segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

TROVADORISMO - COMPLEMENTAR + PROVA SIMULADA

Classificação das cantigas Com base na maioria das cantigas reunidas nos cancioneiros, podemos classificá-las da seguinte forma: Gênero lírico - Cantigas de amor - Cantigas de amigo Gênero satírico - Cantigas de escárnio - Cantigas de maldizer






A cantiga de escárnio Na cantiga de escárnio, o eu-lírico faz uma sátira a alguma pessoa. Essa sátira era indireta, cheia de duplos sentidos. As cantigas de escárnio (ou "de escarnho", na grafia da época) definem-se, pois, como sendo aquelas feitas pelos trovadores para dizer mal de alguém, por meio de ambiguidades, trocadilhos e jogos semânticos, num processo que os trovadores chamavam "equívoco". O cômico que caracteriza essas cantigas é predominantemente verbal, dependente, portanto, do emprego de recursos retóricos. A cantiga de escárnio exigindo unicamente a alusão indireta e velada, para que o destinatário não seja reconhecido, estimula a imaginação do poeta e sugere-lhe uma expressão irônica, embora, por vezes, bastante mordaz. exemplo de cantiga de escárnio. Ai, dona fea, foste-vos queixar que vos nunca louv[o] em meu cantar; mais ora quero fazer um cantar em que vos loarei toda via; e vedes como vos quero loar: dona fea, velha e sandia!... (...) Crítica indireta; normalmente a pessoa satirizada não é identificada. Linguagem trabalhada, cheia de sutilezas, trocadilho e ambiguidades Ironia
A cantiga de maldizer Ao contrário da cantiga de escárnio, a cantiga de maldizer traz uma sátira direta e sem duplos sentidos. É comum a agressão verbal à pessoa satirizada, e muitas vezes, são utilizados até palavrões. O nome da pessoa satirizada pode ou não ser revelado.
Trovadores Na lírica galego-portuguesa destacam-se: Afonso Sanches Aires Corpancho Aires Nunes Bernardo Bonaval Dom Dinis I de Portugal D. Pedro, Conde de Barcelos João Garcia de Guilhade João Soares de Paiva ou João Soares de Pávia João Zorro Paio Gomes Charinho Paio Soares de Taveirós (Cantiga da Garvaia) Meendinho Martim Codax Nuno Fernandes Torneol Guilherme IX, Duque da Aquitânia Pedro III de Aragão
(?)AS ORIGENS DO TROVADORISMO(?) A mais antiga manifestação literária galaico-portuguesa que se pode datar é a cantiga "Ora faz host'o senhor de Navarra", do trovador português João Soares de Paiva ou João Soares de Pávia, composta provavelmente por volta do ano 1200. Por essa cantiga ser a mais antiga datável (por conter dados históricos precisos), convém datar daí o início do Lírica medieval galego-portuguesa (e não, como se supunha, a partir da "Cantiga de Guarvaia", composta por Paio Soares de Taveirós, cuja data de composição é impossível de apurar com exactidão, mas que, tendo em conta os dados biográficos do seu autor, é certamente bastante posterior). Este texto também é chamado de "Cantiga da Ribeirinha" por ter sido dedicada à Dona Maria Paes Ribeiro, a ribeirinha.
De 1200, a Lírica galego-portuguesa se estende até meados do século XIV, sendo usual referir como termo o ano de 1350. Trovadores eram aqueles que compunham as poesias e as melodias que as acompanhavam, e cantigas são as poesias cantadas. A designação "trovador" aplicava-se aos autores de origem nobre, sendo que os autores de origem vilã tinham o nome de jogral, termo que designava igualmente o seu estatuto de profissional (em contraste com o trovador). Ainda que seja coerente a afirmação de que quem tocava e cantava as poesias eram os jograis, é muito possível que a maioria dos trovadores interpretasse igualmente as suas próprias composições. A mentalidade da época baseada no TEOCENTRISMO serviu como base para a estrutura da cantiga de amigo, em que o amor espiritual e inatingível é retratado. As cantigas, primeiramente destinadas ao canto, foram depois manuscritas em cadernos de apontamentos, que mais tarde foram postas em coletâneas de canções chamadas Cancioneiros (livros que reuniam grande número de trovas). São conhecidos três Cancioneiros galego-portugueses: o "Cancioneiro da Ajuda", o "Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa" (Colocci-Brancutti) e o "Cancioneiro da Vaticana". Além disso, há um quarto livro de cantigas dedicadas à Virgem Maria pelo rei Afonso X de Leão e Castela, O Sábio. Surgiram também os textos em prosa de cronistas como Rui de Pina, Fernão Lopes e Gomes Eanes de Zurara e as novelas de cavalaria, como A Demanda do Santo Graal.
De 1200, a Lírica galego-portuguesa se estende até meados do século XIV, sendo usual referir como termo o ano de 1350. Trovadores eram aqueles que compunham as poesias e as melodias que as acompanhavam, e cantigas são as poesias cantadas. A designação "trovador" aplicava-se aos autores de origem nobre, sendo que os autores de origem vilã tinham o nome de jogral, termo que designava igualmente o seu estatuto de profissional (em contraste com o trovador). Ainda que seja coerente a afirmação de que quem tocava e cantava as poesias eram os jograis, é muito possível que a maioria dos trovadores interpretasse igualmente as suas próprias composições. A mentalidade da época baseada no TEOCENTRISMO serviu como base para a estrutura da cantiga de amigo, em que o amor espiritual e inatingível é retratado. As cantigas, primeiramente destinadas ao canto, foram depois manuscritas em cadernos de apontamentos, que mais tarde foram postas em coletâneas de canções chamadas Cancioneiros (livros que reuniam grande número de trovas). São conhecidos três Cancioneiros galego-portugueses: o "Cancioneiro da Ajuda", o "Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa" (Colocci-Brancutti) e o "Cancioneiro da Vaticana". Além disso, há um quarto livro de cantigas dedicadas à Virgem Maria pelo rei Afonso X de Leão e Castela, O Sábio. Surgiram também os textos em prosa de cronistas como Rui de Pina, Fernão Lopes e Gomes Eanes de Zurara e as novelas de cavalaria, como A Demanda do Santo Graal.
Trovadorismo é a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Seu surgimento ocorreu no mesmo período em que Portugal começou a despontar como nação independente, no século XII. O TROVADORISMO se espalhou por praticamente toda a Europa. O GALAICO-PORTUGUÊS era a lírica medieval típica do TROVADORISMO
CANTIGAS/CANÇÕES TROVADORESCAS Classificação das cantigas Com base na maioria das cantigas reunidas nos cancioneiros, podemos classificá-las da seguinte forma: Gênero lírico - Cantigas de amor - Cantigas de amigo Gênero satírico - Cantigas de escárnio - Cantigas de maldizer
A cantiga de amor O cavalheiro se dirige à mulher amada como uma figura idealizada, distante. O poeta, na posição de fiel vassalo, se põe a serviço de sua senhora, dama da corte, tornando esse amor um objeto de sonho, distante, impossível. Neste tipo de cantiga, o eu-lírico é masculino e sofredor. Sua amada é chamada de senhor (as palavras terminadas em or como senhor ou pastor, em galego-português não tinham feminino). Canta as qualidades de seu amor, a "minha senhor", a quem ele trata como superior revelando sua condição hierárquica. Ele canta a dor de amar e está sempre acometido da "coita", palavra frequente nas cantigas de amor que significa "sofrimento por amor". É à sua amada que se submete e "presta serviço", por isso espera benefício (referido como o bem nas trovas). Essa relação amorosa vertical é chamada "vassalagem amorosa", pois reproduz as relações dos vassalos com os seus senhores feudais. Sua estrutura é mais sofisticada. 1. Eu lírico masculino. 2. Assunto Principal: o sofrimento amoroso do eu-lírico perante uma mulher idealizada e distante. 3. Amor cortês; convencionalismo amoroso. 4. Amor impossível. 5. Ambientação aristocrática das cortes. 6. Vassalagem amorosa "o eu lírico usa o pronome de tratamento "senhor".
