparação que não usa conectivo (por exemplo, "como"), mas que apresenta de forma literal uma equivalência que é apenas figurada.
( )Quando se atribui vida, ação, voz a seres mortos, inanimados
( )quando um locutor diz uma coisa mas pretende dizer outra coisa
( )relacionada com a enumeração, onde são expostas determinadas ideias de forma crescente (em direção a um clímax) ou decrescente (anticlímax).
( )Residem juntamente no teu peito um demônio que ruge e um deus que chora
( )sair para fora
( )são estratégias literárias que o escritor pode aplicar no texto para conseguir um efeito determinado na interpretação do leitor.
( )são freqüentemente usadas para criar situações de humor.
( )semelhante à metáfora
( )subir para cima
Figuras de linguagem ou figuras de estilo / figuras de Retórica - são estratégias literárias que o escritor pode aplicar no texto para conseguir um efeito determinado na interpretação do leitor. São formas de expressão com aspectos semânticos, fonológicos ou sintáticos das palavras afetadas... Tenho-lhe chamado um milhão de vezes! (Exemplo de hipérbole)
Figuras de Linguagem Mais Usadas
Antonomásia: é uma figura de linguagem caracterizada pela substituição de um nome por uma expressão que lembre uma qualidade, característica ou fato que de alguma forma o identifique. • O filho de Deus (Jesus Cristo)
Antítese: é uma figura de linguagem (figuras de estilo) que consiste na exposição de idéias opostas. Ocorre quando há uma aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos.
• Já estou cheio de me sentir vazio.
Catacrese: é a figura de linguagem que consiste na utilização de uma Palavra ou expressão que não descreve com exatidão o que se quer expressar, mas é adotada por não haver outra palavra apropriada - ou a palavra apropriada não ser de uso comum.
• Não deixe de colocar dois pentes de alho na comida.
Comparação? é uma figura de linguagem semelhante à metáfora usada para confrontar qualidades ou ações de elementos. A relação entre esses elementos pode formar uma comparação simples ou uma comparação por símile.
• O Amor queima como o fogo
O disfemismo (ou cacofemismo): é uma figura de estilo (figura de linguagem) que consiste em empregar deliberadamente termos ou expressões depreciativas, sarcásticas ou chulas para fazer referência a um determinado tema, coisa ou pessoa, opondo-se assim, ao eufemismo. Expressões disfêmicas são freqüentemente usadas para criar situações de humor.
• Comer capim pela raiz
Eufemismo: é uma figura de estilo que emprega termos mais agradáveis para suavizar uma expressão.
• Você faltou com a verdade. (Em lugar de mentiu)
Hipérbole ou auxese: é a figura de linguagem[1] que incide quando há demasia propositada [2] num conceito expressa, de modo a definir de forma dramática aquilo que se ambiciona vocabular, transmitindo uma idéia aumentada do autêntico.
• "Rios te correrão dos olhos, se chorares!"
Metáfora: é uma figura de estilo (ou tropo lingüístico), que consiste na comparação de dois termos sem o uso de um conectivo.
• Eu sou um poço de dor e estupidez.
metonímia ou transnominação: é a figura de linguagem que consiste no emprego de um termo por outro, dada a relação de semelhança ou a possibilidade de associação entre eles.
Definição básica: Figura retórica que consiste no emprego de uma palavra por outra que a recorda.
• Lemos Machado de Assis por interesse. (Ninguém, na verdade, lê o autor, mas as obras dele em geral.)
A personificação ou prosopopéia: (prosopopéia, no Brasil) é uma figura de estilo que consiste em atribuir a objetos inanimados ou seres irracionais sentimentos ou ações próprias dos seres humanos.
• O Sol amanheceu triste e escondido.
São recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras de construção, figuras de pensamento e figuras de palavras.
- Figuras de som a) aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais. “Esperando, parada, pregada na pedra do porto.” b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos. “Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.” c) paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos. “Eu que passo, penso e peço.”
