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Biografia
Sérgio começou sua carreira jornalística no final dos anos 40, atuando em publicações como as revistas Sombra e Manchete e os jornais Última Hora, Tribuna da Imprensa e Diário Carioca. Nesse mesmo período Tomás Santa Rosa também atuava em vários jornais e boletins como ilustrador. Foi aí que surgiu o personagem Stanislaw Ponte Preta e suas crônicas satíricas e críticas, uma criação de Sérgio juntamente com Santa Rosa - o primeiro ilustrador do personagem -, inspirado no personagem Serafim Ponte Grande de Oswald de Andrade. Porto também contribuiu com publicações sobre música e escreveu shows musicais para boates, além de compor a música "Samba do Crioulo Doido" para o teatro rebolado.Foi também o criador e produtor do concurso de beleza As Certinhas do Lalau, onde figuravam vedetes de primeira grandeza, como Anilza Leoni, Diana Morel, Rose Rondelli, Maria Pompeo, Irma Alvarez e muitas outras.
Conhecedor de Música Popular Brasileira e jazz, ele definia a verdadeira MPB pela sigla MPBB - Música Popular Bem Brasileira. Era boêmio, de um admirável senso de humor e sua aparência de homem sisudo escondia um intelectual peculiar capaz de fazer piadas corrosivas contra a ditadura militar e o moralismo social vigente, que fazem parte do FEBEAPÁ - Festival de Besteiras que Assola o País, uma de suas maiores criações.
FEBEAPÁ
FEBEAPÁ - Festival de Besteiras que Assola o País tinha como característica simular as notas jornalísticas, parecendo noticiário sério. Era uma forma de criticar a repressão militar já presente nos primeiros Atos Institucionais (que tinham a sugestiva sigla de AI). Um deles noticiou a decisão da ditadura militar de mandar prender o autor grego Sófocles, que morreu há séculos, por causa do conteúdo subversivo de uma peça encenada na ocasião.Satirizando o colunista Jacinto de Thormes (pseudônimo de Maneco Muller), Porto, na pele de Stanislaw, criou uma seção chamada "As Certinhas do Lalau", onde cada edição falava de uma musa da temporada, e muitas vedetes e atrizes foram eleitas "certinhas" pela pena admirável do jornalista.
Alcançou a fama por seu senso de humor refinado e a crítica mordaz aos costumes nos livros Tia Zulmira e Eu e FEBEAPÁ. Sua jornada diária nunca era inferior a 15 horas de trabalho. Escrevia para o rádio, para a TV, onde chegou a apresentar programas, e também para revistas e jornais, além de idealizar seus livros. O excesso de obrigações seria demais para o cardíaco Sérgio Porto, que morreu de infarto aos 45 anos de idade.
Porto não viveu para presenciar o Ato Institucional Número Cinco, mas em sua memória um grupo de jornalistas e intelectuais fundou o semanário O Pasquim, em 1969.
Obras publicadas
Como Stanislaw Ponte Preta
- Tia Zulmira e Eu (1961)
- Primo Altamirando e Elas (1962)
- Rosamundo e os Outros (1963)
- Garoto Linha Dura (1964)
- FEBEAPÁ1 (Primeiro Festival de Besteira que Assola o País) (1966)
- FEBEAPÁ2 (Segundo Festival de Besteira que Assola o Pais) (1967)
- Na Terra do Crioulo Doido (1968)
- FEBEAPÁ3 (1968)
- A Máquina de Fazer Doido (1968)
- Gol de Padre
Como Sérgio Porto
- A Casa Demolida (1963)
- As Cariocas (1967)
- A velhinha contrabandista (1967)
Referências
- ↑ "Sérgio Porto, o retrato do presente" - O Estado de S. Paulo, 16 de setembro de 2008
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