A cantiga de amigo São cantigas de origem popular, com marcas evidentes da literatura oral (reiterações, paralelismo, refrão, estribilho), recursos esses próprios dos textos para serem cantados e que propiciam facilidade na memorização. Esses recursos são utilizados, ainda hoje, nas canções populares. Nela, o eu-lírico é uma mulher (mas o autor era masculino, devido à sociedade feudal e o restrito acesso ao conhecimento da época), que canta seu amor pelo amigo (amigo = namorado), muitas vezes em ambiente natural, e muitas vezes também em diálogo com sua mãe ou suas amigas. A figura feminina que as cantigas de amigo desenham é, pois, a da jovem que se inicia no universo do amor, por vezes lamentando a ausência do amado, por vezes cantando a sua alegria pelo próximo encontro. Outra diferença da cantiga de amor, é que nela não há a relação Suserano x Vassalo, ela é uma mulher do povo. Muitas vezes tal cantiga também revelava a tristeza da mulher, pela ida de seu amado à guerra. 1. Eu lírico feminino. 2. Predomínio da musicalidade. 3. Assunto Principal: o lamento da moça cujo namorado partiu. 4. Amor natural e espontâneo. 5. Amor possível. 6. Ambientação popular rural ou urbana. 7. Deus é o elemento mais importante do poema.
A cantiga de escárnio Na cantiga de escárnio, o eu-lírico faz uma sátira a alguma pessoa. Essa sátira era indireta, cheia de duplos sentidos. As cantigas de escárnio definem-se como sendo aquelas feitas pelos trovadores para dizer mal de alguém, por meio de ambigüidades, trocadilhos e jogos semânticos, num processo que os trovadores chamavam "equívoco". O cômico que caracteriza essas cantigas é predominantemente verbal, dependente, portanto, do emprego de recursos retóricos. A cantiga de escárnio exigindo unicamente a alusão indireta e velada, para que o destinatário não seja reconhecido, estimula a imaginação do poeta e sugere-lhe uma expressão irônica, embora, por vezes, bastante mordaz. exemplo de cantiga de escárnio. 1. Crítica indireta; normalmente a pessoa satirizada não é identificada. 2. Linguagem trabalhada, cheia de sutilezas, trocadilho e ambiguidades 3. Ironia
A cantiga de maldizer Ao contrário da cantiga de escárnio, a cantiga de maldizer traz uma sátira direta e sem duplos sentidos. É comum a agressão verbal à pessoa satirizada, e muitas vezes, são utilizados até palavrões. O nome da pessoa satirizada era geralmente revelado. 1. Crítica direta; geralmente a pessoa satirizada é identificada 2. Linguagem agressiva, direta, por vezes obscena 3. Zombaria
A cantiga de amigo São cantigas de origem popular, com marcas evidentes da literatura oral (reiterações, paralelismo, refrão, estribilho), recursos esses próprios dos textos para serem cantados e que propiciam facilidade na memorização. Esses recursos são utilizados, ainda hoje, nas canções populares. Nela, o eu-lírico é uma mulher (mas o autor era masculino, devido à sociedade feudal e o restrito acesso ao conhecimento da época), que canta seu amor pelo amigo (amigo = namorado), muitas vezes em ambiente natural, e muitas vezes também em diálogo com sua mãe ou suas amigas. A figura feminina que as cantigas de amigo desenham é, pois, a da jovem que se inicia no universo do amor, por vezes lamentando a ausência do amado, por vezes cantando a sua alegria pelo próximo encontro. Outra diferença da cantiga de amor, é que nela não há a relação Suserano x Vassalo, ela é uma mulher do povo. Muitas vezes tal cantiga também revelava a tristeza da mulher, pela ida de seu amado à guerra.
A cantiga de amor O cavalheiro se dirige à mulher amada como uma figura idealizada, distante. O poeta, na posição de fiel vassalo, se põe a serviço de sua senhora, dama da corte, tornando esse amor um objeto de sonho, distante, impossível. Neste tipo de cantiga, o eu-lírico é masculino e sofredor. Sua amada é chamada de senhor (as palavras terminadas em or como senhor ou pastor, em galego-português não tinham feminino). Canta as qualidades de seu amor, a "minha senhor", a quem ele trata como superior revelando sua condição hierárquica. Ele canta a dor de amar e está sempre acometido da "coita", palavra frequente nas cantigas de amor que significa "sofrimento por amor". É à sua amada que se submete e "presta serviço", por isso espera benefício (referido como o bem nas trovas). Essa relação amorosa vertical é chamada "vassalagem amorosa", pois reproduz as relações dos vassalos com os seus senhores feudais. Sua estrutura é mais sofisticada. 1. Eu lírico masculino. 2. Assunto Principal: o sofrimento amoroso do eu-lírico perante uma mulher idealizada e distante. 3. Amor cortês; convencionalismo amoroso. 4. Amor impossível. 5. Ambientação aristocrática das cortes. 6. Vassalagem amorosa "o eu lírico usa o pronome de tratamento "senhor"
Características gerais do Trovadorismo – O Trovadorismo desenvolveu-se num período em que a cultura era monopolizada pelo clero católico, detentor máximo do poder político e econômico. Assim, é natural que a visão de mundo da época fosse marcada pelo teocentrismo — escala de valores determinada a partir dos próprios valores impostos pela religiosidade. Por essa razão, o homem dessa fase medieval privilegiava os bens do espírito, da alma, da vida pós-morte, em detrimento do corpo e da vida carnal, terrena. Nas artes, houve destaque para o desenvolvimento da música e arquitetura, pois elas serviam ao propósito religioso daquele tempo: a música religiosa podia criar uma atmosfera extraterrena, envolvendo o fiel, e a arquitetura era empregada na construção de catedrais. Na literatura houve maior desenvolvimento da poesia do que da prosa, pois a poesia apoiava-se na música e isso facilitava sua transmissão oral. A principal manifestação literária do Trovadorismo foi a poesia, representada pelas cantigas, que eram composições feitas para serem cantadas ou acompanhadas por instrumento musical. As cantigas medievais portuguesas eram expressas na chamada “medida velha”, as redondilhas, versos de 5 ou 7 sílabas, de tradição medieval. O idioma empregado era o galaico-português, comum à Galícia e a Portugal. O poeta chamava-se trovador e as cantigas podiam ser líricas ou satíricas. Elas encontram-se reunidas em volumes denominados cancioneiros, dos quais se destacam o Cancioneiro da Ajuda, o Cancioneiro da Vaticana e o Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa. A prosa medieval apresentou caráter predominantemente documental, o que diminuiu seu valor literário. Apenas um gênero se destacou: as Novelas de Cavalaria, que eram narrativas de feitos heróicos e guerreiros, originadas nas antigas canções de gesta. Em Portugal, apenas as novelas do Ciclo Bretão ou Arturiano, sobre o rei Artur e os cavaleiros da Távola Redonda, deixaram marcas. A produção artística vai estar impregnada, neste período, do espírito teocêntrico. As artes decorativas predominam, sempre deformando os elementos objetivos do mundo ou procurando simbolizar o universo espiritual e sobrenatural através do qual o homem interpreta sua realidade. O estilo gótico, com suas formas alongadas, ogivais e pontiagudas, parece expressar forte desejo humano de ascender a uma nova e eterna vida. A literatura, geralmente escrita em latim, não ultrapassa os limites religiosos em sua temática: a vida dos santos, a liturgia dos rituais cristãos. Mas em torno dos castelos feudais desenvolve-se também uma arte leiga que, mesmo, às vezes, chegando ao profano, redimensiona a visão de mundo medieval e aponta novos caminhos. É a arte dos trovadores e suas cantigas, das novelas de cavalaria. Em Portugal floresceram cantigas de tipos diversos quanto à temática:
Contexto histórico Portugal é reconhecido como reino independente em 1143. Quinze anos antes, o Conde Afonso Henriques de Borgonha já havia sido sagrado rei, depois da batalha de S. Mamede, em que lutou pela liberdade do Condado Portucalense e da qual saiu vitorioso. Iniciava-se aí a primeira dinastia portuguesa: a Dinastia de Borgonha. Essa dinastia tinha origens no sul da França, em Provença, o que explica a grande influência provençal durante a primeira fase da Era Medieval em Portugal. Assim, os costumes e a cultura dessa apresentaram fortes traços provençais, enquanto a estrutura socioeconômica era marcada pelo feudalismo.