- Figuras de construção a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto. “Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia) b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes. Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro) c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período. “ E sob as ondas ritmadas e sob as nuvens e os ventos e sob as pontes e sob o sarcasmo e sob a gosma e sob o vômito (...)” d) inversão: consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase. “De tudo ficou um pouco. Do meu medo. Do teu asco.” e) silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se subentende, com o que está implícito. A silepse pode ser: • De gênero Vossa Excelência está preocupado. • De número Os Lusíadas glorificou nossa literatura. • De pessoa “O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer essa coisinha verde e mole que se derrete na boca.” f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por outra. A vida, não sei realmente se ela vale alguma coisa. g) pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem. “E rir meu riso e derramar meu pranto.” h) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases. “ Amor é um fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer”
- Figuras de pensamento a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido. “Os jardins têm vida e morte.” b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico. “A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.” c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável. Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou) d) hipérbole: trata-se de exagerar uma idéia com finalidade enfática. Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede) e) prosopopéia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados. O jardim olhava as crianças sem dizer nada. f) gradação ou clímax: é a apresentação de idéias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax) “Um coração chagado de desejos Latejando, batendo, restrugindo.” g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa personificada). “Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus!”
- Figuras de palavras a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido. “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita com base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os termos. Observe: Não tinha teto em que se abrigasse. (teto em lugar de casa) c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado. O pé da mesa estava quebrado. d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com facilidade: ...os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os Beatles) e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. A luz crua da madrugada invadia meu quarto.
- Vícios de linguagem A gramática é um conjunto de regras que estabelecem um determinado uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão. Acontece que as normas estabelecidas pela gramática normativa nem sempre são obedecidas pelo falante. Quando o falante se desvia do padrão para alcançar uma maior expressividade, ocorrem as figuras de linguagem. Quando o desvio se dá pelo não-conhecimento da norma culta, temos os chamados vícios de linguagem. a) barbarismo: consiste em grafar ou pronunciar uma palavra em desacordo com a norma culta. pesquiza (em vez de pesquisa) prototipo (em vez de protótipo) b) solecismo: consiste em desviar-se da norma culta na construção sintática. Fazem dois meses que ele não aparece. (em vez de faz ; desvio na sintaxe de concordância) c) ambigüidade ou anfibologia: trata-se de construir a frase de um modo tal que ela apresente mais de um sentido. O guarda deteve o suspeito em sua casa. (na casa de quem: do guarda ou do suspeito?) d) cacófato: consiste no mau som produzido pela junção de palavras. Paguei cinco mil reais por cada. e) pleonasmo: consiste na repetição desnecessária de uma idéia. A brisa matinal da manhã deixava-o satisfeito. f) neologismo: é a criação desnecessária de palavras. Segundo Mário Prata, se adolescente é aquele que está entre a infância e a idade adulta, envelhescente é aquele que está entre a idade adulta e a velhice. g) arcaísmo: consiste na utilização de palavras que já caíram em desuso. Vossa Mercê me permite falar? (em vez de você) h) eco: trata-se da repetição de palavras terminadas pelo mesmo som. O menino repetente mente alegremente.
Figuras sonoras
Aliteração
repetição de sons consonantais (consoantes).
Cruz e Souza é o melhor exemplo deste recurso. Uma das características marcantes do Simbolismo, assim como a sinestesia.
Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas." (fragmento de Violões que choram. Cruz e Souza)
Assonância
repetição dos mesmos sons vocálicos.
Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral." (Caetano Veloso)
(E, O) - "O que o vago e incóngnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando Pessoa)
Paranomásia= TROCADILHO
o emprego de palavras parônimas (sons parecidos).
Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre Antonio Vieira)
Onomatopéia
criação de uma palavra para imitar um som
Ex: A língua do nhem "Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois dava a sua vida / Para falar com alguém. / E estava sempre em casa / A boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." (Cecília Meireles)
Figuras de sintaxe
Elipse
omissão de um termo ou expressão facilmente subentendida. Casos mais comuns:
a) pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implícito: iremos depois, compraríeis a casa?
b) substantivo - a catedral, no lugar de a igreja catedral; Maracanã, no ligar de o estádio Maracanã
c) preposição - estar bêbado, a camisa rota, as calças rasgadas, no lugar de: estar bêbado, com a camisa rota, com as calças rasgadas.
d) conjunção - espero você me entenda, no lugar de: espero que você me entenda.
e) verbo - queria mais ao filho que à filha, no lugar de: queria mais o filho que queria à filha. Em especial o verbo dizer em diálogos - E o rapaz: - Não sei de nada !, em vez de E o rapaz disse:
Zeugma
omissão (elipse) de um termo que já apareceu antes. Se for verbo, pode necessitar adaptações de número e pessoa verbais. Utilizada, sobretudo, nas or. comparativas. Ex: Alguns estudam, outros não, por: alguns estudam, outros não estudam. / "O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano." (Chico Buarque) - omissão de era
Hipérbato
alteração ou inversão da ordem direta dos termos na oração, ou das orações no período. São determinadas por ênfase e podem até gerar anacolutos.
Ex: Morreu o presidente, por: O presidente morreu.
Obs1.: Bechara denomina esta figura antecipação.
Obs2.: Se a inversão for violenta, comprometendo o sentido drasticamente, Rocha Lima e Celso Cunha denominam-na sínquise
Obs3.: RL considera anástrofe um tipo de hipérbato
Anástrofe
anteposição, em expressões nominais, do termo regido de preposição ao termo regente.
Ex: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos.", por: O manto lutuoso da morte vos cobre a todos.
Obs.: para Rocha Lima é um tipo de hipérbato
Pleonasmo
repetição de um termo já expresso, com objetivo de enfatizar a idéia.
Ex: Vi com meus próprios olhos. "E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao seu pesar ou seu contentamento." (Vinicius de Moraes), Ao pobre não lhe devo (OI pleonástico)
Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro - decorre da ignorância, perdendo o caráter enfático (hemorragia de sangue, descer para baixo)
Assíndeto
ausência de conectivos de ligação, assim atribui maior rapidez ao texto. Ocorre muito nas or. coordenadas.
Ex: "Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios."
Polissíndeto
repetição de conectivos na ligação entre elementos da frase ou do período.
Ex: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata. "E sob as ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e sob o sarcasmo / e sob a gosma e o vômito (...)" (Carlos Drummond de Andrade)
Anacoluto
termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica. Normalmente, inicia-se uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.
Eu, parece-me que vou desmaiar. / Minha vida, tudo não passa de alguns anos sem importância (sujeito sem predicado) / Quem ama o feio, bonito lhe parece (alteraram-se as relações entre termos da oração)
Anáfora
repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.
Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que falta / Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico Buarque)
Obs.: repetição em final de versos ou frases é epístrofe; repetição no início e no fim será símploce. Classificações propostas por Rocha Lima.
Silepse
é a concordância com a idéia, e não com a palavra escrita. Existem três tipos:
a) de gênero (masc x fem): São Paulo continua poluída (= a cidade de São Paulo). V. Sª é lisonjeiro
b) de número (sing x pl): Os Sertões contra a Guerra de Canudos (= o livro de Euclides da Cunha). O casal não veio, estavam ocupados.
c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3ª pess - os brasileiros, mas quem fala ou escreve também participa do processo verbal)
Antecipação
antecipação de termo ou expressão, como recurso enfático. Pode gerar anacoluto.
Ex.: Joana creio que veio aqui hoje.
O tempo parece que vai piorar
Obs.: Celso Cunha denomina-a prolepse.
Figuras de palavras ou tropos
(Para Bechara alterações semânticas)
Metáfora
emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. É um tipo de comparação implícita, sem termo comparativo.
