Mil Novecentos e Oitenta e Quatro (em inglês: Nineteen Eighty-Four) é um romance distópico clássico do autor inglês Eric Arthur Blair, mais conhecido pelo pseudônimo de George Orwell. Publicado em 8 de junho de 1949, retrata o cotidiano de um regime político totalitário e repressivo no ano homônimo. No livro, Orwell mostra como uma sociedade oligárquica coletivista é capaz de reprimir qualquer um que se opuser a ela. A história narrada é a de Winston Smith, um homem com uma vida aparentemente insignificante, que recebe a tarefa de perpetuar a propaganda do regime através da falsificação de documentos públicos e da literatura a fim de que o governo sempre esteja correto no que faz. Smith fica cada vez mais desiludido com sua existência miserável e assim começa uma rebelião contra o sistema.
O romance se tornou famoso por seu retrato da difusa fiscalização e controle de um determinado governo na vida dos cidadãos, além da crescente invasão sobre os direitos do indivíduo. Desde sua publicação, muitos de seus termos e conceitos, como "Big Brother", "duplipensar" e "Novilíngua" entraram no vernáculo popular. O termo "Orwelliano" surgiu para se referir a qualquer reminiscência do regime ficcional do livro. O romance é geralmente considerado como a magnum opus de Orwell.
Orwell, que tinha "a tese de seu romance encapsulada no coração" desde 1944, escreveu grande parte de Mil Novecentos e Oitenta e Quatro na ilha de Jura, na Escócia, entre 1947 e 1948, enquanto sofria de um quadro crítico de tuberculose.[1] Ele enviou o texto final do livro para os editores Secker e Warburg em 4 de dezembro de 1948, e o livro foi publicado em 8 de junho de 1949.[2][3]
Em 1989, Mil Novecentos e Oitenta Quatro já havia sido traduzido para mais de 65 idiomas, mais do que qualquer outro romance de um único autor.[4] O título, os termos, o idioma (Novilíngua) presentes no romance, assim como o sobrenome do autor viraram sinônimo para a perda de privacidade pessoal para a política de segurança nacional de um determinado Estado. O adjetivo "Orwelliano" tem muitas conotações. Pode se referir à ação totalitária, assim como às tentativas de um governo em controlar ou manipular a informação com o propósito de controlar, apaziguar ou até subjugar a população. "Orwelliano" também pode se referir à fala retorcida que diz o oposto do que realmente significa ou, mais especificamente, à propaganda governamental que dá nomes errados às coisas; no romance, o "Ministério da Paz" lida com a guerra e o "Ministério do Amor" tortura as pessoas. Desde a publicação do romance, o termo "orwelliano" tem, de fato, tornado-se uma espécie de bordão para qualquer tipo de excesso ou desonestidade governamental e, portanto, tem múltiplos significados e aplicações. A frase Big Brother is Watching You ("O Grande Irmão está te observando") conota especificamente a vigilância invasiva frequente.
Apesar de ter sido banido e questionado em alguns países, o romance é, ao lado de Fahrenheit 451 de Ray Bradbury, Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley e Nós de Yevgeny Zamyatin, uma das mais famosas representações literárias de uma sociedade distópica.[5] Em 2005, a revista Time listou o romance como uma das cem melhores obras de língua inglesa publicadas desde 1923.[6]
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