Cantigas de Amigo - Nasceram no território português e constituem um vivo retrato da vida campestre e do cotidiano das aldeias medievais na região. Embora compostas por homens, procuram expressar o sentimento feminino através d pequenos dramas e situações da vida amorosa das donzelas, geralmente, as saudades do namorado que foi combater contra os mouros, a vigilância materna, as confissões às amigas. Há nessas cantigas uma forte presença da natureza, sua linguagem é simples e sua estrutura apropriada ao canto e à transnissão oral apresenta refrão e versos encadeados e repetidos ou ligeiramente modificados (paralelismo).
Cantigas de Amor - Surgiram no sul da França, na região de Provença. Expressam o sentimento amoroso do trovador que se coloca a serviço da mulher amada. Aqui, o amor se torna tema central do texto poético, deixando de ser pretexto para a discussão de outros temas. Mas é um amor não realizado, não correspondido, que fica sempre num plano idealizado. E de outro modo não poderia ser, pois a mulher amada se encontra socialmente afastada do poeta: é a senhora, esposa do senhor feudal. São cantigas que espelham a vida na corte através de forte abstração e linguagem refinada.
Cantigas de escárnio e de maldizer - Reúnem a produção satírica e maliciosa da época. Enquanto as de escárnio são críticas e suas ironias feitas de modo indireto, as de maldizer, utilizando linguagem mais vulgar, às vezes obscena, referem-se direta e nominalmente a suas personagens. Os temas centrais destas cantigas são as disputas políticas, as questões e ironias que os trovadores se lançam mutuamente e que nos lembram os "desafios" de nossa literatura de cordel, as intimidades de alcova, a covardia ou a falta de jeito de alguns cavaleiros, as mulheres feias. É verdade que seu valor poético é pequeno, mas seu aspecto documental torna imprescindível seu estudo. As novelas de cavalaria - Surgiram na França e na Inglaterra derivadas das canções de gesta e de poemas épicos medievais. Refletiam, de modo geral, os ideais da nobreza feudal: o espírito cavalheiresco, a fidelidade, a coragem, o amor servil. Mas estavam também impregnadas de elementos da mitologia céltica. As histórias mais conhecidas são aquelas que pertencem ao "ciclo arturiano", A Demanda do Santo Graal é uma das mais importantes deste ciclo, a qual reúne os dois elementos fundamentais da Idade Média quando coloca a Cavalaria a serviço da Religiosidade. Além das novelas do ciclo arturiano merecem destaque também "José de Arimatéia" e "Amadis de Gaula".
Panorama histórico - Trovadorismo foi a primeira escola literária portuguesa. Esse movimento literário compreende o período que vai, aproximadamente do século XII ao século XIV. A partir desse século, Portugal começava a afirmar-se como reino independente, embora ainda mantivesse laços econômicos, sociais e culturais com o restante da Península Ibérica. Desses laços surgiu, próximo à Galícia (região ao norte do rio Douro), uma língua particular, de traços próprios, chamada galego-português. A produção literária dessa época foi feita nesta variação lingüística. A cultura trovadoresca refletia bem o panorama histórico desse período: as Cruzadas, a luta contra os mouros, o feudalismo, o poder espiritual do clero (TEOCENTRISMO). O período histórico em que surgiu o Trovadorismo foi marcado por um sistema econômico e político chamado Feudalismo, que consistia numa hierarquia rígida entre senhores: um deles, o suserano, fazia a concessão de uma terra (feudo) a outro indivíduo, o vassalo. O suserano, no regime feudal, prometia proteção ao vassalo como recompensa por certos serviços prestados. Essa relação de dependência entre suserano e vassalo era chamada de vassalagem. Assim, o senhor feudal ou suserano era quem detinha o poder, fazendo a concessão de uma porção de terra a um vassalo, encarregado de cultivá-la. Além da nobreza (classe que pertenciam os suseranos) e a classe dos vassalos ou servos, havia ainda uma outra classe social: o clero. Nessa época, o poder da Igreja era bastante forte, visto que o clero possuía grandes extensões de terras, além de dedicar-se também à política. Os conventos eram verdadeiros centros difusores da cultura medieval, pois era neles que se escolhiam os textos filosóficos a serem divulgados, em função da moral cristã. A religiosidade foi um aspecto marcante da cultura medieval portuguesa. A vida do povo lusitano estava voltada para os valores espirituais e a salvação da alma. Nessa época, eram freqüentes as procissões, além das próprias
Cruzadas - expedições realizadas durante a Idade Média, que tinham como principal objetivo a libertação dos lugares santos, situados na Palestina e venerados pelos cristãos. Essa época foi caracterizada por uma visão teocêntrica (Deus como o centro do Universo). Até mesmo as artes tiveram como tema motivos religiosos. Tanto a pintura quanto a escultura procuravam retratar cenas da vida de santos ou episódios bíblicos. Quanto à arquitetura, o estilo gótico é o que predominava, através da construção de catedrais enormes e imponentes, projetadas para o alto, à semelhança de mãos em prece tentanto tocar o céu. Na literatura, desenvolveu-se em Portugal um movimento poético chamado Trovadorismo. Os poemas produzidos nessa época eram feitos para serem cantados por poetas e músicos. (Trovadores - poetas que compunham a letra e a música de canções. Em geral uma pessoa culta - Menestréis - músicos-poetas sedentários; viviam na casa de um fidalgo, enquanto o jogral andava de terra em terra - Jograis - cantores e tangedores ambulantes, geralmente de origem plebéia - e Segréis - trovadores profissionais, fidalgos desqualificados que iam de corte em corte, acompanhados por um jogral) Recebiam o nome de cantigas, porque eram acompanhados por instrumentos de corda e sopro. Mais tarde, essas cantigas foram reunidas em Cancioneiros: o da Ajuda, o da Biblioteca Nacional e o da Vaticana. A poesia medieval portuguesa - A produção poética medieval portuguesa pode ser agrupada em dois gêneros:
gênero lírico: em que o amor é a temática constante, são as cantigas de amor e as cantigas de amigo. A canção da Ribeirinha (Esta cantiga de Paio Soares de Taveirós é considerada o mais antigo texto escrito em galego-português: 1189 ou 1198, portanto fins do século XII. Segundo consta, esta cantiga teria sido inspirada por D. Maria Pais Ribeiro, a Ribeirinha, mulher muito cobiçada e que se tornou amante de D. Sancho, o segundo rei de Portugal. ) "No mundo nom me sei parelha, / mentre me for' como me vai, / ca ja moiro por vos - e ai / mia senhor branca e vermelha, / queredes que vos retraia / quando vos eu vi em saia! / Mao dia que me levantei, que vos enton nom vi fea! "No mundo ninguém se assemelha a mim / enquanto a minha vida continuar como vai / porque morro por ti e ai / minha senhora de pele alva e faces rosadas, / quereis que eu vos descreva (retrate) / quanto eu vos vi sem manto (saia : roupa íntima) / Maldito dia! me levantei / que não vos vi feia (ou seja, viu a mais bela). "E, mia senhor, des aquel di' , ai! / me foi a mim muin mal, / e vós, filha de don Paai / Moniz, e ben vos semelha / d'aver eu por vós guarvaia, / pois eu, mia senhor, d'alfaia / nunca de vós ouve nem ei / valia d'ua correa". E, minha senhora, desde aquele dia, ai / tudo me foi muito mal / e vós, filha de don Pai / Moniz, e bem vos parece / de ter eu por vós guarvaia (guarvaia: roupas luxuosas) / pois eu, minha senhora, como mimo (ou prova de amor) de vós nunca recebi / algo, mesmo que sem valor.
