sexta-feira, 4 de setembro de 2015

A Canção Do Senhor Da Guerra Legião Urbana -

A Canção Do Senhor Da Guerra
Legião Urbana


Existe alguém
Esperando por você
Que vai comprar
A sua juventude
E convencê-lo a "vencer"...

Mais uma guerra sem razão
Já são tantas as crianças
Com armas na mão
Mas explicam novamente
Que a guerra gera empregos
Aumenta a produção...

Uma guerra sempre avança
A tecnologia
Mesmo sendo guerra santa
Quente, morna ou fria
Prá que exportar comida?
Se as armas dão mais lucros
Na exportação...

Existe alguém
Que está contando com você
Prá lutar em seu lugar
Já que nessa guerra
Não é ele quem vai morrer...

E quando longe de casa
Ferido e com frio
O inimigo você espera
Ele estará com outros velhos
Inventando
Novos jogos de guerra...

Que belíssimas cenas
De destruição
Não teremos mais problemas
Com a superpopulação...

Veja que uniforme lindo
Fizemos prá você
Lembre-se sempre
Que Deus está
Do lado de quem vai vencer...

Existe alguém
Que está contando com você
Prá lutar em seu lugar
Já que nessa guerra
Não é ele quem vai morrer...

E quando longe de casa
Ferido e com frio
O inimigo você espera
Ele estará com outros velhos
Inventando
Novos jogos de guerra...

Que belíssimas cenas
De destruição
Não teremos mais problemas
Com a superpopulação...

Veja que uniforme lindo
Fizemos prá você
Lembre-se sempre
Que Deus está
Do lado de quem vai vencer...

O senhor da guerra
Não gosta de crianças...(6x)

ROMANTISMO - TEM COISA MAIS ROMÂNTICA?

 A Menina e o Passarinho
Nando Reis

Nosso amor começou certo dia no banco da praça
Eu a vi segurando um caderno, sentada com graça
Meu olhar encontrou seu olhar mirando um passarinho
Machucado, ferido, sangrando, fora do seu ninho
Ela levantou e se aproximou da pequenina ave
Que tentava em vão atingir o alto de sua árvore
Foi então que a vi derrubar um modesto lencinho
Que depressa apanhei e tentei lhe entregar com carinho

Mas eu pensei que o amor só fosse alegria
Nunca imaginava que amando
Fosse infeliz algum dia

Percebi que o lencinho da moça estava molhado
E eram lágrimas que escorriam de seu rosto pálido
Condoído tentei lhe falar, mas minha voz não saía
Em minha vida inteira jamais moça tão linda eu vira
Estendi minha mão para o lenço à donzela entregar
Mas senti sua mão muito fria como se ela fosse desmaiar
Eu depressa peguei a mocinha e carreguei-a em meu colo
E sem querer esmaguei o bichinho que estava ferido no solo

Mas eu pensei que o amor só fosse alegria
Nunca imaginava que amando
Fosse infeliz algum dia

Sem saber o que eu iria fazer continuei caminhando
A boneca em meus braços caída e eu apaixonando
Eis que então um garoto de mim se aproxima correndo
"Ela é minha irmã e está muito doente" ele foi logo dizendo
Me pediu que levasse a maninha em sua moradia
"Minha mãe já morreu, o meu pai se mandou, moramos com uma tia"
Logo chegamos e assim que adentrei à singela casinha
No sofá estendi com cuidado a minha doce princesinha

Mandei o garoto chamar de imediato o doutor da cidade
Enquanto a tia chorando agradecia a minha caridade
O doutor logo assim que adentrou sua testa franzia
E ao sair me cochichou "Ela só tem poucos dias"
Já era noite e eu tinha que deixar a formosa donzela
Da calçada ainda olhei a menina através da janela
No portão entreguei ao irmão o meu endereço
"Precisamos curar a menina seja qual for o preço"

Mas eu pensei que o amor só fosse alegria
Nunca imaginava que amando
Fosse infeliz algum dia

Passei os dias indo visitar a minha flor mais doente
Meu coração cada vez que a via queimava mais que aguardente
Nem com remédio nem medicamento a menininha melhorava
Cada vez que a pequena me via de tanto chorar os seus olhos inchavam
Mas foi numa manhã que eu ia saindo que o irmão me trouxe a notícia
A menina já estava morrendo era pra eu ir com urgência
Cheguei correndo e a pobre ao me ver falou em seu último suspiro
"Nosso amor só está começando agora que eu me retiro"


romântico

Significado de Romântico

adj. Que se refere ou pertence ao romantismo: literatura romântica.
Que emociona como nos romances; diz-se daquilo que expressa poesia, cenas amorosas: filme romântico.
Figurado. Apaixonado; particular das cenas amorosas, poéticas.
P.ext. Pej. Sentimental; que, por ser muito sensível, se comove com facilidade.
Que possui comportamentos e ideias próprias de um romance.
Que incita comportamentos ou temas particulares aos românticos.
Que evoca o estado de alma e as emoções próprias dos românticos.
Diz-se de quem nas ideias, no caráter ou no temperamento, revela algo de apaixonado, de nobre, de lírico, que o eleva acima do prosaico, do cotidiano.
s.m. Designação do gênero romântico, do gênero artístico e literário que busca a não dependência das normas tradicionais, estando a imaginação e a sensibilidade acima da razão; seguidor da escola romântica.
(Etm. do inglês: romantic)

