Leia o texto a seguir para responder à próxima questão
Pelo mundo afora, os jornais sentem a
agulhada de uma conjunção de fatores especialmente desfavoráveis: a recessão
mundial, que reduz os gastos com publicidade, e o avanço da internet, que suga
anúncios, sobretudo os pequenos e rentáveis classificados, e também serve como
fonte – em geral gratuita – de informações. Na Inglaterra, para sobreviver, os
jornais querem leis menos severas para fusão e aquisição de empresas. Na
França, o governo duplicou a verba de publicidade e dá isenção tributária a
investimentos dos jornais na internet.
Mas em nenhum outro lugar a tormenta é
tão assustadora quanto nos Estados Unidos. A recessão atropelou os dois maiores
anunciantes – o mercado imobiliário e a indústria automobilística – e a
evolução da tecnologia, com seu impacto sísmico na disseminação da informação,
se dá numa velocidade alucinante no país. O binômio recessão-internet está
produzindo uma devastação. Vários jornais, mesmo bastante antigos e
tradicionais, fecharam suas portas.
O fechamento de um jornal é o fim de um
negócio como outro qualquer. Mas, quando o jornal é o símbolo e um dos últimos
redutos do jornalismo, como é o caso do New York Times, morrem
mais coisas com ele. Morrem uma cultura e uma visão generosa do mundo. Morre um
estilo de vida romântico, aventureiro, despojado e corajoso que, como em nenhum
outro ramo de negócios, une funcionários, consumidores e acionistas em um
objetivo comum e maior do que interesses particulares de cada um deles.
Desde que os romanos passaram a pregar
em locais públicos sua Acta Diurna, o manuscrito em que informavam sobre
disputas de gladiadores, nascimentos ou execuções, os jornais começaram a
entrar na veia das sociedades civilizadas. Mas, para chegar ao auge, a
humanidade precisou fazer uma descoberta até hoje insubstituível (o papel),
duas invenções geniais (a escrita e a impressão) e uma vasta mudança social (a
alfabetização). Por isso, um jornal, ainda que seja um negócio, não é como
vender colírio ou fabricar escadas rolantes.
(André Petry. Revista Veja, 29 de abril de 2009, pp. 90-93, com
adaptações)
(TRT/9ªREGIÃO – 2010 – FCC) 22 - O binômio recessão-internet
está produzindo uma devastação. (2o parágrafo) O sentido
contido na expressão grifada acima se encontra também em:
(A) recessão mundial.
(B) evolução da tecnologia.
(C) impacto sísmico.
(D) velocidade alucinante.
(E) uma descoberta até hoje insubstituível.
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