Cantigas de amor - Nesta cantiga o eu-lirico é masculino e o autor é geralmente de boa condição social. É uma cantiga mais "palaciana", desenvolve-se em cortes e palacios. Quanto à temática, o amor é a fonte eterna, devendo ser leal, embora inatingível e sem recompensa. O amante deve ser submetido à dama, numa vassalagem humilde e paciente, honrando-a com fidelidade, sempre (Cá entre nós, a época que os homens ainda eram inteligentes...) O nome da mulher amada vem oculto por força das regras de mesura (boa educação extrema) ou para não compromete-la (geralmente, nas cantigas de amor o eu-lirico é um amante de uma classe social inferior à da dama). A beleza da dama enlouquece o trovador e a falta de correspondência gera a perda do apetite, a insônia e o tormento de amor. Além disso, a coita amorosa (dor de amor) pode fazer enlouquecer e mesmo matar o enamorado. Meus olhos (titulo adp). Estes meus olhos nunca perderan, / senhor, gran coyta / mentr' eu vivo fôr; / e direy-vos, fremosa mia senhor, / d'estes meus olhos a coyta que an: / choran e cegan, quand' alguen que veen. Guisado teen de nunca perder / meus olhos coyta e meu coraçon, / e estas coytas, senhos, mias son; / mays los meus olhos, por alguen veer, / choran e cegan, quand' alguen non veen, e ora cegan por alguen que veen. E nunca ja poderey aver ben, / poys que amor já non quer nem quer Deus; / mays os cativos d'estes olhos meus / morrerán e cegan, quand' alguen non veen, e ora cegan por alguen que veen. (Gran coyta: grande paixão desgosto. / Fremosa mia senhor: minha bela senhora).
Cantigas de amigo - As cantigas de amigo apresentam eu-lirico feminino, embora o autor seja um homem. Procuram mostrar a mulher dialogando com sua mãe, com uma amiga ou com a natureza, sempre preocupada com seu amigo (namorado). Ou ainda, o amigo é o destinatário do texto, como se a mulher desejasse fazer-lhe confidências de seu amor. (Mas nunca diretamente a ele. O texto é dialogado com a natureza, como se o namorado estivesse por perto, a ouvir as juras de amor). Geralmente destinam-se ao canto e a dança. A linguagem, comparando-se às cantigas de amor é mais simples e menos musical pois as cantigas de amigo não se ambientam em palácios e sim em lugares mais simples e cotidianos. Conforme a maneira como o assunto é tratado, e conforme o cenário onde se dá o encontro amoroso, as cantigas de amigo recebem denominações especiais -Alvas (quando se passam ao amanhecer): Levantou-s'a velida (a bela) / Levantou-s'à alva; / e vai lavar camisas / e no alto (no rio) / vai-las lavar à alva (de madrugada). - D. Dinis. -Bailias (quando seu cenário é uma festa onde se dança): E no sagrado (local sagrado, possivelmente à frente de uma igreja), em Vigo / bailava corpo velido (uma linda moça) amor ei! - Martim Codax. - Romarias (sobre visitas a santuários, enquanto as "madres queymam candeas"): Pois nossas madres van a San Simon / de Val de Prados candeas queimar (pagar promessas) / nós, as menininhas, punhemos d'andar (vamos passear). - Pero de Viviães. - Barcarolas ou Marinhas (falam do temor de que o "amigo" vá às expedições marítimas; do perigo de que ele não volte mais. Vi eu, mia madr' , andar / as barcas e no mar, / e moiro de amor! - Nuno Fernandes Torneol - Pastorelas (quando seu cenário é o campo, próximo a rebanhos): Oi (ouvi) oj'eu ua pastor andar, / du (onde) cavalgava per ua ribeira, / e o pastor estava i senlheira, (sozinha) / a ascondi-me pola escuitar... - Airas Nunes de Santiago.
Gênero satírico: em que o objetivo é criticar alguém, ridicularizando esta pessoa de forma sutil ou grosseira; a este gênero pertencem as cantigas de escárnio e as cantigas de maldizer. São composições que expressam melhor a psicologia do tempo, onde vêm á tona assuntos que despertam grandes comentários na época, nas relações sociais dos trovadores; são sátiras que atingem a vida social e política da época, sempre num tom de irreverência; são sátiras de grande riqueza, uma vez que se apresentam num considerável vocabulário, observando-se, muitas vezes o uso de trocadilhos; fogem às normas rígidas das cantigas de amor e oferecem novos recursos poéticos. Os principais temas das cantigas satíricas são: a fuga dos cavaleiros da guerra, traições, as chacotas e deboches, escândalos das amas e tecedeiras, pederastia (homossexualismo) e pedofilia (relações sexuais com crianças), adultério e amores interesseiros e ilícitos. Obs: Tanto nas cantigas de escárnio quanto nas de maldizer, pode ocorrer diálogo. Quando isso acontece, a cantiga é denominada tensão (ou tenção). Pode mostrar a conversa entre a mãe a moça, uma moça e uma amiga, a moça e a natureza, ou ainda, a discussão entre um trovador e um jogral, ambos tentando provar que são mais competentes em sua arte.
Cantigas de Escárnio - Apresentam críticas sutis e bem-humoradas sobre uma pessoa que, sem ter nome citado, é facilmente reconhecível pelos demais elementos da sociedade. Ai, dona fea, fostes-vos queixar / que vos nunca louv' en [o] meu cantar; / mais ora quero fazer um cantar / en que vos loarei toda via; / e vedes como vos quero loar; / dona fea, velha e sandia! Dona fea, se Deus me perdon, / pois avedes [a] tan gran coraçon / que vos eu loe, en esta razon / vos quero loar toda via; / e vedes qual será a loaçon / dona fea, velha e sandia! Dona fea, nunca vos eu loei / en meu trobar, pero muito trobei; / mais ora já un bon cantar farei, / en que vos loarei toda via; / e direi-vos como vos loarei: dona fea, velha e sandia! (Loarei: louvarei / Sandia: louca / Avedes tan gran coraçon: tendes tanto desejo / loaçon: louvor)
Gênero satírico: em que o objetivo é criticar alguém, ridicularizando esta pessoa de forma sutil ou grosseira; a este gênero pertencem as cantigas de escárnio e as cantigas de maldizer. São composições que expressam melhor a psicologia do tempo, onde vêm á tona assuntos que despertam grandes comentários na época, nas relações sociais dos trovadores; são sátiras que atingem a vida social e política da época, sempre num tom de irreverência; são sátiras de grande riqueza, uma vez que se apresentam num considerável vocabulário, observando-se, muitas vezes o uso de trocadilhos; fogem às normas rígidas das cantigas de amor e oferecem novos recursos poéticos. Os principais temas das cantigas satíricas são: a fuga dos cavaleiros da guerra, traições, as chacotas e deboches, escândalos das amas e tecedeiras, pederastia (homossexualismo) e pedofilia (relações sexuais com crianças), adultério e amores interesseiros e ilícitos. Obs: Tanto nas cantigas de escárnio quanto nas de maldizer, pode ocorrer diálogo. Quando isso acontece, a cantiga é denominada tensão (ou tenção). Pode mostrar a conversa entre a mãe a moça, uma moça e uma amiga, a moça e a natureza, ou ainda, a discussão entre um trovador e um jogral, ambos tentando provar que são mais competentes em sua arte.
