Leia o texto a seguir para responder à próxima questão.
Contar é muito dificultoso. Não pelos
anos que já se passaram. Mas pela astúcia que têm certas coisas passadas de
fazer balancê, de se remexerem dos lugares. A lembrança da vida da gente se
guarda em trechos diversos; uns com outros acho que nem se misturam (...)
Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo coisas de rasa importância. Tem
horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras de recente
data. Toda saudade é uma espécie de velhice. Talvez, então, a melhor coisa
seria contar a infância não como um filme em que a vida acontece no tempo, uma
coisa depois da outra, na ordem certa, sendo essa conexão que lhe dá sentido,
princípio, meio e fim, mas como um álbum de retratos, cada um completo em si
mesmo, cada um contendo o sentido inteiro. Talvez seja esse o jeito de escrever
sobre a alma em cuja memória se encontram as coisas eternas, que permanecem...
(Guimarães Rosa. Apud Rubem Alves. Na morada das palavras. Campinas:
Papirus, 2003. p. 139)
(DETRAN/RN – 2010 – FGV) 18 - Pelo sentido do texto, a palavra
“lembrança” em “A lembrança da vida da gente...” pode ser substituída,
sem alteração do sentido, por:
(A) Memória.
(B) Inspiração.
(C) Recomendação.
(D) Direção.
(E) Meta.
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