Sinônimos de Romântico

Sinônimo de romântico: apaixonado, arrebatado, piegas, poético e sentimental

Antônimos de Romântico

Antônimo de romântico: realista, desiludido, desencantado e realista

Definição de Romântico

Classe gramatical: adjetivo e substantivo masculino
Separação das sílabas: ro-mân-ti-co
Plural: românticos
Por Você
Frejat


Por você eu dançaria tango no teto
Eu limparia os trilhos do metrô
Eu iria a pé do Rio a Salvador

Eu aceitaria a vida como ela é
Viajaria a prazo pro inferno
Eu tomaria banho gelado no inverno

Por você eu deixaria de beber
Por você eu ficaria rico num mês
Eu dormiria de meia pra virar burguês

Eu mudaria até o meu nome
Eu viveria em greve de fome
Desejaria todo o dia a mesma mulher

Por você... Por você
Por você... Por você

Por você conseguiria até ficar alegre
Pintaria todo o céu de vermelho
Eu teria mais herdeiros que um coelho

Eu aceitaria a vida como ela é
Viajaria à prazo pro inferno
Eu tomaria banho gelado no inverno

Eu mudaria até o meu nome
Eu viveria em greve de fome
Desejaria todo o dia a mesma mulher

Por você... Por você
Por você... Por você

Eu mudaria até o meu nome
Eu viveria em greve de fome
Desejaria todo o dia a mesma mulher

Por você.... Por você
Por você.... Por você

Por você.... Por você
Por você.... Por você

Pra Você Guardei o Amor
Nando Reis


Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir

Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir

Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar

Guardei
Sem ter porquê
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
Explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar

Pra você guardei o amor
Que aprendi vendo os meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu cheiro e ar na cor que o arco-íris
Risca ao levitar

Vou nascer de novo
Lápis, edifício, tevere, ponte
Desenhar no seu quadril
Meus lábios beijam signos feito sinos
Trilho a infância, terço o berço
Do seu lar

Guardei
Sem ter porquê
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
Explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar

Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir

Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar

Guardei
Sem ter porquê
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
Explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar

terça-feira, 1 de setembro de 2015

“Chacrinha” – Clarice Lispector


De tanto falarem em Chacrinha, liguei a televisão para seu programa que me pareceu durar mais que uma hora.
E fiquei pasma. Dizem-me que esse programa é atualmente o mais popular. Mas como? O homem tem qualquer coisa de doido, e estou usando a palavra doido no seu verdadeiro sentido. O auditório também cheio. É um programa de calouros, pelo menos o que eu vi. Ocupa a chamada hora nobre da televisão. O homem se veste com roupas loucas, o calouro apresenta o seu número e, se não agrada, a buzina do Chacrinha funciona, despedindo-o. Além do mais, Chacrinha tem algo de sádico: sente-se o prazer que tem em usar a buzina. E suas gracinhas se repetem a todo o instante — falta-lhe imaginação ou ele é obcecado.
E os calouros? Como é deprimente. São de todas as idades. E em todas as idades vê-se a ânsia de aparecer, de se mostrar, de se tornar famoso, mesmo à custa do ridículo ou da humilhação. Vêm velhos até de setenta anos. Com exceções, os calouros são de origem humilde, têm ar de subnutridos. E o auditório aplaude. Há prêmios em dinheiro para os que acertarem através de cartas o número de buzinadas que Chacrinha dará; pelo menos foi assim no programa que vi. Será pela possibilidade da sorte de ganhar dinheiro, como em loteria, que o programa tem tal popularidade? Ou será por pobreza de espírito de nosso povo? Ou será que os telespectadores têm em si um pouco de sadismo que se compraz no sadismo de Chacrinha?
Não entendo. Nossa televisão, com exceções, é pobre, além de superlotada de anúncios. Mas Chacrinha foi demais. Simplesmente não entendi o fenômeno. E fiquei triste, decepcionada: eu quereria um povo mais exigente.”
Crônica publicada em 1967 pelo Jornal do Brasil.

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