Cantigas de Maldizer- Neste tipo de cantiga é feita uma crítica pesada, com intensão de ofender a pessoa ridicularizada. Há o uso de palavras grosseiras (palavrões, inclusive) e cita-se o nome ou o cargo da pessoa sobre quem se faz a sátira: Maria Peres se mãefestou (confessou) / noutro dia, ca por pecador (pois pecadora) / se sentiu, e log' a Nostro Senhor / pormeteu, pelo mal em que andou, / que tevess' um clérig' a seu poder, (um clérigo em seu poder) / polos pecados que lhi faz fazer / o demo, com que x'ela sempr'andou. (O demônio, com quem sempre andou) Mãefestou-se, ca (porque) diz que s'achou / pecador mui't,(muito pecadora) porém, rogador / foi log' a Deus, ca teve por melhor / de guardar a El ca o que a guardou / E mentre (enquanto) viva diz que quer teer / um clérigo, com que se defender / possa do demo, que sempre guardou E pois (depois) que bem seus pecados catou / de sa mor' ouv (teve) ela gram pavor / e d'esmolnar ouv' ela gram sabor (teve grande prazer em esmolar) / E logo entom um clérico filhou (agarrou ) / e deu-lhe a cama em que sol jazer (sozinha dormia) / E diz que o terrá mentre (terá enquanto) viver / e esta fará; todo por Deus filhou. (E isso fará, pois tudo aceitou por Deus). E pois que s'este preito ( pacto) começou, / antr'eles ambos ouve grand'amor. / Antr'el (entre) á sempr'o demo maior / atá que se Balteira confessou. / Mais pois que viu o clérigo caer, / antre'eles ambos ouv'i (teve nisso) a perder / o demo, dês que (desde que) s'ela confessou.
A época do trovadorismo abrange as origens da Língua Portuguesa, a língua galaico-portuguesa (o português arcaico) que compreende o período de 1189 a 1418. Portugal ocupava-se com as Cruzadas, a luta contra os mouros, e estava marcado pelo teocentrismo (universo centrado em Deus, a vida estava voltada para os valores espirituais e a salvação da alma) e pelo sistema feudal (sistema econômico e político, entre senhores e vassalos ou servos), já enfraquecido, em fase de decadência.
Cantiga de Amor - Quem fala no poema é um homem, que se dirige a uma mulher da nobreza, geralmente casada, o amor se torna tema central do texto poético. Esse amor se torna impraticável pela situação da mulher. Segundo o homem, sua amada seria a perfeição e incomparável a nenhuma outra. O homem sofre interiormente, coloca-se em posição de servo da mulher amada. Ele cultiva esse amor em segredo, sem revelar o nome da dama, já que o homem é proibido de falar diretamente sobre seus sentimentos por ela (de acordo com as regras do amor cortês), que nem sabe dos sentimentos amorosos do trovador. Nesse tipo de cantiga há presença de refrão que insiste na idéia central, o enamorado não acha palavras muito variadas, tão intenso e maciço é o sofrimento que o tortura.
Cantiga de Amigo - O trovador coloca como personagem central uma mulher da classe popular, procurando expressar o sentimento feminino através de tristes situações da vida amorosa das donzelas. Pela boca do trovador, ela canta a ausência do amigo (amado ou namorado) e desabafa o desgosto de amar e ser abandonada, em razão da guerra ou de outra mulher. Nesse tipo de poema, a moça conversa e desabafa seus sentimentos de amor com a mãe, as amigas, as árvores, as fontes, o mar, os rios, etc. É de caráter narrativo e descritivo e constituem um vivo retrato da vida campestre e do cotidiano das aldeias medievais na região.
Cantigas de Escárnio Apresentam críticas sutis e bem-humoradas sobre uma pessoa que, sem ter nome citado, é facilmente reconhecível pelos demais elementos da sociedade. Ai, dona fea, fostes-vos queixar / que vos nunca louv' en [o] meu cantar; / mais ora quero fazer um cantar / en que vos loarei toda via; / e vedes como vos quero loar; / dona fea, velha e sandia! Dona fea, se Deus me perdon, / pois avedes [a] tan gran coraçon / que vos eu loe, en esta razon / vos quero loar toda via; / e vedes qual será a loaçon / dona fea, velha e sandia! Dona fea, nunca vos eu loei / en meu trobar, pero muito trobei; / mais ora já un bon cantar farei, / en que vos loarei toda via; / e direi-vos como vos loarei: dona fea, velha e sandia! (Loarei: louvarei / Sandia: louca / Avedes tan gran coraçon: tendes tanto desejo / loaçon: louvor)
Cantigas de amigo - As cantigas de amigo apresentam eu-lirico feminino, embora o autor seja um homem. Procuram mostrar a mulher dialogando com sua mãe, com uma amiga ou com a natureza, sempre preocupada com seu amigo (namorado). Ou ainda, o amigo é o destinatário do texto, como se a mulher desejasse fazer-lhe confidências de seu amor. (Mas nunca diretamente a ele. O texto é dialogado com a natureza, como se o namorado estivesse por perto, a ouvir as juras de amor). Geralmente destinam-se ao canto e a dança. A linguagem, comparando-se às cantigas de amor é mais simples e menos musical pois as cantigas de amigo não se ambientam em palácios e sim em lugares mais simples e cotidianos. Conforme a maneira como o assunto é tratado, e conforme o cenário onde se dá o encontro amoroso, as cantigas de amigo recebem denominações especiais -Alvas (quando se passam ao amanhecer): Levantou-s'a velida (a bela) / Levantou-s'à alva; / e vai lavar camisas / e no alto (no rio) / vai-las lavar à alva (de madrugada). - D. Dinis. -Bailias (quando seu cenário é uma festa onde se dança): E no sagrado (local sagrado, possivelmente à frente de uma igreja), em Vigo / bailava corpo velido (uma linda moça) amor ei! - Martim Codax. - Romarias (sobre visitas a santuários, enquanto as "madres queymam candeas"): Pois nossas madres van a San Simon / de Val de Prados candeas queimar (pagar promessas) / nós, as menininhas, punhemos d'andar (vamos passear). - Pero de Viviães. - Barcarolas ou Marinhas (falam do temor de que o "amigo" vá às expedições marítimas; do perigo de que ele não volte mais. Vi eu, mia madr' , andar / as barcas e no mar, / e moiro de amor! - Nuno Fernandes Torneol - Pastorelas (quando seu cenário é o campo, próximo a rebanhos): Oi (ouvi) oj'eu ua pastor andar, / du (onde) cavalgava per ua ribeira, / e o pastor estava i senlheira, (sozinha) / a ascondi-me pola escuitar... - Airas Nunes de Santiago.
Autores (Trovadores) - Os mais conhecidos trovadores foram: Paio Soares de Taveirós, o rei D. Dinis e D. Afonso X . Paio Soares Taveiroos (ou Taveirós) era um trovador da primeira metade do século XIII. De origem nobre, é o autor da Cantiga de Amor A Ribeirinha, considerada a primeira obra em língua galaico-portuguesa. Dom Dinis, o Trovador, foi um rei importante para Portugal, sua lírica foi de 139 cantigas, a maioria de amor, apresentando alto domínio técnico e lirismo, tendo renovado a cultura numa época em que ela estava em decadência em terras ibéricas. D. Afonso X, o Sábio, foi rei de Leão e Castela. É considerado o grande renovador da cultura peninsular na segunda metade do século XIII. Acolheu na sua corte e trovadores, tendo ele próprio escrito um grande número de composições em galaico-português que ficaram conhecidas como Cantigas de Santa Maria.
Cantigas de escárnio e de maldizer - Esse tipo de cantiga procurava ridicularizar pessoas e costumes da época com produção satírica e maliciosa. As cantigas de escárnio são críticas, utilizando de sarcasmo e ironia, feitas de modo indireto, algumas usam palavras de duplo sentido, para que, não entenda-se o sentido real. As de maldizer, utilizam uma linguagem mais vulgar, referindo-se diretamente a suas personagens, com agressividade e com duras palavras, que querem dizer mal e não haverá outro modo de interpretar. Os temas centrais destas cantigas são as disputas políticas, as questões e ironias que os trovadores se lançam mutuamente. As novelas de cavalaria - Surgiram derivadas de canções de gesta e de poemas épicos medievais. Refletiam os ideais da nobreza feudal: o espírito cavalheiresco, a fidelidade, a coragem, o amor servil, mas estavam também impregnadas de elementos da mitologia céltica. A história mais conhecida é A Demanda do Santo Graal, a qual reúne dois elementos fundamentais da Idade Média quando coloca a Cavalaria a serviço da Religiosidade. Outras novelas que também merecem destaque são "José de Arimatéia" e "Amadis de Gaula".
