— Violino?! — horrorizou-se a família.
— É.
— Mas Jander...
— Olha que eu tenho um ataque.
Sempre que era contrariado, o Jander se atirava no chão e começava a espernear.
Compraram um violino para ele.
O Jander dedicou-se ao violino obsessivamente. Ensaiava dia e noite. Trancava-se no
quarto para ensaiar. Mas o som do violino atravessava portas e paredes. O som do violino se
espalhava pela vizinhança.
Um dia a porta do quarto do Jander se abriu e entrou uma moça com um copo de leite.
— Quié? — disse o Jander, antipático como sempre.
— Sua mãe disse que é para você tomar este leite. Você quase não jantou.
— Quem é você?
— A nova empregada.
Seu nome era Vandirene. Na quadra de ensaios da escola era conhecida como "Vandeca Furacão".
Ela botou o copo de leite sobre a mesa-de-cabeceira, mas não saiu do quarto. Disse:
— Bonito, seu violino.
E depois:
— Me mostra como se segura?
Depois a vizinhança suspirou aliviada. Não se ouviu mais o som do violino aquelanoite.
O pai de Jander reuniu-se com os vizinhos.
— Parece que deu certo.
— É.
— Não vão esquecer o nosso trato.
— Pode deixar.
No fim do mês todos se cotizariam para pagar o salário da Vandirene. A mãe do Jander não ficou muito contente. Pobre do menino. Tão moço. Mas era a Vandirene ou o violino.
— E outra coisa — argumentou o pai do Jander. — Vai curar as espinhas.
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