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domingo, 23 de setembro de 2018

LITERATURA PORTUGUESA


Convenciona-se que o documento literário que deu origem à tradição literária portuguesa foi a  Canção da Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós, datado de 1198 (ou 1189, pois não se tem um dado preciso a esse respeito).
Este primeiro texto vinculou-se à tradição trovadoresca provençal. 
No século XIII, D. Diniz, filho de Afonso III, fez da corte um centro literário, onde a circulação de ideias impulsionava a atividade e a discussão literária. 
No ano de 1290, foi fundada a primeira universidade de Portugal, que se tornou um pólo cultural, atraindo para este núcleo cultural alguns dos trovadores de Castela, Galiza e Leão. 
A poesia desse período foi constituída de canções: cantigas de amor, cantigas de escárnio e maldizer. A poesia ainda se vinculava necessariamente ao acompanhamento musical trovadoresco. 
A prosa desse período consistiu em crônicas e novelas de cavalaria, e a produção poética ainda rudimentar surgiu através das Canções de Gesta. 
Dos romances de cavalaria contam-se os mais famosos, como o Amadis de Gaula e a lenda do Santo Graal. 
No século XV, a corte ainda consistia do núcleo cultural principal de Portugal. Além da criação literária na língua da pátria, muitos poemas eram compostos em castelhano, dada a influência da Espanha. 
O poeta e cronista da corte até então, Garcia de Resende, foi o responsável pela reunião de poemas do período no volume do Cancioneiro, publicado em Lisboa em 1516. 
Bernardim Ribeiro escreveu poemas de temática pastoral e romances de acentuada influência italiana. Neste momento, acentua-se a separação definitiva do português em relação aos dialetos espanhóis, e a figura literária mais proeminente deste período foi Sá de Miranda. 
O século XVI foi marcado pelo período clássico da literatura portuguesa. 
O épico teve como personalidade fundamental o poeta Luís Vaz de Camões, autor do maior poema épico da literatura portuguesa, Os Lusíadas, e no teatro a figura central foi Gil Vicente, cujas obras mais famosas são o Auto da Barca do Inferno e a Farsa de Inês Pereira. 
Após Camões, Corte Real prossegue com o gênero épico, com a narrativa do naufrágio de Sepúlveda. Criou-se a controvérsia da autoria de Amadis de Gaula, cuja origem pátria (espanhola ou portuguesa) ainda permanece sob dúvidas. 
No século XVII a literatura portuguesa passa por uma fase de decadência, quando houve a larga imitação dos modelos da poesia espanhola, sob a égide do gongorismo. Muitos autores portugueses passaram a escrever em castelhano. 
As personalidades literárias mais importantes desse período foram Antônio Vieira e Manuel Bernardes. 
No século XVIII, a literatura portuguesa sofre grande influência da tradição francesa, tornando-se uma mera imitação dos modelos franceses. A afetação do período anterior foi agravada na primeira metade do século. Surgiram muitas correntes acadêmicas literárias, entre elas a Academia Rela da História Portuguesa, a Arcádia Lusitana, a Academia Real das Ciências de Lisboa e a Nova Arcádia. 
A poesia teve Correia Garção, Cruz e Silva, Agostinho de Macedo, Manuel de Figueiredo, Nicolau Tolentino, Manuel do Nascimento e, sobretudo, o grande poeta improvisador e satirista Bocage. 
O século XIX na Europa é marcado pela deflagração do movimento romântico, que se insurgia contra a afetação estilística dos períodos literários anteriores. 
Portugal teve em Castilho, Almeida Garret e Alexandre Herculano seus mais nobres românticos. Mas com as Conferências do Cassino Lisboense e a Questão Coimbrã, passou-se a discutir o papel da literatura enquanto arte engajada e defendeu-se a tese da literatura enquanto projeto de reforma social. Neste período, chamado realismo, entre os mais importantes escritores estão Eça de Queiroz, João de Deus, Antero de Quental, Guerra Junqueiro e Antônio Nobre. 
Com o advento dos movimentos vanguardistas europeus, a literatura portuguesa vai acompanhando as transformações e revoluções estéticas. No período do modernismo surgiu um dos maiores poetas de Portugal, Fernando Pessoa, representante do que há de melhor na poesia moderna portuguesa.

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