1. Existiam 2 tipos de canções: líricas (acompanhadas pela lira) e satíricas 2. As canções líricas (românticas) podiam ser: de amor e de amigo 3. Cantigas de Amor: neste tipo de cantiga o trovador destaca todas as qualidades da mulher amada (que era nobre), se colocando numa posição inferior (de vassalo/servo do amor) a ela. O tema mais comum é o amor não correspondido entre trovador e dama da corte. As cantigas de amor reproduzem o sistema hierárquico na época do feudalismo, pois o trovador passa a ser o vassalo da amada (suserana) e espera receber um benefício em troca de seus “serviços” (as trovas, o amor dispensado, sofrimento pelo amor não correspondido). O trovador ou troveiro era um coitado 4. * “mia senhor” = minha senhora – senhor = Sr. e Sra. 5. Coita – amor não correspondido, que deu origem à palavra coitado = rejeitado pelo amor 6. Cantigas de Amigo: nesse tipo de cantiga o trovador se apodera das histórias de amor não correspondido entre as mocinhas pobres (do povo) e os soldados que iam para a guerra e muitas vezes nem voltavam ou tinham outras mulheres, daí o tema principal é a lamentação da mulher pela falta do amado. 7. Amigo – antigamente significava “amor secreto”, amor em segredo, namorado 8. As canções satíricas (ridicularizantes, ofensivas, agressivas) podiam ser: de maldizer e de escárnio 9. Cantigas de Maldizer: através delas, os trovadores, faziam sátiras diretas, chegando muitas vezes a agressões verbais. Em algumas situações eram utilizados palavrões. O nome da pessoa satirizada aparecia explicitamente na cantiga, em outras palavras, o ataque era direto 10. Maldizer – falar mal, ofender... 11. Cantigas de Escárnio: nestas cantigas o nome da pessoa satirizada não aparecia. As sátiras eram feitas de forma indireta, utilizando-se de duplos sentidos, daí serem indiretas 12. Escárnio – ESCARNAR - tirar o couro, ferir, cortar a pele, golpear, agredir 13. NOVELAS DE CAVALARIA – histórias e narrativas de cunho religioso que descreviam as aventuras de grandes reis/príncipes e seus cavaleiros; romances, duelos e combates entre vilões e heróis, raptos de donzelas. Tais histórias envolviam o real e o imaginário (magos, bruxas, dragões, feitiçaria). As mais conhecidas são as histórias do Rei Arthur e os cavaleiros da távola redonda e a Demanda do Santo Graal 14. Távola = tábola/tábula = tábua = mesa 15. Santo Graal = acreditavam ser um cálice (de ouro/de madeira) que continha o sangue de Cristo 16. A literatura de cordel nordestina teve origem da forma trovadoresca de fazer versos cantados 17. A Seresta e o Repente também tiveram origem da forma trovadoresca de fazer versos cantados 18. D. Dinis - D. Dinis foi um dos reis da 1ª dinastia de Portugal. Foi o primeiro a preocupar-se com a educação. Mandou construir a universidade em Coimbra. Foi também um grande poeta/trovador além de mecenas 19. Mecenas - é uma pessoa que patrocina as artes, a ciência ou o ensino, muitas vezes com benefícios fiscais/dinheiro
1. TROVADORISMO – período trovadoresco: do século XII (12) ao XV (15) 2. A 1ª escola literária portuguesa da idade média (1ª fase da literatura) começa com o Trovadorismo. 3. Trovadorismo - palavra que vem de trova ou troba 4. Trova ou troba - canção ou cantiga 5. Trovador ou trobador – artista que compõe (compositor) canções ou cantigas 6. Canção ou cantiga - poesia cantada, acompanhada por instrumentos de sopro (flauta), de corda (lira) e de percussão 7. Cancioneiro – coletânea, reunião de todas as obras em forma de canção ou cantiga que servem de DOCUMENTAÇÃO HISTÓRICA da época. Se encontram na Torre do Tombo = museu de Portugal. 8. Lira - originou a palavra lírico/lirismo que significa romântico 9. Instrumentos de corda - qualquer um que se assemelhe ao violão, por ex.: o alaúde 10. Instrumentos de percussão - são instrumentos musicais cujo som é obtido através da percussão (impacto), atrito ou agitação, com ou sem o auxílio de baquetas 11. Idade média - período que começa com o fim da idade antiga que foi +/- no século V (5) d.C e termina +/- no século XV (15) d.C 12. Na idade média houve o período conhecido como a “IDADE DAS TREVAS” 13. Idade das trevas – se refere ao período do empobrecimento cultural, artístico e científico durante a idade média, conseqüência do poder da igreja que condenava qualquer manifestação que não fôsse religiosa 14. FÉ CEGA = Cristianismo cego – as leis da igreja acima de tudo. É proibido questionar. 15. Durante o Trovadorismo o Feudalismo era a base do sistema político e econômico na Europa.
16. Europa – formada pelos países da Alemanha, Espanha, França, Grécia, Itália, Portugal, Rússia, Vaticano, dentre outros 17. Feudalismo: sistema político e econômico baseado na agricultura e pecuária (cultivo/plantio da terra e criação de animais) caracterizado por relações de servidão do trabalhador (servo/vassalo) ao proprietário da terra (suserano), dividida em lotes produtivos (feudos) cedidos pelo senhor feudal (suserano/nobre) ao vassalo (servo/povo/vilões) em troca de proteção durante guerras. 18. Feudo – da palavra “field” (inglês): campo, terra 19. Vilão – da vila 20. No período trovadoresco - a produção artístico-literária vai estar impregnada do espírito religioso cristão/católico (teocêntrico), procurando simbolizar o universo espiritual 21. Teocentrismo/teocêntrico – TEO = DEO = DEUS + Centrismo/cêntrico = no centro/principal 22. Teocentrismo - é a concepção segundo a qual Deus é o centro do universo, tudo foi criado por ele, por ele é dirigido e não há outra razão além do desejo divino sobre a vontade humana. Contrapõe-se ao Antropocentrismo, daí o clero/igreja católica que representava Deus na Terra detinha o poder maior. 23. Cruzadas – vem da palavra cruz, o principal símbolo cristão/católico. As cruzadas foram expedições militares religiosas enviadas à Palestina para recuperarem a liberdade de acesso dos cristãos à Jerusalém. A guerra pela Terra Santa, que durou do século XI ao XIV. 24. Paio Soares de Taveirós – escritor/trovador que compôs a obra mais antiga do período trovadoresco de Portugal em forma de canção: Cantiga da Ribeirinha ou Cantiga de Guarvaia 25. Ribeirinha – em homenagem a Da. Maria Pais Ribeiro 26. Guarvaia – nome dado a uma roupa/saia (anagua) típica de portugal 27. As principais obras do trovadorismo foram as CANTIGAS/CANCÕES (em poesia/poética) e AS NOVELAS DE CAVALARIA (em prosa/histórias de aventuras) 28. CANÇÃO DE GESTA - PARA DIGESTÃO. CANÇÕES CANTADAS APÓS O ALMOÇO DURANTE A SESTA 29. JOGRAL - artista profissional, de origem popular (vilão, ou seja, não pertencendo à nobreza), que geralmente cantava ou tocava instrumentos musicais, como o alaúde ou a cistre. Alguns jograis compunham também as suas próprias melodias e poemas. 30. LITERATURA DE CORDEL - DE ORIGEM TROVADORESCA (IDADE MÉDIA) - tipo de poesia popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos ou outra qualidade de papel, expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome que vem lá de Portugal, que tinha a tradição de pendurar folhetos em barbantes. No Nordeste do Brasil, herdamos o nome (embora o povo chame esta manifestação de folheto), mas a tradição do barbante não perpetuou. Ou seja, o folheto brasileiro poderia ou não estar exposto em barbantes. São escritos em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, o mesmo estilo de gravura usado nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.