Ex: A Amazônia é o pulmão do mundo. Encontrei a chave do problema. / "Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta." (Luís Gonzaga Junior)
Obs1.: Rocha Lima define como modalidades de metáfora: personificação (animismo), hipérbole, símbolo e sinestesia. ? Personificação - atribuição de ações, qualidades e sentimentos humanos a seres inanimados. (A lua sorri aos enamorados) ? Símbolo - nome de um ser ou coisa concreta assumindo valor convencional, abstrato. (balança = justiça, D. Quixote = idealismo, cão = fidelidade, além do simbolismo universal das cores)
Obs2.: esta figura foi muito utilizada pelos simbolistas
Catacrese
uso impróprio de uma palavra ou expressão, por esquecimento ou na ausência de termo específico.
Ex.: Espalhar dinheiro (espalhar = separar palha) / "Distrai-se um deles a enterrar o dedo no tornozelo inchado." - O verbo enterrar era usado primitivamente para significar apenas colocar na terra.
Obs1.: Modernamente, casos como pé de meia e boca de forno são considerados metáforas viciadas. Perderam valor estilístico e se formaram graças à semelhança de forma existente entre seres.
Obs2.: Para Rocha Lima, é um tipo de metáfora
Metonímia
substituição de um nome por outro em virtude de haver entre eles associação de significado.
Ex: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro) / Ir ao barbeiro (o possuidor pelo possuído, ou vice-versa - barbearia) / Bebi dois copos de leite (continente pelo conteúdo - leite) / Ser o Cristo da turma. (indivíduo pala classe - culpado) / Completou dez primaveras (parte pelo todo - anos) / O brasileiro é malandro (sing. pelo plural - brasileiros) / Brilham os cristais (matéria pela obra - copos).
Antonomásia, perífrase
substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma expressão que facilmente o identifique. Fusão entre nome e seu aposto.
Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = Paris, O rei das selvas = o leão, Escritor Maldito = Lima Barreto
Obs.: Rocha Lima considera como uma variação da metonímia
Sinestesia
interpenetração sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato, visão, audição, gustação e tato).
Ex.: "Mais claro e fino do que as finas pratas / O som da tua voz deliciava ... / Na dolência velada das sonatas / Como um perfume a tudo perfumava. / Era um som feito luz, eram volatas / Em lânguida espiral que iluminava / Brancas sonoridades de cascatas ... / Tanta harmonia melancolizava." (Cruz e Souza)
Obs.: Para Rocha Lima, representa uma modalidade de metáfora
Anadiplose
é a repetição de palavra ou expressão de fim de um membro de frase no começo de outro membro de frase.
Ex: "Todo pranto é um comentário. Um comentário que amargamente condena os motivos dados."
Figuras de pensamento
Antítese
aproximação de termos ou frases que se opõem pelo sentido.
Ex: "Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios" (Vinicius de Moraes)
Obs.: Paradoxo - idéias contraditórias num só pensamento, proposição de Rocha Lima ("dor que desatina sem doer" Camões)
Eufemismo
consiste em "suavizar" alguma idéia desagradável
Ex: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou), Você não foi feliz nos exames. (foi reprovado)
Obs.: Rocha Lima propõe uma variação chamada litote - afirma-se algo pela negação do contrário. (Ele não vê, em lugar de Ele é cego; Não sou moço, em vez de Sou velho). Para Bechara, alteração semântica.
Hipérbole
exagero de uma idéia com finalidade expressiva
Ex: Estou morrendo de sede (com muita sede), Ela é louca pelos filhos (gosta muito dos filhos)
Obs.: Para Rocha Lima, é uma das modalidades de metáfora.
Ironia
utilização de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim, valor irônico.
Obs.: Rocha Lima designa como antífrase
Ex: O ministro foi sutil como uma jamanta.
Gradação
apresentação de idéias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax)
Ex: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu não saiba, que eu não veja, que eu não conheça perfeitamente."
Prosopopéia, personificação, animismo
Ex: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de aluguel ..." (Jõao Bosco / Aldir Blanc)
Obs.: Para Rocha Lima, é uma modalidade de metáfora
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.