As novelas de cavalaria - Nem só de poesia viveu o Trovadorismo. Também floresceu um tipo de prosa ficcional, as novelas de cavalaria, originárias das canções de gesta francesas (narrativas de assuntos guerreiros), onde havia sempre a presença de heróis cavaleiros que passavam por situações perigosíssimas para defender o bem e vencer o mal. Sobressai nas novelas a presença do cavaleiro medieval, concebido segundo os padrões da Igreja Católica (por quem luta): ele é casto, fiel, dedicado, disposto a qualquer sacrifício para defender a honra cristã. Esta concepção de cavaleiro medieval opunha-se à do cavaleiro da corte, geralmente sedutor e envolvido em amores ilícitos. A origem do cavaleiro-heroi das novelas é feudal e nos remete às Cruzadas: ele está diretamente envolvido na luta em defesa da Europa Ocidental contra sarracenos, eslavos, magiares e dinamarqueses, inimigos da cristandade. As novelas de cavalaria estão divididas em três ciclos e se classificam pelo tipo de herói que apresentam. Assim, as que apresentam heróis da mitologia greco-romana são do ciclo Clássico (novelas que narram a guerra de Tróia, as aventuras de Alexandre, o grande); as que apresentam o Rei Artur e os cavaleiros da Távola Redonda pertencem ao ciclo Arturiano ou Bretão (A Demanda do Santo Graal); as que apresentam o rei Carlos Magno e os doze pares de França são do ciclo Carolíngeo (a história de Carlos Magno). Geralmente, as novelas de cavalaria não apresentam uma autoria. Elas circulavam pela Europa como verdadeira propaganda das Cruzadas, para estimular a fé cristã e angariar o apoio das populações ao movimento. As novelas eram tidas em alto apreço e foi muito grande a sua influência sobre os hábitos e os costumes da população da época. As novelas Amandis de Gaula e A Demanda do Santo Graal foram as histórias mais populares que circulavam entre os portugueses. O maior temor humano era a idéia do inferno que torna o ser medieval submisso à Igreja e seus representantes. São comuns procissões, romarias, construção de templos religiosos, missas etc. A arte reflete, então, esse sentimento religioso em que tudo gira em torno de Deus. Por isso, essa época é chamada de Teocêntrica. As relações sociais estão baseadas também na submissão aos senhores feudais. Estes eram os detentores da posse da terra, habitavam castelos e exerciam o poder absoluto sobre seus servos ou vassalos. Há bastante distanciamento entre as classes sociais, marcando bem a superioridade de uma sobre a outra.
A prosa medieval retrata com mais detalhes o ambiente histórico-social desta época. A temática das novelas medievais está ligada à vida dos cavaleiros medievais e também à religião. A Demanda do Santo Graal é a novela mais importante para a literatura portuguesa. Ela retrata as aventuras dos cavaleiros do Rei Artur em busca do cálice sagrado (Santo Graal). Este cálice conteria o sangue recolhido por José de Arimatéia, quando Cristo estava crucificado. Esta busca (demanda) é repleta de simbolismo religioso, e o valoroso cavaleiro Galaaz consegue o cálice.
O cavalheiro se dirige à mulher amada como uma figura idealizada, distante. O poeta, na posição de fiel vassalo, se põe a serviço de sua senhora, dama da corte, tornando esse amor um objeto de sonho, distante, impossível. Neste tipo de cantigao eu-lírico é masculino e sofredor. Sua amada é chamada de senhor (as palavras terminadas em or como senhor ou pastor, em galego-português não tinham feminino). Canta as qualidades de seu amor, a "minha senhor", a quem ele trata como superior revelando sua condição hierárquica. Ele canta a dor de amar e está sempre acometido da "coita", palavra frequente nas cantigas de amor que significa "sofrimento por amor". É à sua amada que se submete e "presta serviço", por isso espera benefício (referido como o bem nas trovas). Essa relação amorosa vertical é chamada "vassalagem amorosa", pois reproduz as relações dos vassalos com os seus senhores feudais. Sua estrutura é mais sofisticada. Eu lírico masculino. Ausência do paralelismo de par de estrofes e do leixa-pren. Predomínio das ideias. Assunto Principal: o sofrimento amoroso do eu-lírico perante uma mulher idealizada e distante. Amor cortês; convencionalismo amoroso. Amor impossível. Ambientação aristocrática das cortes. Forte influência provençal. Vassalagem amorosa "o eu lírico usa o pronome de tratamento "senhor"".
São cantigas de origem popular, com marcas evidentes da literatura oral (reiterações, paralelismo, refrão, estribilho), recursos esses próprios dos textos para serem cantados e que propiciam facilidade na memorização. Esses recursos são utilizados, ainda hoje, nas canções populares. Este tipo de cantiga, que não surgiu em Provença como as outras, teve suas origens na Península Ibérica. Nela, o eu-lírico é uma mulher (mas o autor era masculino, devido à sociedade feudal e o restrito acesso ao conhecimento da época), que canta seu amor pelo amigo (isto é, namorado), muitas vezes em ambiente natural, e muitas vezes também em diálogo com sua mãe ou suas amigas. A figura feminina que as cantigas de amigo desenham é, pois, a da jovem que se inicia no universo do amor, por vezes lamentando a ausência do amado, por vezes cantando a sua alegria pelo próximo encontro. Outra diferença da cantiga de amor, é que nela não há a relação Suserano x Vassalo, ela é uma mulher do povo. Muitas vezes tal cantiga também revelava a tristeza da mulher, pela ida de seu amado à guerra.
"Ai dona fea! Foste-vos queixar Que vos nunca louv'en meu trobar Mais ora quero fazer un cantar En que vos loarei toda via; E vedes como vos quero loar: Dona fea, velha e sandia! Ai dona fea! Se Deus mi pardon! E pois havedes tan gran coraçon Que vos eu loe en esta razon, Vos quero já loar toda via; E vedes qual será a loaçon: Dona fea, velha e sandia! Dona fea, nunca vos eu loei En meu trobar, pero muito trobei; Mais ora já en bom cantar farei En que vos loarei toda via; E direi-vos como vos loarei: Dona fea, velha e sandia!" Este texto é enquadrado como cantiga de escárnio já que a sátira é indireta e não cita-se o nome da pessoa especifica. Mas, se o nome fosse citado ela seria uma Cantiga de Maldizer, pois contém todas as características diretas como sátira da "Dona". Existe a suposição que Joan Garcia escreveu a cantiga anterior uma senhora que reclamava por ele não ter escrito nada em homenagem a ela. Joan Garcia de tanto ouvi-lá dizer, teria produzido a cantiga. Crítica direta; geralmente a pessoa satirizada é identificada Linguagem agressiva, direta, por vezes obscena Zombaria ghostman
FAÇA AS DEVIDAS CORRESPONDÊNCIAS DE NÚMERO COM SUA RESPECTIVA INFORMAÇÃO 1. Amigo 2. Amor cortês ou amor de corte 3. As canções líricas (românticas) podiam ser 4. As canções satíricas podiam ser 5. Cancioneiro 6. Canções de gesta 7. Cantigas de Amor 8. Cantigas de Amigo 9. Cantigas de Escárnio 10. Cantigas de Maldizer 11. Coita 12. Cruzadas 13. D. Dinis 14. Escárnio 15. Fé cega 16. Feudalismo 17. Feudo 18. Guarvaia 19. Idade das trevas 20. Jograis e Menestreis 21. Lira 22. Literatura de Cordel 23. Maldizer 24. Mecenas 25. Na idade média 26. No período trovadoresco 27. Novelas de cavalaria 28. Paio Soares de Taveirós 29. Ribeirinha 30. Santo Graal 31. Teocentrismo 32. Trova ou troba 33. Trovador / Troveiro 34. Trovadorismo
  • ) histórias e narrativas de cunho religioso que descreviam as aventuras de grandes reis/príncipes e seus cavaleiros; romances, duelos e combates entre vilões e heróis, raptos de donzelas. Tais histórias envolviam o real e o imaginário (magos, bruxas, dragões, feitiçaria). As mais conhecidas são as histórias do Rei Arthur e os cavaleiros da távola redonda e a Demanda do Santo Graal
  • ) houve o período conhecido como a “IDADE DAS TREVAS”
  • ) Idade Média, séculos XI,XII..., período feudal (FEUDALISMO). A sociedade estava dividida em Suseranos/nobres/reis e Vassalos/povo/servos e o poder da Igreja (Clero) garantia o Teocentrismo, através do terrorismo causado pelo temor dos castigos de Deus. Nessa época a peste negra devastou a Europa.
  • ) INDIRETAS
  • ) líricas (acompanhadas pela lira) e satíricas
  • ) literatura popular em verso que se caracteriza pela facilidade de transmissão oral que teve origem do Trovadorismo.
  • ) nesse tipo de cantiga o trovador se apodera das histórias de amor não correspondido ou secreto entre as mocinhas pobres (do povo) e os soldados que iam para a guerra e muitas vezes nem voltavam ou tinham outras mulheres, daí o tema principal é a lamentação da mulher pela falta do amado.
  • ) nestas cantigas o nome da pessoa satirizada não aparecia. As sátiras eram feitas de forma indireta, utilizando-se de duplos sentidos, daí serem indiretas
  • ) neste tipo de cantiga o trovador destaca todas as qualidades da mulher amada (que era nobre), se colocando numa posição inferior (de vassalo/servo do amor) a ela. O tema mais comum é o amor não correspondido entre trovador e dama da corte. As cantigas de amor reproduzem o sistema hierárquico na época do feudalismo, pois o trovador passa a ser o vassalo da amada (suserana/senhora nobre) e espera receber um benefício em troca de seus “serviços” (as trovas, o amor dispensado, sofrimento pelo amor não correspondido). O trovador ou troveiro era um coitado
  • ) nome dado a uma roupa/saia (anagua) típica de portugal
  • ) ORIGINARAM AS POESIAS DE CORDEL E AS CANTIGAS DE VIOLA ou REPENTISTAS/REPENTES
  • ) originou a palavra lírico/lirismo que significa romântico
  • ) palavra vem de trova ou troba
  • ) para a digestão: canções cantadas após o almoço durante a sesta, com rimas perfeitas para serem decoradas facilmente.
  • ) período que começa com o fim da Idade Antiga que foi +/- no século V (5) d.C e termina +/- no século XV (15) d.C
  • ) período trovadoresco: do século XII (11) ao XV (15)
  • ) pessoa que patrocina (financia) as artes, a ciência ou o ensino, muitas vezes com benefícios fiscais/dinheiro
  • ) poetas compositores e cantadores: deram origem aos CANTADORES de viola/repentistas
  • ) ridicularizantes, ofensivas, agressivas, de piada, de mau gosto: podiam ser: de maldizer e de escárnio
  • ) são canções do tipo LÍRICA (acompanhadas pela LIRA)
  • ) se dividem em cantigas de escárnio e de maldizer
  • ) se dizia do amor do Trovador por alguma Dama da corte
  • ) se refere ao período do empobrecimento cultural, artístico e científico durante a idade média, conseqüência do poder da igreja que condenava qualquer manifestação que não fôsse religiosa
  • ) significa amor não correspondido, que deu origem à palavra coitado = rejeitado pelo amor
  • ) sistema político e econômico baseado na agricultura e pecuária (cultivo/plantio da terra e criação de animais) caracterizado por relações de servidão do trabalhador (servo/vassalo) ao proprietário da terra (suserano). Havia a divisão de lotes produtivos (feudos) cedidos pelo senhor feudal (suserano/nobre) ao vassalo (servo/povo/vilões) em troca de proteção durante guerras.
  • ) sobre assuntos satíricos/SÁTIRAS
  • ) também recebeu o nome de vassalagem amorosa = servidão amorosa
  • ) TEO = DEO = DEUS + Centrismo/cêntrico = no centro/principal
  • ) vem da expressão escarnar, tirar o couro, tirar a pele...
  • ) vem da palavra cruz, o principal símbolo cristão/católico.
1. Amigo 2. Amor cortês ou amor de corte 3. As canções líricas (românticas) podiam ser 4. As canções satíricas podiam ser 5. Cancioneiro 6. Canções de gesta 7. Cantigas de Amor 8. Cantigas de Amigo 9. Cantigas de Escárnio 10. Cantigas de Maldizer 11. Coita 12. Cruzadas 13. D. Dinis 14. Escárnio 15. Fé cega 16. Feudalismo 17. Feudo 18. Guarvaia 19. Idade das trevas 20. Jograis e Menestreis 21. Lira 22. Literatura de Cordel 23. Maldizer 24. Mecenas 25. Na idade média 26. No período trovadoresco 27. Novelas de cavalaria 28. Paio Soares de Taveirós 29. Ribeirinha 30. Santo Graal 31. Teocentrismo 32. Trova ou troba 33. Trovador / Troveiro 34. Trovadorismo
  • ) 1ª escola literária portuguesa da idade média (1ª fase da literatura)
  • ) a produção artístico-literária vai estar impregnada do espírito religioso cristão/católico (teocêntrico), procurando simbolizar o universo espiritual
  • ) acreditavam ser um cálice (de ouro/de madeira) que continha o sangue de Cristo
  • ) antigamente significava “amor secreto”, amor em segredo, namorado
  • ) artistas profissionais cuja nobreza contratava para entretenimento na Europa medieval, dotado para tocar instrumentos, cantar, contar histórias e fazer acrobacias, bem como outros truques da atuação
  • ) as leis da igreja acima de tudo. É proibido questionar.
  • ) assim se chamava a canção de amor quando a dama da corte desprezava o Trovador
  • ) através delas, os trovadores, faziam sátiras diretas, chegando muitas vezes a agressões verbais. Em algumas situações eram utilizados palavrões. O nome da pessoa satirizada aparecia explicitamente na cantiga, em outras palavras, o ataque era direto
  • ) canção ou cantiga ou seja é o mesmo que verso/poesia cantada/musicada acompanhada por instrumentos de sopro (flauta), de corda (lira, alaúde, banjo) e de percussão
  • ) canção satírica direta
  • ) canção satírica indireta irônica
  • ) cantigas de amigo
  • ) cantigas de amor
  • ) CANTIGAS/CANCÕES (em poesia/poética) e AS NOVELAS DE CAVALARIA (em prosa/histórias de aventuras)
  • ) coletânea, reunião de todas as obras em forma de canção ou cantiga que servem de DOCUMENTAÇÃO HISTÓRICA da época. Se encontram na Torre do Tombo = museu de Portugal.
  • ) com EU lírico feminino: fala de uma mulher a um “amigo” (namorado).
  • ) com EU lírico masculino: fala do próprio trovador.
  • ) da palavra “field” (inglês): campo, terra
  • ) de amor e de amigo
  • ) deram origem às novelas de hoje
  • ) deram origem às poesias de cordel e às cantigas de viola = repentes e desafios
  • ) DIRETAS
  • ) durante o Trovadorismo era a base do sistema político e econômico na Europa.
  • ) é a concepção segundo a qual Deus é o centro do universo, tudo foi criado por ele, por ele é dirigido e não há outra razão além do desejo divino sobre a vontade humana. Contrapõe-se ao Antropocentrismo, daí o clero/igreja católica que representava Deus na Terra detinha o poder maior.
  • ) em homenagem a Da. Maria Pais Ribeiro
  • ) envolvimento amoroso proibido que servia de tema para as canções /cantigas líricas de amor entre trovador e senhora nobre.
  • ) ESCARNAR - tirar o couro, ferir, cortar a pele, golpear, agredir
  • ) escritor/trovador que compôs a obra mais antiga do período trovadoresco de Portugal em forma de canção: Cantiga da Ribeirinha ou Cantiga de Guarvaia
  • ) falar mal, ofender...
  • ) foi um dos reis da 1ª dinastia de Portugal. Foi o primeiro a preocupar-se com a educação. Mandou construir a universidade em Coimbra. Foi também um grande poeta/trovador além de mecenas
  • ) foram compostas em uma linguagem irônica
  • ) foram expedições militares religiosas enviadas à Palestina para recuperarem a liberdade de acesso dos cristãos à Jerusalém que originou a guerra pela Terra Santa, que durou do século XI ao XIV.

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